Desde o fim da turnê “Black Ice” em 2010, Phil Rudd não toca ao vivo com o AC/DC. Acusado de posse de drogas e ameaça de morte no passado, o baterista ficou afastado das atividades ao cumprir prisão domiciliar em 2015. Posteriormente, chegou a trabalhar com a banda no disco “Power Up” (2020), mas não voltou à estrada com os colegas — por mais que Chris Slade tenha levantado a possibilidade, assim como o próprio.
Seus compromissos mais recentes envolveram apenas um giro com seu grupo solo entre 2017 e 2018 e uma participação especial durante o show de um grupo local da Nova Zelândia em novembro do ano passado. Agora, o músico quebrou o hiato ao retomar aos palcos no último sábado (26), como parte do espetáculo “Full Metal Orchestra”, em Auckland, cidade neozelandesa.
Conforme publicado pela Blabbermouth, a performance contou com a presença da Orquestra Filarmônica de Auckland e de Jon Toogood, vocalista e guitarrista do Shihad, além de outros cantores. No set, os artistas executaram versões orquestrais de clássicos do AC/DC como “Thunderstruck”, “Back In Black” e “It’s A Long Way To The Top (If You Want To Rock ‘N’ Roll)”.
Conversando com o veículo Stuff, o baterista revelou que recebeu o convite meses atrás e descreveu o momento como “mágico” e “emocionante” — sobretudo por ver que o público ainda gosta de seu trabalho. Ele disse:
“Quando recebi uma ligação inesperada sobre isso alguns meses atrás, eu estava sentado no sofá, assistindo TV no meio do dia. Quando subimos com a banda, eu disse pra todos: ‘sem pegar leve’. E todo mundo deu o seu máximo, foi incrível. O público estava completamente entregue. Tinha vários efeitos especiais no palco. Foi mágico, melhor do que eu poderia imaginar. Isso me emocionou, as pessoas ainda se importam. Ainda batem o pé, ainda se levantam. Eu até cortei o cabelo e arrumei meus dentes. Cometi uns errinhos aqui e ali, mas só eu percebi.”
Por sua vez, David Higgins, um dos responsáveis pela organização do evento, comentou os planos de viabilizar mais datas do “Full Metal Orchestra” tanto na Nova Zelândia, quanto internacionalmente, e elogiou o desempenho de Rudd:
“Phil é um baterista excelente, focado e muito profissional de se lidar. Ele mandou bem em todos os ensaios. Na noite do evento, foi super humilde. Sem frescura, subiu no palco, fez o trabalho e se entrosou com todo mundo da equipe. Um verdadeiro rock star.”
Veja vídeos abaixo:
Phil Rudd atualmente
As atividades mais recentes do AC/DC não contaram com Phil Rudd. Após ter participado das gravações do álbum “Power Up”, lançado em 2020, o baterista não foi incluído no show de 2023 no festival americano Power Trip, nem na turnê de mesmo nome, iniciada em maio do ano passado. Matt Laug o substituiu.
No fim de 2023, Rudd anunciou estar vendendo toda a sua coleção relacionada à banda. Toda a renda foi revertida à Fundação Neozelandesa de Combate ao Câncer de Mama. A inspiração é sua amiga de mais de 15 anos, Toni Wilson. Diagnosticada com a doença em metástase, ela luta para prolongar a vida.
Em entrevista ao site local Stuff, o músico refletiu sobre o que o levou a se desfazer de itens que guarda há 50 anos. E concluiu que nada disso possui mais valor quando se é confrontado com a finitude de uma pessoa querida.
“Eu desistiria de tudo, jogaria na fogueira, se isso significasse que daria mais tempo a Toni. Pelos prognósticos médicos, ela terá sorte se conseguir chegar ao Natal. Ela é o amor da minha vida. Minha melhor amiga. Todo o dinheiro do mundo pode comprar coisas para você, mas não pode comprar tempo.”
Além de um kit de bateria, baquetas e outros artefatos ligados à banda, Phil incluiu um carro de seu acervo no saldão. O valor obtido não foi revelado. Ainda durante a entrevista, realizada antes da venda, ele declarou não ter perdido as esperanças de reverter sua situação com o AC/DC, dizendo: “Espero tocar com eles novamente no futuro”.
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