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O único momento pós-reunião em que Bruce Dickinson considerou sair do Iron Maiden

Vocalista revelou que chegou a discutir o assunto com os colegas de banda e estava preparado para buscar um substituto

Bruce Dickinson deixou o Iron Maiden em 1993 para se dedicar à carreira solo. Sua vaga foi ocupada por Blaze Bayley. Pouco mais tarde, em 1999, o cantor retornou à banda junto do guitarrista Adrian Smith e permaneceu como vocalista desde então. Porém, em 2015, ele chegou a considerar sua saída novamente.

Ao descobrir um câncer na língua, a possibilidade de perder a voz ou de não conseguir cantar da mesma forma aterrorizou o artista. Conversando com o MusicRadar, ele explicou que não iria continuar na Donzela de Ferro se os seus vocais tivessem sido afetados permanentemente pelo tumor. 

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Após iniciar o tratamento com radioterapia e quimioterapia, Dickinson manteve um pensamento positivo. Ainda assim, já havia arquitetado o futuro da banda caso tudo desse errado, como ressaltou: 

“Eu me senti bem [durante o tratamento contra o câncer]. Eu acreditava que iria superar isso com bastante força. Seriam dez meses difíceis, mas no final, eu esperava ser capaz de fazer o que eu tinha feito antes. Mas se não [fosse possível], eu estava preparado para sair [da banda]. Porque se você não consegue cantar como deveria, não tem o que fazer.”

Inclusive, sua ideia era ajudar os colegas a encontrar um substituto. O próprio conversou com os companheiros de banda a respeito do assunto, sob a justificativa de não querer parecer uma “triste paródia” de si mesmo no palco: 

“Eu gostaria que a banda continuasse da maneira certa. Eu teria me oferecido para ajudá-los a encontrar outro vocalista, porque há muita gente por aí. Eu poderia sugerir algum cara que provavelmente poderia fazer uma versão muito boa de mim. Eu tive essa conversa com os caras [da banda]. Eu disse: ‘eu não quero parecer uma triste paródia de mim mesmo’. E a banda também não merece isso.”

Bruce Dickinson e a arte em outras maneiras

Apesar de não saber ao certo como, Dickinson acredita que, caso tivesse perdido a voz, teria encontrado outra maneira de se expressar artisticamente. Ele diz:

“Eu pensei que, se eu perdesse minha voz, poderia descobrir outra coisa para fazer […]. Eu não sou apenas um cantor. Eu sou um contador de histórias. Aconteceu de eu usar meus vocais no Maiden para fazer isso. Não é porque você perdeu sua voz que não pode mais usá-la de outra forma. Mas não dentro de uma banda como o Iron Maiden. Tive sorte. Eu superei tudo isso. Embora meu câncer estivesse em toda área [da língua], minhas cordas vocais não foram afetadas. Então não tivemos que tomar essa decisão, porque deu tudo certo.”

Luta contra o câncer

Em sua autobiografia, Bruce abordou em detalhes a batalha contra o câncer. Na obra, o cantor revelou que, num primeiro momento, quando soube do diagnóstico, nem mesmo pensou na própria voz: 

“Mal considerei a questão de voltar ou não a cantar, o que me surpreendeu. Percebi que amava a vida acima de tudo e que, se deixar de cantar fosse o preço a ser pago, tudo bem.”

Já durante participação no podcast de Rich Roll no ano passado, o vocalista também relembrou a intenção de deixar o Maiden diante do câncer. Na ocasião, destacou que a decisão veio por achar que a música é “sagrada”:

“Quando tive câncer na garganta, a última coisa na minha mente era: ‘será que vou cantar de novo?’. A primeira coisa na minha mente era: ‘bou superar isso e continuar vivo?’. A última coisa que passou pela minha cabeça foi se um dia eu voltaria a cantar. Eu estava bem preparado para aceitar que talvez não pudesse cantar com o Iron Maiden novamente. Talvez eu conseguisse cantar, vocalizar, ou cantar de uma forma diferente, mas se eu não pudesse cantar da maneira que preciso para o Iron Maiden, eu os ajudaria a encontrar um ótimo substituto. Porque a música é sagrada.”

Iron Maiden e a “Run for Your Lives” Tour

O Iron Maiden já tem muitos compromissos agendados para 2025. Celebrando 50 anos de história, a banda embarcará na turnê “Run for Your Lives” pela Europa entre maio e agosto.

Será a primeira série de shows desde a saída do baterista Nicko McBrain, que deu adeus aos palcos nas apresentações realizadas em São Paulo, no Allianz Parque, nos dias 6 e 7 de dezembro. Simon Dawson, companheiro de Harris no British Lion, ocupará a função.

Outros continentes ainda não fazem parte da agenda, mas há expectativas para mais datas. No anúncio, o grupo sinalizou a continuação do giro em 2026 — e durante os shows no Brasil, o vocalista Bruce Dickinson disse que eles retornariam em até dois anos.

A turnê “Run for Your Lives” apresentará um repertório focado nos nove primeiros álbuns. Ou seja: do trabalho de estreia homônimo, de 1980, até “Fear of the Dark”, de 1992.

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Maria Eloisa Barbosa
Maria Eloisa Barbosahttps://igormiranda.com.br/
Maria Eloisa Barbosa é jornalista, 24 anos, formada pela Faculdade Cásper Líbero. Colabora com o site Keeping Track e trabalha como assistente de conteúdo na Rádio Alpha Fm, em São Paulo.

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