O Judas Priest retorna ao Brasil nesta semana para três shows. Na quarta-feira (16), a banda toca no Arena of Rock, em Brasília, com Scorpions, Europe e Kisser Clan. Sábado (19) é a vez do festival Monsters of Rock, em São Paulo, também com Scorpions e Europe, além de Savatage, Queensrÿche, Opeth e Stratovarius. A agenda se encerra domingo (20), também na capital paulista, na Vibra, em data junto ao Queensrÿche.
Antes dos compromissos na estrada, este que vos escreve pôde conversar com Richie Faulkner, guitarrista do grupo inglês.
O bate-papo saiu na Rolling Stone Brasil (leia a íntegra aqui) e no YouTube (clique para assistir), mas vale trazer algumas respostas para o site IgorMiranda.com.br.
Entrevista com Richie Faulkner (Judas Priest)
Igor Miranda: Desta vez vocês serão um dos headliners do Monsters of Rock (19/04, São Paulo) e Arena of Rock (16/04, Brasília) com o Scorpions. Como é sua relação com eles, seja como fã ou amigo?
Richie Faulkner: Como fã, Scorpions está no topo da lista. Ótimas canções, músicos, vocais, história. Acho que não conheci nenhum dos caras pessoalmente, então será a primeira vez. Rob (Halford, vocalista) e os caras têm um longo relacionamento, mas será minha primeira vez com eles pessoalmente.
IM: Em São Paulo, vocês também tocarão com Europe (também em Brasília), Savatage, Opeth, Queensrÿche e Stratovarius. Tem alguma dessas bandas que você gosta mais, ou que você tem maior conexão?
RF: Amo Europe. Lembro de quando “The Final Countdown” (1986) saiu, eu devia ter uns 10 anos ou talvez até menos. Amo a forma como John Norum toca, é um dos meus guitarristas favoritos. Estou ansioso para ver o Europe. Conheço alguns caras do Savatage e estou ansioso para ver o Opeth. Como fã, espero ter tempo para ver essas bandas também. Essa é a coisa boa sobre tocar nesses festivais: você consegue ver bandas que ama e que nunca viu antes.
IM: Esta edição do Monsters of Rock, em São Paulo, comemora os 30 anos da versão brasileira do festival. E vocês já tocaram no festival em 2015, com Ozzy Osbourne, Kiss, Motörhead, Manowar e várias outras bandas. Você têm alguma lembrança disso?
RF: [Risos] Sim, eu tenho. Lembro que foi a última vez que tocamos com Lemmy (Kilmister, do Motörhead). Obviamente, não se sabia na época, mas foi a última vez. Tenho muitas lembranças. Lembro que tocamos uma noite com o Kiss e uma noite com Ozzy. Depois de cada noite, havia uma festa no bar do hotel e era uma loucura. Tenho ótimas lembranças disso. Glenn Tipton (guitarrista hoje afastado devido ao Parkinson) também estava conosco na época. Então, eu me diverti muito com Glenn. Sempre nos divertimos no Brasil com os fãs brasileiros, mas como tocamos duas noites no mesmo festival, acho que houve uma festa na quinta, sexta e sábado, e então todos se recuperaram no domingo. Foram quatro dias incríveis de música e caos. Não sei se ainda consigo fazer esse tipo de festa, mas vamos ver.
IM: Voltando aos próximos shows, o que os fãs podem esperar do setlist? Vocês estão pensando em alguma mudança em comparação aos shows do ano passado?
RF: É uma boa pergunta. Estamos sempre pensando em como podemos melhorar o setlist. É sempre difícil porque hoje os fãs veem o setlist online, então eles esperam certas coisas. Acho que o set que temos no momento é bem refinado. Ele cobre muito material diferente do Priest e a dinâmica do set é muito boa. Então, começa bem. É um set rápido. É um set acelerado. A dinâmica funciona muito bem. Vamos ensaiar antes de ir e vamos experimentar o set e ver se podemos fazer alguma mudança, mas o set que temos no momento é muito bom. Acho que será mais ou menos o mesmo que temos tocado na Europa.
A título de curiosidade, um setlist da etapa europeia da turnê de 2024:
- Panic Attack
- You’ve Got Another Thing Comin’
- Rapid Fire
- Breaking the Law
- Riding on the Wind
- Love Bites
- Devil’s Child
- Saints in Hell
- Crown of Horns
- Sinner
- Turbo Lover
- Invincible Shield
- Victim of Changes
- The Green Manalishi (With the Two Prong Crown) (Fleetwood Mac cover)
- Painkiller
Bis:
- The Hellion + Electric Eye
- Hell Bent for Leather
- Living After Midnight
IM: Uma pergunta que os fãs continuam fazendo muito no Brasil é sobre a saúde de Glenn Tipton. Sabemos que ele não está mais em turnê com a banda, mas os fãs ainda querem saber sobre ele. Como ele está agora?
RF: Ele está bem. Ele saiu em fevereiro, estávamos no Grammy. Fomos para Los Angeles para o Grammy e Glenn estava lá. Ele está bem. Todos sabemos que Parkinson é uma doença degenerativa. Então, conforme piora, acho que você pode mantê-lo em um certo nível, mas com o tempo piora. Mas ele está de bom humor. Glenn é um lutador. Ele é um guerreiro e está fazendo o que pode para continuar. Grande respeito a Glenn. Direi a ele que os fãs perguntaram. Ele vai gostar disso.
IM: Como ele continua contribuindo com a banda no estúdio, isso abre uma oportunidade para perguntar a você… há algum plano inicial ou discussão inicial sobre um próximo álbum?
RF: Falamos sobre isso o tempo todo. É engraçado. Eu entrei na turnê de despedida. Essa seria a última turnê mundial. Mas você fica tão animado quando está viajando e vai para diferentes países e vê pessoas diferentes e toca essas ótimas músicas. Acabamos indo para o estúdio para gravar “Redeemer of Souls” (2014) e então ficamos animados com esse disco e quisemos sair e tocá-lo ao vivo.
E então a mesma coisa acontece. Você fica animado, entra no estúdio novamente, grava “Firepower” (2018), faz turnê, “Invincible Shield” (2024), estamos em turnê. Então, o padrão parece ser que depois de uma turnê geralmente vem um álbum. Então, nunca dizemos nunca, porque parece ser isso que acontece. Ainda estamos na turnê “Invincible Shield” e estamos indo para a América do Sul, chegando ao Brasil. É um dos lugares mais emocionantes do mundo para tocar. Isso pode nos animar para outro álbum. Mas falamos sobre isso e nunca dizemos ‘nunca’. Então, seria o 20º disco, certo? Se houvesse outro, seria o número 20, o que é um bom número. E o padrão ao longo da história parece ser álbum, turnê, álbum, turnê, álbum. Então, veremos. Mas eu não sei.
IM: Já que você mencionou “Invincible Shield”… um ano após seu lançamento, como tem sido a recepção do público a esse álbum até agora?
RF: Tem sido fantástica, realmente. Você nunca sabe como será. Quando você trabalha em um álbum, você dá o seu melhor, coloca tudo nele, dá mil por cento e então deixa isso ir para o mundo, e o mundo decide se eles gostam ou não. Você não tem controle sobre isso. É sempre uma emoção ter pessoas cantando novas músicas ou fazendo comentários sobre o novo disco. Parece ser muito positivo. Em geral, quando tocamos as músicas ao vivo ou clipes online ou quando conhecemos fãs, as pessoas parecem realmente gostar do novo disco. Então, isso é ótimo. E para uma banda de mais de 50 anos lançar um novo material que ainda conecta, é uma coisa linda e é uma honra fazer parte disso.
IM: E minha última pergunta, pois não temos muito tempo desta vez. Sei que estamos aqui para falar sobre Judas Priest, claro, mas por curiosidade, alguma atualização sobre Elegant Weapons?
RF: Agradeço por perguntar. Na verdade, quase terminamos de gravar o segundo disco, e estávamos gravando os vocais algumas semanas atrás. Está quase pronto. Não sabemos quando será lançado porque, obviamente, temos compromissos com o Priest e outras bandas. Mas é ótimo. Obviamente, somos eu, Ronnie Romero (vocalista), e é como uma evolução na segunda vez porque a banda está solidificada. É Christopher Williams na bateria, Dave Rimmer no baixo, Ronnie e eu. Parece uma evolução da banda. Estamos animados para terminá-lo, para entregá-lo a vocês. Mas está quase pronto. Então, fiquem de olho.
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