Mick Abrahams, guitarrista original do Jethro Tull, morreu na última sexta-feira (19), aos 82 anos. Até o momento, a causa do falecimento não foi divulgada.
Por meio das redes sociais, a banda publicou um tributo ao músico, que fez parte da formação por um curto período entre 1967 e 1968. Assinado pelo vocalista e líder Ian Anderson, o texto diz:
“É com grande tristeza que soubemos ontem do falecimento de Mick Abrahams, membro fundador do Jethro Tull. Mick foi de importância vital para a formação inicial do Tull, que se desenvolveu a partir do The John Evan Band e do McGregor’s Engine, a banda de blues que ele formou com Clive Bunker na região de Luton/Dunstable. Todos nós expressamos nossas condolências à família e aos amigos próximos de Mick, que podem, com toda razão, sentir orgulho de suas conquistas e de seu legado musical.”
Martin Barre, seu sucessor até 2012, também compartilhou uma homenagem. Como repercutido pela Ultimate Classic Rock, ele escreveu:
“Meu amigo e mentor Mick Abrahams faleceu. Ele foi extremamente gentil comigo, e isso é algo que jamais esquecerei! Um guitarrista magnífico, que nos deu tanto! Descanse em paz.”
Abrahams gravou ao lado do Jethro Tull apenas o disco de estreia “This Was” (1968). Conversando com a revista Prog em 2018, o saudoso artista explicou que resolveu deixar os ex-colegas por se sentir excluído do processo de tomada de decisões:
“Fiquei muito put# com o Ian Anderson, que via o Tull como a banda dele e não estava disposto a deixar que mais ninguém opinasse sobre o que estava acontecendo. Então eu queria sair. Mas, na época, eu disse que ficaria até encontrarem um substituto para mim, porque não queria deixá-los na mão. Pouco tempo depois, fui chamado para uma reunião no escritório de Terry Ellis, o empresário da banda. Ele me disse que ‘Ian e os outros membros não querem mais você na banda, então você está demitido’. Eu apenas respondi ao Terry: ‘como você pode me demitir se eu pedi para sair três semanas atrás?’.”
Depois de abandonar o grupo, Abrahams formou a banda de blues rock Blodwyn Pig, com quem disponibilizou os discos “Ahead Rings Out” (1969) e “Getting to This” (1970). O músico também iniciou uma carreira solo, com o álbum mais recente sendo “Revived!” (2015).
Nos últimos anos, o guitarrista enfrentou sérios problemas de saúde. Inclusive, na mesma entrevista, contou que convivia com as sequelas de um derrame e de dois ataques cardíacos sofridos no passado, e que, por isso, acreditava que não voltaria a se apresentar ao vivo.
“Tive dois ataques cardíacos e um derrame quase ao mesmo tempo [em novembro de 2009]. Isso deixou sequelas. Hoje uso um scooter de mobilidade porque às vezes tenho dificuldade para caminhar. E minha fala pode ser um pouco lenta […]. Isso afetou meu jeito de tocar guitarra. Duvido que eu volte a tocar ao vivo algum dia […]. Hoje em dia, até consigo acompanhar outros músicos um pouco na guitarra, mas nem de longe no nível que eu já alcancei um dia. Isso me entristece.”
