Mötley Crüe, a possível próxima banda a se despedir “de mentirinha”

Tornou-se rotina: bandas anunciam aposentadoria com álbum de despedida e/ou turnê derradeira, geralmente com tons megalomaníacos. Kiss, Scorpions, Mr. Big e muitos outros exemplos, até mesmo fora do Rock, estão aí para provar.


Tenho a impressão de que o Mötley Crüe vai ser a próxima banda a se despedir de mentirinha, só para gerar comoção geral. Ou vai fazer uma turnê de despedida de cinco anos até, finalmente, se aposentar, e fazer shows especiais em ritmo menor. A justificativa principal é evidente: com exceção de Mick Mars, todos são muito jovens para ficarem parados.

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O Crüe é composto por quatro integrantes. Adoro o disco com John Corabi, e tanto Randy Castillo quanto Samantha Maloney foram importantes em determinados momentos. Mas a banda é Vince Neil, Mick Mars, Nikki Sixx e Tommy Lee. Essa é a fórmula para o Crüe ser o Crüe – vai muito além do aspecto musical, que comentei em outro texto da coluna. É uma questão histórica e de comportamento. Eles sempre se portaram como “além de uma banda”, mas como uma “gangue”.

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No entanto, as bandas estão cada vez mais mercantilistas, a ponto de colocarem integrantes que atribuem identidade sonora quase insubstituível para a rua. Bola para frente. Já até escrevi sobre isso aqui na coluna, também. Não é improvável que a aposentadoria chegue apenas para Mars – e olhe lá, porque o próprio guitarrista disse que ele não é motivo nenhum para o encerramento da carreira do Crüe. Mesmo debilitado pela espondilite anquilosante e com 62 anos, talvez ele seja o que mais queira continuar.

Neil, Sixx e Lee, que têm respectivamente 52, 55 e 51 anos, estão mais engajados em outros trabalhos. O Crüe virou projeto de verão. Mas com exceção do exemplar Sixx:A.M. e do ótimo primeiro álbum solo de Vince, nada que esses caras fizeram longe da banda de origem, acabou emplacando. Nem mesmo para os fãs “diehard”.

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Rumores apontam que DJ Ashba gravou parte das guitarras de “Saints Of Los Angeles”, último álbum do Mötley. Por um lado, duvido bastante, pois Mars é um dos guitarristas de sonoridade mais únicas no Rock. Não disse que é um dos mais técnicos, ou um dos melhores: ele é um dos mais identitários. Por outro, vai saber, né? Claro que isso deixa uma pulga atrás da orelha dos fãs.

O fim do Mötley me lembra muito o “fim” do Kiss por um detalhe muito interessante já citado neste texto: Mars não concorda com o encerramento das atividades e manifestou isso publicamente, assim como Ace Frehley e Peter Criss não concordavam na banda mascarada. Essa divergência mostra que nem tudo está decidido ainda.

Posso estar redondamente enganado. O Mötley não quer nem se comparar com o Kiss. Mas é muito provável que a despedida seja “de mentirinha”.

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Igor Miranda
Igor Miranda
Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com pós-graduação em Jornalismo Digital. Escreve sobre música desde 2007. Além de editar este site, é colaborador da Rolling Stone Brasil. Trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, revista Guitarload, jornal Correio de Uberlândia, entre outros. Instagram, Twitter e Facebook: @igormirandasite.

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