Após 27 anos, Matt Cameron anunciou sua saída do Pearl Jam. Sem explicar motivos, o baterista apenas descreveu o tempo ao lado dos colegas como “uma jornada incrível” e “oportunidade de uma vida” e destacou que “há mais por vir”.
O músico fazia parte da banda desde 1998 e ainda não tem substituto confirmado. Com isso, o público passou a especular possíveis nomes para ocupar a vaga – incluindo ex-integrantes, como Dave Abbruzzese.
Dave integrou o Pearl Jam entre 1991 e 1994, substituindo Matt Chamberlain pouco antes do lançamento do álbum de estreia “Ten” (1991). Junto ao grupo, gravou “Vs.” (1993) e “Vitalogy” (1994), além do MTV Unplugged de 1992, até ser demitido por conflitos pessoais e diferenças de pensamento.
Desde então, o artista cortou contato com Eddie Vedder e companhia. Em 2016, até escreveu uma carta direcionada para a banda, ao não ser introduzido ao Rock and Roll Hall of Fame com os ex-colegas. Apesar da resposta de que, assim como os outros ex-bateristas, estava convidado para a cerimônia, não apareceu.
Fato é que, para Dave, a distância entre ambos os lados “é muito grande para haver qualquer reconexão ou reconciliação”. Sendo assim, o músico, agora também envolvido no ramo da produção e mixagem, não acredita que retornará para o Pearl Jam.
Num longo texto postado no Facebook, o baterista refletiu a respeito do tema. Diante da repercussão da saída de Cameron, disse que não guarda ressentimentos e até acha que “teria muito a contribuir” caso voltasse a tocar com o Pearl Jam. Contudo, não vê a possibilidade tomando forma.
Ele escreveu:
“Devido ao anúncio de que o Matt Cameron está deixando a bateria do Pearl Jam, que ocupou pelos últimos 27 anos, muita gente tem falado sobre mim e sobre o ‘e se’ e o que talvez nunca aconteça.
Achei que seria uma boa oportunidade para compartilhar com vocês alguns trabalhos recentes e antigos, já que minhas páginas no Facebook e Instagram foram bombardeadas com milhares de posts, mensagens e e-mails, pedindo para eu ligar para o Pearl Jam e tentar uma reconciliação. Para deixar claro, não tenho nada a reconciliar com eles.
Minha saída da banda e os problemas que vieram depois, causados pelas ações da gestão da banda e da antiga gravadora, não foram totalmente por minha causa. Tirando alguns comentários e atitudes pequenas que nunca entendi ou esperei, nunca coloquei a culpa nem guardei ressentimento contra os integrantes da banda.
Fui abençoado por participar de projetos musicais incríveis com pessoas incríveis nesses mais de 30 anos após o Pearl Jam. Embora eu nunca tenha entendido o que foi tão importante para destruir a química musical que tínhamos naquela época, não posso fazer nada sobre isso, pelo menos nada que eu consiga imaginar. Esses anos desde 1995 me ajudaram a crescer como pessoa e músico.
Parece que os caras da banda amadureceram e cresceram tanto quanto eu, mas o fato de eu não ter tido nenhum contato pessoal com nenhum deles me faz acreditar que a distância entre nós é muito grande para haver qualquer reconexão ou reconciliação.
Isso é uma pena e me entristece muito. Sei que poderia e teria muito a contribuir se uma tentativa de contato realmente acontecesse, mas infelizmente não vejo isso acontecendo. […] Nem preciso dizer que a música continua muito importante e uma paixão constante, sem dúvida alguma. Minha bateria e minha paixão em dar o meu melhor continuam tão fortes quanto sempre foram.
Desejo ao Pearl Jam e à sua formação muito sucesso e espero que um dia possamos nos conectar novamente, de alguma forma. Dito tudo isso, peço que, por favor, parem de me enviar mensagens pedindo e dizendo para eu entrar em contato com a gestão deles. Eu entendo e agradeço o desejo de vocês de ver o que uma reunião musical poderia gerar — eu também ficaria curioso se isso acontecesse.
Com muito amor e gratidão, Dave.”
Dave Krusen voltaria para o Pearl Jam?
Diante de tal contexto, Dave Krusen, baterista original do Pearl Jam, também foi perguntado se voltaria à formação. Durante entrevista concedida ao programa The Daly Migs Show na terça-feira (8), o músico — que foi introduzido ao Rock and Roll Hall of Fame com a banda — forneceu uma resposta mais positiva do que a de Dave Abbruzzese.
Conforme transcrição da Loudwire, o artista pontuou:
“Recebi uma mensagem ontem de manhã [sobre a saída de Matt] e não sabia o que estava acontecendo. Quando as pessoas entraram em contato, eu disse: ‘não faço ideia do que a banda está aprontando’. Estou muito surpreso em ouvir isso do Matt, mas estou animado por ele e suas novas aventuras, seja lá o que ele tenha planejado. Claro que eu adoraria tocar com esses caras de novo, a qualquer hora, eles sabem disso. A cerimônia do Rock and Roll Hall of Fame foi incrível, e sentar com eles foi como se o tempo não tivesse passado. É muito fácil tocar com esses caras, então, é claro, eu adoraria.”
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Dave Abbruzzese não entrou antes da gravação do Ten como descrito.
Mas o texto não diz que ele entrou antes da GRAVAÇÃO do Ten. O texto diz que ele entrou antes do LANÇAMENTO de Ten. Entrou pouco tempo antes, fez seu primeiro show com a banda em 23 de agosto de 1991, quatro dias antes do álbum sair, em 27 de agosto.