Para além do Van Halen, Eddie Van Halen esteve envolvido em outros projetos. Ao longo da carreira, o saudoso guitarrista contribuiu com a trilha sonora de filmes como “Vida Selvagem” (1984) e “Twister” (1996). Faltou pouco para que outro prestigiado longa-metragem entrasse para a lista.
Tyler Bates, produtor musical e compositor de produções para a televisão e cinema, revelou que convidou o músico para participar da franquia “John Wick”, protagonizada por Keanu Reeves. Inicialmente, o plano era que o integrante do Van Halen criasse a música tema de uma das sequências — “John Wick: Um Novo Dia Para Matar” (2017) ou “John Wick 3: Parabellum” (2019).
No entanto, Bates logo percebeu que a ideia não iria para a frente. Segundo ele, Eddie, que morreu em 2020, parecia não ter “disposição para realmente criar algo” à época.
Ao site Screen Rant, o músico relembrou:
“Eddie Van Halen quase tocou uma das músicas tema de ‘John Wick’, já perto do fim da vida dele. [Acho que era para John Wick 2 ou 3.] Ele veio até minha casa. Foi muito gentil da parte dele, mas senti que ele não estava com disposição para realmente criar algo. Ele me disse que fazia um bom tempo que não tocava. Conversamos algumas vezes por telefone depois que ele foi embora.”
Ainda assim, Tyler insistiu e deixou a possibilidade em aberto. Porém, por mais que, em suas palavras, Eddie tenha valorizado a atitude, preferiu somente cultivar uma amizade com o compositor:
“Ele me ligou várias vezes e eu só falava: ‘olha, Ed, você mora a dez minutos de mim. Se quiser participar, eu deixo uma guitarra pronta pra você — e se não gostar do que sair, eu destruo ali mesmo, na sua frente’. E ele realmente, realmente valorizou isso. A partir daí, nossas conversas passaram a ser só sobre a saúde dele e essas coisas. Imagino que ele percebeu que eu também já tinha passado por umas coisas difíceis, então havia uma identificação.”
Eddie sofreu com falta de inspiração, segundo Sammy Hagar
Para Sammy Hagar, Eddie claramente teria sofrido uma falta de inspiração a partir do início dos anos 2000. De acordo com o Red Rocker, que atuou como vocalista do Van Halen entre 1985 e 1996 e brevemente entre 2003 e 2005, o guitarrista diminuiu o ritmo de composição à época porque já tinha explorado todo o seu limite, como explicou para a Rolling Stone:
“Olha, todo mundo fica estagnado de vez em quando. E, além disso, ele precisava se inspirar em alguma coisa, entende? […] Eu não levei a música até o Eddie. O Eddie trouxe a música pra mim. Ele já tinha explorado tudo que era possível na guitarra. Fez tudo e qualquer coisa que o braço daquele instrumento conseguia, mexeu nos amplificadores, criou seus timbres. E, ao longo dos anos, ele foi mudando o som dele pra tentar se reinspirar com coisas novas na guitarra […]. Então, é por isso que acho que ele parou de compor — porque ele simplesmente chegou no limite. Cara, quanto mais você quer? Quanto mais dá pra tirar de um cara? Ele deu o sangue dele, irmão.”
Sobre Eddie Van Halen
Nascido em Amsterdam, Holanda, Edward Lodewijk Van Halen era filho de Jan e Eugenia Van Halen. Junto com os pais e o irmão, Alex, migrou para os Estados Unidos em 1962.
Começou a tocar piano com seis anos, chegando a ser premiado em uma competição no Long Beach City College. Entre a infância e a adolescência, se interessou pela bateria, enquanto Alex passou a aprender guitarra. Com o passar do tempo, trocaram as funções.
Junto ao vocalista David Lee Roth e o baixista Mike Stone, formaram o que se tornaria o Van Halen. Já com Michael Anthony nas quatro cordas, a banda se consagrou como uma das mais influentes da história, escrevendo a cartilha do hard rock dos anos 1980.
Eddie não fez muitas participações em discos de outros artistas. Entre suas poucas colaborações, estão Michael Jackson, Black Sabbath, Roger Waters e o projeto Star Fleet, com Brian May.
Morreu no dia 6 de outubro de 2020, aos 65 anos, após longa batalha contra um câncer. Deixou um filho, Wolfgang, multi-instrumentista e último baixista do Van Halen, que atualmente segue elogiada carreira com a banda Mammoth WVH.
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