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Jake E. Lee participará de festival com último show do Black Sabbath

Guitarrista que acompanhou Ozzy Osbourne entre 1983 e 1987 não manteve contato com o cantor; atentado pode ter marcado reaproximação

O festival que terá o último show da formação original do Black Sabbath deve ser marcante, também, para a carreira solo de Ozzy Osbourne. Não apenas pela prometida apresentação individual do vocalista antes de subir ao palco com Tony Iommi, Geezer Butler e Bill Ward, como também pela reaproximação com Jake E. Lee, citado entre os vários convidados especiais do evento.

O guitarrista trabalhou com o cantor entre 1983 e 1987. Tendo a empresária Sharon Osbourne como pivô, o rompimento foi traumático. Eles não mantiveram contato e Jake por diversas vezes teceu críticas públicas aos seus antigos patrões.

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Por isso, a presença de Lee entre as atrações do festival, marcado para acontecer dia 5 de julho em Birmingham, chama atenção. E um triste episódio recente envolvendo o guitarrista pode ter servido para reaproximá-lo a Osbourne.

Em outubro último, o músico de 67 anos foi vítima de um atentado a tiros em Las Vegas, cidade onde reside nos Estados Unidos. Na ocasião, ele levava o cachorro para passear quando foi atingido em três partes do corpo, após confrontar criminosos que estariam tentando roubar uma moto de um vizinho.

Felizmente, nenhum ponto vital foi gravemente prejudicado. Lee deixou o hospital após poucos dias.

Ao saber da notícia, Ozzy se manifestou. Em declaração ao site TMZ, o vocalista admitiu que não tinha contato com o guitarrista desde o fim da parceria, mas declarou-se surpreso com o incidente e desejou uma boa recuperação ao ex-colega.

“Faz 37 anos que não vejo Jake E. Lee, mas isso ainda não tira o choque de ouvir o que aconteceu com ele hoje. É apenas mais um ato sem sentido de violência armada. Envio meus pensamentos a ele e sua linda filha, Jade. Só espero que ele fique bem.”

Ainda não foi revelado o tipo de participação que Jake E. Lee fará no evento. Ele foi citado em meio a uma longa lista de convidados: Billy Corgan (Smashing Pumpkins), David Draiman (Disturbed), Duff McKagan, Fred Durst (Limp Bizkit), Lzzy Hale, Jake E. Lee, Jonathan Davis (Korn), K.K. Downing, Mike Bordin (Faith No More), Papa V Perpetua (Ghost), Rudy Sarzo, Sammy Hagar, Slash, Sleep Token II (Sleep Token), Tom Morello e Wolfgang Van Halen. Apresentam-se ainda as bandas Metallica, Slayer, Pantera, Gojira, Alice in Chains, Halestorm, Lamb of God, Anthrax e Mastodon, bem como Osbourne e o Sabbath.

Sobre Jake E. Lee

Nascido em Norfolk, Virginia, Estados Unidos, Jakey Lou Williams começou a tocar piano aos 6 anos, passando para a guitarra aos 13, influenciado pelos discos de rock da irmã.

Sua primeira banda foi o Teaser, nome em homenagem a um dos discos solo de Tommy Bolin (Deep PurpleJames Gang), de quem é ávido fã. A seguir, tocou no Mickey Ratt (futuro Ratt), Rough Cutt e se juntou brevemente ao Dio.

Entrou para a banda de Ozzy Osbourne em 1983, gravando os álbuns Bark at the Moon e The Ultimate Sin. Entre as turnês, se apresentou com o Madman na primeira edição do Rock in Rio.

No final dos anos 1980 formou o supergrupo Badlands, com o vocalista Ray Gillen, o baixista Greg Chaisson e o baterista Eric Singer – este último substituído por Jeff Martin após o primeiro disco. Após anos afastado dos holofotes, ressurgiu com o Red Dragon Cartel.

Problemas de saúde do guitarrista

Jake E. Lee esteve distante da mídia por alguns anos. Alguns rumores indicavam que o músico passava por alguns problemas de saúde que impediram o prosseguimento da carreira. Recentemente, o próprio se manifestou, corrigindo algumas informações e confirmando outras.

Em entrevista ao Tone-Talk, pouco antes do atentado a tiros em outubro, o artista revelou ter sido vítima de um erro médico. Inicialmente, havia sido diagnosticado com síndrome do túnel do carpo – o que bate com os rumores que vieram a público através de Greg Chaisson. No entanto, após alguns exames, se constatou que o problema era outro.

Ele contou, conforme transcrição do Blabbermouth:

“Pensei que tinha síndrome do túnel do carpo. Fui a um neurologista, enfiaram agulhas em mim e depois me eletrocutaram. Disseram que eu tinha síndrome do túnel do carpo. Então marquei uma consulta com uma cirurgiã de pulso, o que demorou um pouco. Ela pediu alguns raios X, o que ninguém tinha feito até então. Quando chegaram os resultados, ela disse: ‘Você não tem síndrome do túnel do carpo. Se alguém tivesse tirado um raio X do seu pulso, teria visto’.”

O diagnóstico definitivo indicava outra situação, proveniente do desgaste e avanço do tempo.

“Aparentemente não tenho mais cartilagem na mão direita e muito pouco na esquerda, embora a segunda não me incomode. É osso com osso, esfregando um no outro. Agora estou tomando injeções de cortisona no pulso — muito divertido — e fazendo fisioterapia para fortalecer os músculos ao redor, faço muitos alongamentos. É sobre controle da dor agora. É isso ou fundir os ossos, o que eu acho que Steve Morse fez. E isso mudará seu estilo de tocar. Se você fundir isso, agora é tudo cotovelo — talvez dedos, eu acho. Então eu vou ter cotovelo de tenista. Então ela disse que recomenda controle da dor. ‘Vamos ver se conseguimos fazer você tocar sem fundir os ossos’, o que parece bem radical.”

A princípio, os recursos utilizados parecem estar fazendo efeito. A ponto de Jake E. Lee ter planejado uma retomada de atividades — adiada em função dos tiros sofridos.

“Está melhor. Estou tocando de novo. Por quatro ou cinco anos eu realmente não toquei muito, a menos que tivesse uma ideia de música, o que sempre acontece quando você está adormecendo. Então eu pegava a guitarra e colocava a ideia no papel. Tenho um monte de ideias. Eu tenho tocado. Não dói tanto. Eu sinto que tudo está melhorando, então eu não vou fazer cirurgia. Vou aprender a tocar mais apoiado no cotovelo. Mas eu ainda tenho essa opção com o pulso e lidar com a dor.”

A ideia inicial é voltar de onde parou, divulgando o segundo álbum do Red Dragon Cartel, que teve a turnê interrompida pelo motivo que todos sabemos.

“Voltei a tocar há dois meses, mais ou menos. Quero terminar a turnê de ‘Patina’, do Red Dragon Cartel, que foi cancelada por causa da Covid. Depois, quem sabe fazer mais algumas gravações. Vamos ver no que isso vai dar.”

O show final do Black Sabbath

O Black Sabbath anunciou o último show de sua carreira com a formação original. Acontecerá em 5 de julho, no Villa Park, estádio em Birmingham, cidade inglesa onde a banda foi formada.

O vocalista Ozzy Osbourne, o guitarrista Tony Iommi, o baixista Geezer Butler e o baterista Bill Ward tocarão juntos pela primeira vez em duas décadas — e pela última vez na carreira.

Em nota, Ozzy Osbourne declarou:

“É minha hora de voltar ao começo… hora de retribuir ao lugar onde nasci. Quão abençoado sou por fazer isso com a ajuda de pessoas que amo? Birmingham é o verdadeiro lar do metal. Birmingham Forever.”

O evento também verá inúmeras apresentações de outros ícones da cena. Ozzy Osbourne (solo), Metallica, Slayer, Pantera, Gojira, Alice in Chains, Halestorm, Lamb of God, Anthrax e Mastodon estão escalados, além de convidados adicionais Billy Corgan (Smashing Pumpkins), David Draiman (Disturbed), Duff McKagan, Fred Durst (Limp Bizkit), Lzzy Hale, Jake E. Lee, Jonathan Davis (Korn), K.K. Downing, Mike Bordin (Faith No More), Papa V Perpetua (Ghost), Rudy Sarzo, Sammy Hagar, Slash, Sleep Token II (Sleep Token), Tom Morello e Wolfgang Van Halen.

Os ingressos estarão à venda na próxima sexta-feira (14 de fevereiro) às 7h (horário de Brasília). Todos os lucros irão para as instituições de caridade Cure Parkinson’s, Birmingham Children’s Hospital e Acorn Children’s Hospice.

A despedida do Black Sabbath

O último show do Black Sabbath até o momento ocorreu no dia 4 de fevereiro de 2017, na Genting Arena, em Birmingham, Inglaterra. À época, Tommy Clufetos, integrante da banda solo de Ozzy, substituía Bill Ward nas baquetas.

No último ano, todos os integrantes originais do Black Sabbath se manifestaram de forma favorável à realização de um último show do grupo. Seria uma forma de oferecer uma despedida digna não apenas ao quarteto clássico, como também a integrantes que, em idade avançada, podem nunca mais se apresentar ao vivo em qualquer banda.

Entre todos os envolvidos, Ozzy Osbourne é quem está mais debilitado. O vocalista sequer conseguiu cantar durante sua recente homenagem no Rock and Roll Hall of Fame, no último mês de outubro.

Diagnosticado com Parkinson, o cantor de 76 anos está com seus movimentos comprometidos após uma queda doméstica sofrida em 2019. O grave tombo promoveu uma piora em sua coluna, operada em 2003 devido a um acidente de quadriciclo. Sua turnê de despedida como artista solo, No More Tours II, precisou ser cancelada em definitivo.

Tony Iommi, 76, foi diagnosticado com um linfoma em 2012. O tratamento foi bem-sucedido e em 2016 ele revelou que o câncer está em remissão, mas ele está sob acompanhamento constante. Diz-se que a aposentadoria do Sabbath foi motivada em especial por sua saúde, visto que as viagens constantes afetam sua imunidade.

Bill Ward, também 76, lida com questões de saúde desde a década de 1990. Em 1998, ele deixou de participar de dois shows do Black Sabbath em função de um infarto. Uma das razões para ter sido desconsiderado da reunião anunciada em 2011 foi o fato de estar fora de forma, de acordo com Osbourne. O cantor disse, em comunicado publicado em 2015, que o colega esteve no hospital por diversas vezes em 2013 e havia passado por uma cirurgia no ombro. Já em 2017, foi internado novamente com problemas cardíacos.

O único a não enfrentar problemas de saúde, ao menos publicamente, é Geezer Butler. Todavia, o baixista anunciou há algum tempo sua aposentadoria do mundo da música. Hoje com 75 anos, ele diz que não tem mais a disposição de outros tempos para um recomeço — o qual havia sido tentado com o supergrupo Deadland Ritual.

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Igor Miranda
Igor Miranda
Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com pós-graduação em Jornalismo Digital. Escreve sobre música desde 2007. Além de editar este site, é colaborador da Rolling Stone Brasil. Trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, revista Guitarload, jornal Correio de Uberlândia, entre outros. Instagram, Twitter e Facebook: @igormirandasite.

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