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45 anos de Jason Becker: o guitarrista que, mesmo debilitado, ainda faz música

A história de Jason Becker no mundo da música não está acabada. Mas desde seus 20 anos de idade passou a funcionar de forma diferente.
O guitarrista que perdeu os movimentos de grande parte de seu corpo continua a contribuir com o mundo da música mesmo com todas as fatalidades. Aos 45 anos de idade, que se completam hoje, é possível dizer que Jason Becker é um herói.
Início
Nascido na cidade de Richmond, Califórnia, nos Estados Unidos, em 22 de julho de 1969, Jason Eli Becker começou a aprender guitarra com apenas três anos de idade. Os estudos começaram cedo por influência de seu pai, Gary Becker, que tocava violão erudito.
O rock veio na adolescência. Influenciado por guitarristas como Eric Clapton, Jeff Beck, Uli Jon Roth e principalmente Eddie Van Halen, Jason Becker passou a misturar os estudos de música clássica com o rock.
Na década de 1980, antes mesmo de se formar no colegial, Jason executou “Black Star”, clássico instrumental do guitarrista Yngwie Malmsteen. Começava a se destacar, ali, um talento.
Músico profissional
Seu primeiro trabalho como músico profissional foi o Cacophony, uma dupla de guitarristas composta por ele próprio e Marty Friedman, que posteriormente viria a integrar o Megadeth.
A proposta era evidenciar ambos, mesmo com uma banda de apoio. Ou seja, guitarras tocadas em alta velocidade e exuberantes demonstrações de técnica permeiam os dois discos do grupo, “Speed Metal Symphony” (1987) e “Go Off!” (1988).
Durante este período, Becker também trabalhou em material para um disco solo. “Perpetual Burn” foi lançado em 1988 e destacou, em definitivo, o prodígio guitarrista (à época com 18 anos) para o mundo do heavy metal.
Problemas
Em 1990, Jason foi convidado para entrar para a banda de David Lee Roth, que na época conduzia uma carreira solo fora do Van Halen. Foi o seu primeiro trabalho em uma grande gravadora, substituindo o virtuoso Steve Vai, responsável pelas guitarras do último trabalho de Roth, “Skyscraper”.
No entanto, durante as gravações do álbum de David Lee Roth, que viria a ser intitulado “A Little Ain’t Enough”, Jason passou a sentir fortes dores em uma de suas pernas. Rapidamente foi diagnosticado com esclerose lateral amiotrófica, uma doença degenerativa e incurável.
As gravações do disco foram concluídas, mas Becker não se apresentou ao vivo na turnê subsequente. Ao longo dos anos, o músico perdeu os movimentos do corpo, bem como a fala.
Condições atuais
Atualmente, Jason respira através de aparelhos. Seu cérebro não foi atingido, nem audição ou visão. Sua comunicação é feita por um sistema que é conduzido através de seu olhar, que escolhe as letras e forma palavras para que, enfim, se comunique. Segundo o próprio músico, “é mais rápido do que qualquer computador”.
Por meio deste sistema, Jason Becker conseguiu trabalhar em dois álbuns com material inédito, composto por ele e reproduzido por outros músicos: “Perspective” (1996) e “Collection” (2008), sendo que este também apresenta uma coletânea com algumas de suas músicas prediletas.
Mesmo com todos os problemas, Jason Becker continua ativo no mundo da música. Uma clara demonstração de que não há barreiras que impeçam a manifestação de uma paixão como a arte.

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Igor Miranda
Igor Miranda
Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com pós-graduação em Jornalismo Digital. Escreve sobre música desde 2007. Além de editar este site, é colaborador da Rolling Stone Brasil. Trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, revista Guitarload, jornal Correio de Uberlândia, entre outros. Instagram, Twitter e Facebook: @igormirandasite.

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