O Dokken está em atividade desde 1978. Apesar das várias turnês realizadas ao longo das décadas, a banda vem diminuindo o ritmo na estrada. Depois de shows pontuais nos últimos meses, só há, até o momento, uma única apresentação marcada para este ano, no dia 14 de novembro, no Whisky a Go Go, na Califórnia, nos Estados Unidos.
Don Dokken, que passou por uma cirurgia no pescoço e na coluna em 2019 e ainda enfrenta as consequências, acredita que o tempo do grupo nos palcos está contado. O assunto surgiu durante entrevista ao canal de Cassius Morris.
Segundo o vocalista de 71 anos, é provável que o Dokken faça seu show de despedida dentro do período de um ano. Ao seu ver, os músicos estão envelhecendo e é natural que parem em breve.
Conforme transcrição da Blabbermouth, o cantor citou o exemplo de outros colegas de profissão e explicou:
“Provavelmente [faremos o último show] dentro de um ano. Paul McCartney está na casa dos oitenta, não é? Mick Jagger também, assim como Keith Richards, que ainda está de pé. E até Elton John agora, o colocam na cadeira de piano, por algum motivo, porque todos nós estamos envelhecendo. Então acho que chegará o momento em que anunciarei que acabou.”
Don também afirmou que quer aproveitar a vida em casa, na zona rural do Novo México, nos Estados Unidos, “longe de todos” — motivo pelo qual também saiu de Los Angeles anos atrás, na busca por “paz e sossego”. Sendo assim, isso contribui para a saideira:
“A verdade é que acho que sou uma pessoa egoísta. Quero aproveitar minha vida. Não quero continuar cantando e compondo até morrer. Quero ficar em casa, longe de todos. Moro no topo de uma montanha [no Novo México]. Sem vizinhos. Tenho cachorros. É a vida perfeita. E tive uma ótima carreira. Comecei a tocar aos 10 anos. Se você tem que continuar fazendo turnês e a tocar porque precisa pagar suas contas, eu entendo. Graças a Deus, esse não é o meu caso. E sempre que alguém diz, você pensa em se aposentar um dia? Eu simplesmente vou e mostro a eles os discos de ouro e platina na minha parede. Acho que deixei claro meu ponto musicalmente. E, claro, eu gostaria de continuar, mas se não consigo compor, estou ferrado.”
Por fim, o vocalista acredita que “Heaven Comes Down” (2023) permanecerá o último disco do Dokken. No momento, ele cogita apenas o lançamento de um EP, em parceria com o guitarrista George Lynch, como mencionou:
“Sinto que depois de 50 anos e 13 discos, já criei música suficiente. Estou bem com tudo que já fiz, mas nunca diga nunca. Talvez George Lynch e eu nos reunamos para compor um EP. George e eu conversamos sobre isso brevemente e eu disse que não acho que tenho energia espiritual para lançar um disco inteiro. Isso dá muito trabalho. Mas eu disse que poderíamos fazer quatro ou cinco [músicas].”
No ano passado, ao precisar adiar uma turnê pela Europa por motivos de saúde de Don, a banda descreveu a série de apresentações como a despedida no continente. Anteriormente, o vocalista chegou a dizer que continuaria excursionando “até que não seja mais divertido” (via Blabbermouth).
Sobre o Dokken
Fundado em 1978, o Dokken se tornou um dos grandes sucessos na explosão do hard rock oitentista. A banda vendeu mais de 10 milhões de cópias dos seus álbuns, tendo como principais êxitos a sequência “Tooth and Nail” (1984), “Under Lock and Key” (1985) e “Back for the Attack” (1987), todos premiados com discos de platina nos Estados Unidos.
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