Uma música do Deep Purple integra a trilha sonora da quinta e última temporada de “Stranger Things”, série da Netflix, cujos episódios estão saindo neste mês de dezembro. “Child in Time”, canção do álbum “In Rock” (1970), apareceu em um teaser divulgado ainda em julho, em uma versão reimaginada chamada “Superhuman Stranger Things Version”.
Curiosamente, Ian Gillan não fazia ideia de que a produção iria usar a faixa. Inclusive, o vocalista só descobriu o fato durante uma entrevista recente concedida à Classic Rock.
Ao seu perguntado a respeito do tema, o cantor de 80 anos surpreendentemente revelou: “Não sei do que você está falando”.
O repórter explicou que se tratava de um seriado da Netflix. Gillan respondeu: “Eu não tenho Netflix, não tenho televisão. Então, sendo assim, é uma surpresa”.
Ian Gillan e a relação com a TV
Sabe-se que Ian Gillan tem sofrido com problemas de visão, o que pode dificultar seu acesso a atrações do tipo. Até poucos anos atrás, porém, o artista costumava assistir TV. Conversando com a revista AntiHero em 2016, o integrante do Deep Purple contou a respeito das preferências de programação:
“Eu não gosto muito de assistir aos jogos de futebol. Antigamente, eu via tudo o que podia na TV e, hoje, claro, tudo está disponível. Tenho um aparelhinho com o qual posso assistir a qualquer canal do mundo no quarto do hotel ou, para ser sincero, acabo levando a minha própria TV. Hoje em dia prefiro assistir a rugby.”
Deep Purple e “Stranger Things”
Vale destacar que o Deep Purple divulgou nas redes sociais e nas plataformas digitais em agosto a edição da canção utilizada na série. Ouça abaixo:
Ambientada na década de 1980, “Stranger Things” costuma trazer para a trama faixas lançadas no período. Na quarta temporada, que chegou a público em 2022, os destaques estiveram em “Running Up That Hill (A Deal With God)”, de Kate Bush, e em “Master of Puppets”, do Metallica, cujas popularidades foram alavancadas devido à série.
Sobre “Child in Time”
Composta para o álbum “In Rock”, de 1970, “Child in Time” se tornou uma das músicas mais emblemáticas do Deep Purple. Versando sobre a Guerra Fria e contando com duração superior a 10 minutos, a faixa se destaca por explorar a técnica dos membros da banda ao extremo – especialmente Ian Gillan, que grita de forma alucinada no refrão.
Justamente por isso, o vocalista reconhece não conseguir mais cantá-la. A última vez que foi incluída no setlist aconteceu em 2002. E não voltará, como o próprio garante à rádio espanhola Rock FM, com transcrição do Blabbermouth.
“Não é mais possível. Eu poderia baixar os tons, mas não seria a mesma coisa. Sempre uso a seguinte analogia: quando era jovem fui atleta. Minha modalidade era o salto com vara. Aos 25 anos não conseguia mais praticar. Mesma coisa com ‘Child in Time’. Elyoua é quase um evento olímpico, muito desafiadora. Quando tinha uns 38 já não soava mais da mesma forma. Então, decidi que se era para fazer mal feito, melhor nem tentar. E foi isso, nunca mais olhei para trás.”
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