O Black Sabbath está entre as maiores influências do Ghost. Como ressaltado em inúmeras ocasiões, o líder Tobias Forge cresceu ouvindo não só a banda, mas também os trabalhos solo de Ozzy Osbourne — que, segundo o próprio, impactaram profundamente a sua carreira artística.
Recentemente, o tópico surgiu mais uma vez durante entrevista do vocalista ao NME. Enquanto abordava a importância do Sabbath em sua vida, o artista aproveitou para destacar que um integrante da banda não recebe os devidos créditos ao seu ver: Geezer Butler.
Nas palavras de Forge, o baixista tinha uma sensibilidade especial para as letras, que, normalmente, não é reconhecida o suficiente. Ele explicou:
“No que diz respeito à introspecção e a ser um pouco mais ousado liricamente, isso pode ser visto nas letras de Geezer [Butler]. Ele sempre foi muito transparente e corajoso e não recebe créditos suficientes por isso. A maioria dos fãs de metal só [se importa com] o peso, mas é muito mais do que isso.”
Não é a primeira vez que o artista exalta Butler. À Metal Hammer no início deste mês de março, o vocalista também elogiou o membro do Sabbath, afirmando:
“Continuo falando muito sobre o Black Sabbath. É uma grande inspiração para mim e acho que Geezer merece muito crédito por isso, pelas letras extremamente frágeis e introspectivas, se colocando ali como um pequeno ser humano diante da grande máquina da autoridade. Isso sempre foi uma inspiração para mim, mesmo que as letras estejam envolvidas em um rock grandioso e poderoso.”
Já ao mesmo veículo em 2018, ao colocar “N.I.B.” em sua lista de “hinos satânicos”, Forge justificou a escolha da seguinte maneira:
“O Black Sabbath tem tantas músicas com referências a Lúcifer, mas geralmente havia um tom bastante humano, triste e romântico nas letras de Geezer Butler. Eles são uma grande inspiração para mim e para o que fazemos. Não tanto os dois primeiros álbuns, mas certamente o ‘Sabotage’ e o ‘Sabbath Bloody Sabbath’. Muitas das bandas de sludge and doom reivindicam uma influência do Sabbath, mas elas estão apenas pegando emprestadas certas músicas, então elas são bastante unidimensionais, é sempre ‘Symptom of the Universe’ ao invés de, digamos, ‘Laguna Sunrise’. ‘N.I.B.’ é uma ótima música e ‘Meu nome é Lúcifer, por favor, pegue minha mão’ é um trecho de letra memorável.”
Tobias Forge e Black Sabbath
Como mencionado, conversando com a NME, Tobias Forge contou como o Black Sabbath influenciou o seu lado artístico e revelou quais álbuns mais marcaram a sua vida. Segundo o próprio, “Vol. 4” (1972), “Sabbath Bloody Sabbath” (1973) e “Sabotage” (1975) estão entre os trabalhos que o inspiraram. Ele disse:
“ Black Sabbath e Ozzy Osbourne foram uma tremenda influência para mim. Eu coloco uma divisão entre Ozzy como frontman e Ozzy como artista solo, porque eu cresci nos anos 80, quando ele era muito mais conhecido como um astro do rock do que pelo Black Sabbath. Mas eu também cresci ouvindo os antigos discos do Black Sabbath. Hoje em dia, eu amo a maioria dos lançamentos do Black Sabbath. Até mesmo os álbuns dos anos 80 e 90, a era Dio também tem um lugar muito especial no meu coração. ‘Vol. 4’, ‘Sabbath Bloody Sabbath’ e ‘Sabotage’ me marcaram muito desde que comecei a compor música. Eles foram muito influentes, mesmo que não seja muito evidente. Eu sempre os ouvi e sempre fui inspirado por eles.”
Vale destacar que Papa V Perpetua, novo personagem adotado pelo vocalista no Ghost, está entre os convidados especiais do show final do Black Sabbath. Com a formação original, a banda realizará sua despedida dos palcos em 5 de julho, no Villa Park, estádio em Birmingham, cidade inglesa onde foi formada.
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