A dura resposta de Jack White a fãs que esperam shows longos

"Beatles e Ramones tocavam sets de 30 minutos e, se eu pudesse, faria o mesmo neste momento da vida", escreveu o músico, também citando filmes da Marvel

Jack White tem quebrado certos conceitos em relação às suas apresentações ao vivo. Após o lançamento inesperado do álbum “No Name” em julho do ano passado, o músico passou a divulgar o material na estrada com shows surpresa e anunciados “em cima da hora” – prática que irá manter. 

Além disso, o artista não está seguindo um setlist fixo. Analisando os repertórios no Setlist.fm, é possível observar que a seleção e a quantidade de faixas muda a cada noite, o que altera até mesmo a duração das performances.

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De qualquer forma, a média é de 1h30 de espetáculo, o que tem desagradado uma parcela de fãs. Por isso, o eterno integrante do The White Stripes resolveu responder às críticas e aos pedidos por shows mais longos de forma direta nas redes sociais.

Em texto publicado no Instagram, o músico deixou claro: não irá aumentar o tempo das performances. Ao seu ver, quantidade não significa qualidade, como mostram apresentações feitas por nomes lendários como Ramones e Beatles

“Tenho ouvido muitos comentários sobre quanto tempo os meus shows deveriam durar. Como se a duração de um show determinasse o quão bom ele é. Sei que estamos vivendo em uma era em que as pessoas gostam de dizer ‘fulano tocou por 3 horas ontem à noite’ e se gabam disso no dia seguinte. Mas já aviso aos nossos fãs que minha intenção não é ‘impressionar’ vocês nesse sentido. Os Beatles e os Ramones tocavam sets de cerca de 30 minutos e, se eu pudesse, faria o mesmo neste momento da minha vida como performer.”

Em seguida, White associou o pensamento de shows mais longos a estádios, recheados de outros artifícios e efeitos especiais, e não aos verdadeiros shows de rock e punk, cuja essência é diferente:

“Acho que muitos de vocês não sabem (ou talvez não se lembrem?) como é um verdadeiro show de rock ou punk, se estão pensando dessa forma. Acho que vocês estão falando de um show de arena, com lasers, pirotecnia, telões gigantes com vídeos pré-gravados, cantores voando sobre a plateia, canhões de camisetas, etc. Esse não é o tipo de show que faço. Já vi uma infinidade de shows de rock and roll que duraram 45 minutos e me deixaram de queixo caído, me deixando muito inspirado. O segredo é sentir o clima, deixar o público exausto e inspirado e, acima de tudo, querendo mais – sem precisar de 3 horas para isso. É como dizer que um filme é melhor só porque custou 300 trilhões para ser feito.”

Por fim, o músico agradeceu o apoio e destacou que sua decisão de não prolongar as apresentações não significa falta de dedicação. Pelo contrário: sua intenção é entregar o que o público demanda no momento. Mencionando ainda os filmes da Marvel como exemplo, ele explicou:  

“Podem ter certeza de que nunca fiz um show no piloto automático em toda a minha vida. Seja por 20 minutos ou 2 horas, estou entregando ao público aquilo que o momento pede para compartilhar – e isso não significa que, se vocês aplaudirem mais alto, o show vai ser mais longo! Não há setlist fixo, isso não é um filme da Marvel ou uma residência em Las Vegas. Isso é rock and roll, algo vivo, pulsante, um organismo em constante mudança […]. Amo todos vocês demais e sou muito grato por estarem vindo aos shows, esperando na fila e gastando seu dinheiro suado nos shows. E saibam que a equipe e os caras da banda amam vocês tanto quanto eu.”

Como citado, White promove o mais recente álbum “No Name” (2024), lançado primeiramente de maneira misteriosa em lojas de vinil e, depois, no início de agosto, nas plataformas digitais. Ele sobe ao palco acompanhado de Patrick Keeler (bateria), Bobby Emmett (teclado) e Dominic John Davis (baixo).

Jack White e “No Name”

Álbum mais recente de Jack White, “No Name” chegou de maneira oficial no último dia 2 de agosto. Com 13 músicas, o disco foi gravado, produzido e mixado pelo artista no Third Man Studios em Nashville, Tennessee, entre 2023 e 2024. É o sexto trabalho solo do músico americano — seus registros mais recentes, “Fear of the Dawn” e “Entering Heaven Alive”, saíram em 2022.

Antes mesmo do anúncio oficial, “No Name” já havia se tornado um dos álbuns mais falados do ano. Clientes das lojas Third Man Records em Detroit, Nashville e Londres foram presenteados gratuitamente com um vinil sem identificação junto a suas compras no dia 19 de julho.

Na mesma data, o jornal alternativo Detroit Metro Times confirmou se tratar mesmo de um lançamento inédito do músico, distribuído gratuitamente com toda compra de uma loja da Third Man Records. A filial de Londres também deu a entender através de um story de Instagram que essa promoção só duraria até o fechamento de cada unidade naquele mesmo dia.

Cópias do disco então começaram a aparecer em sites como eBay por mais de US$ 800, dada a raridade do vinil. Segundo relatos no Reddit, assinantes do Third Man Vault, o clube de vinil da gravadora, também receberam cópias pelo correio do lançamento.

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Maria Eloisa Barbosa
Maria Eloisa Barbosahttps://igormiranda.com.br/
Maria Eloisa Barbosa é jornalista, 24 anos, formada pela Faculdade Cásper Líbero. Colabora com o site Keeping Track e trabalha como assistente de conteúdo na Rádio Alpha Fm, em São Paulo.

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