Desde agosto de 2024, o Måneskin está afastado dos palcos. Depois de explodir mundialmente em 2021 com a releitura de “Beggin’”, originalmente do Frankie Valli & The Four Seasons, a banda italiana disponibilizou o terceiro disco “Rush!” (2023), divulgados amplamente na estrada, até que resolveu dar uma pausa nas atividades.
Com o hiato, três dos quatro integrantes começaram uma carreira solo. A baixista Victoria de Angelis iniciou um projeto de música eletrônica, enquanto o vocalista Damiano David disponibilizou o disco pop “Funny Little Fears”, em maio último, e o guitarrista Thomas Raggi o álbum “Masquerade” neste mês de dezembro.
Segundo Damiano, o grupo costumava atender aos desejos da gravadora e deixar as próprias opiniões de lado. O desabafo aconteceu durante uma recente apresentação em Toronto, no Canadá, compartilhada nas redes sociais (via TMDQA).
O cantor não deu detalhes, mas afirmou que estava fazendo “o que a gravadora e as pessoas queriam” enquanto membro do Måneskin. Ele disse:
“Um dia, algo quebrou. Não na banda, mas dentro de mim, e eu não estava mais curtindo aquilo. Era demais. Era muita pressão, muita viagem, tudo era demais. Precisei tirar um tempo e, durante esse tempo, eu escrevi esse disco. E eu entendi o motivo pelo qual eu estava tão triste. A verdade é que eu estava vivendo um sonho, mas não era o meu sonho. Eu nunca decidi que esse seria o meu sonho. E com esse disco eu entendi o quanto é importante poder fazer na verdade o que realmente sentimos dentro de nós ao em vez do que a gravadora ou as pessoas querem.”
Ao NME no ano passado, Damiano explicou que estava “perdendo o foco” na banda e valorizando o que não era importante. Além disso, disse que cedeu a “ideias mais externas, impostas”, que não condiziam com o que pensava:
“Nos últimos anos, trabalhamos muito e eu estava começando a perder o foco. Estava começando a valorizar coisas que, na verdade, não têm muito valor para mim. Eu basicamente estava me tornando infeliz e estava fazendo isso muito bem. Essa jornada [solo] foi muito sobre cortar todos os excessos e tudo o que não era 100% necessário para a minha felicidade e satisfação. Eram ideias mais externas, impostas, que não eram orgânicas para mim. Eu acabei me deixando levar por isso. Precisei trabalhar muito em mim mesma para descobrir quem eu sou.”
Damiano David, Måneskin, fama e “pop”
O próprio confessou que passou a ligar muito para a fama e menos para o aspecto musical anos atrás. À Vogue Itália, destacou em entrevista publicada em janeiro:
“Quero fazer música que me faça feliz. Claro, tenho que trabalhar duro, tenho que promover, me apresentar, conhecer pessoas… Tudo isso faz parte do trabalho. Mas minha responsabilidade é a música . O que acontece depois disso está além do meu controle. Eu diria que tenho medo de cair na armadilha da produção em massa e da fama. Porque eu fiz isso, aconteceu comigo. Eu era obcecado por isso, três anos atrás.”
Além disso, ao site do Grammy, o vocalista admitiu que sempre foi um “cara do pop”:
“Na banda, temos quatro identidades diferentes e eu sempre fui o cara do pop […]. Então eu sabia que meu trabalho seria mais pop, mas não sabia qual seria o som. E o som acabou sendo apenas o resultado de experimentos e de seguir minhas intuições. Costumo tentar não pensar demais na música e simplesmente seguir aquilo que me atrai.”
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