Rock clássico com pitadas de blues e country dos Quireboys agrada em novo álbum, “Black Eyed Sons”

The Quireboys: “Black Eyed Sons” (2014)
O Quireboys é como um bom vinho: quanto mais tempo envelhece, melhor fica. Os primeiros discos da banda inglesa não me convencem. Provavelmente, a partir do início do século XXI, deixaram de se preocupar com o mercado e trabalharam mais com o seu público já fidelizado.
Apesar dos primeiros discos não me agradarem, a banda desperta atenção por estarem associadas ao hair metal por conta da época que surgiram e pelo visual. O som do grupo sempre esteve mais ligado ao hard rock da década de 1970, com influência de blues e pitadas de country.
“Black Eyed Sons” reúne, basicamente, o que foi descrito. O trabalho comemora os 30 anos da banda, com um apanhado de canções inéditas, um CD com o show acústico que fizeram no Sweden Rock Festival de 2013 e um DVD com uma apresentação em Londres, também do ano anterior.
Na área das novidades, “Black Eyed Sons” não decepciona de forma alguma. Rock clássico na veia. Soa atual, mas sem deixar as raízes de lado. A abertura com a guitarra levemente distorcida e a bateria acompanhada de meia-lua de “Troublemaker (Black Eyed Son)” conquista sem muito esforço. Os instrumentos entram aos poucos, até explodir em um bom refrão, tipicamente bluesy. “What Do You Want From Me?”, uma semi-balada com levada acústica, agrada.
“Julieanne” tem uma pitada country, mas o rock n’ roll se faz presente pela voz característica de Spike. “Double Dealin'” é classic rock na essência. Cozinha muito bem colocada para destacar vozes, guitarras e órgão. “Stubborn Kinda Heart” é uma balada country agradável, mas passa longe dos destaques. “Lullaby Of London Town” dá sequência com um rock n’ roll divertido e um refrão gostoso.
Em mais uma balada, “The Messenger”, a influência country é mantida. “You Never Can Tell” retoma o rock de arena, com pitadas blueseiras interessantes. “Mothers Ruin” é uma power ballad que parece ter sido feita pela dupla Mick Jagger/Keith Richards. “Monte Cassino (Mothers Ruin)” se destaca pelo bom trabalho de violões – posso estar louco, mas ouço viola caipira nesta música.
O exagero de baladas é o único ponto negativo de “Black Eyed Sons”. Mas até as canções mais lentas soam tipicamente roqueiras, com influência do bom e velho country. O disco é um alento para os saudosistas. Traz frescor na sonoridade, sem reinventar a roda. Se o rock tivesse a subcategoria “easy listening”, com certeza esse álbum entraria, por agradar com facilidade.

Nota 8

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Spike (vocais)
Guy Griffin (guitarra)
Paul Guerin (guitarra)
Keith Weir (teclados)

Participações:
Nick Mailing (baixo)
Pip Mailing (bateria)

01. Troublemaker (Black Eyed Son)
02. What Do You Want From Me?
03. Julieanne
04. Double Dealin’
05. Stubborn Kinda Heart
06. Lullaby of London Town
07. The Messenger
08. You Never Can Tell
09. Mothers Ruin
10. Monte Cassino (Lady Lane)

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Igor Miranda
Igor Miranda
Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com pós-graduação em Jornalismo Digital. Escreve sobre música desde 2007. Além de editar este site, é colaborador da Rolling Stone Brasil. Trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, revista Guitarload, jornal Correio de Uberlândia, entre outros. Instagram, Twitter e Facebook: @igormirandasite.

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