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Por que é impossível fazer cover de Black Sabbath, segundo Iommi

Guitarrista diz que técnica não é o bastante para alguém reproduzir o que ele criou com sua banda: "é simples... mas não é"

Embora carregue o peso de ter dado origem ao que se conhece hoje por heavy metal, a música do Black Sabbath não é necessariamente complexa, como a que o estilo desenvolveria nos anos seguintes. Apesar disso, Tony Iommi acredita que fazer um cover de seu grupo representa uma tarefa praticamente impossível.

Em entrevista de 2022 à Total Guitar (via Far Out Magazine), o pai do heavy metal afirmou que o tempo em que passou praticamente sozinho no comando da banda o fez conhecer diversos músicos que fizeram testes ou tocaram com o Sabbath. Tal socialização provou que as coisas não são tão simples assim.

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Ele disse:

“Eu toquei com outras pessoas que tinham uma abordagem técnica. Aprendi no período em que fiquei por conta própria e trouxe bateristas e baixistas que, por mais que você seja bom, isso não significa dizer que você consegue tocar o que tocamos.”

Para Iommi, a ausência de “feeling” em músicos muito técnicos é a prova de que o som do Black Sabbath não é tão simplório quanto muitos pensam. O guitarrista continuou:

“Isso provou um ponto, porque alguns desses músicos eram ótimos, mas você diria: ‘você consegue tocar ‘War Pigs’ ou ‘Black Sabbath’?’ e eles não conseguiam pegar. Nenhum sentimento. E a quantidade de vezes em que eu recebi bateristas para tocar, e eles diziam: ‘nós conhecemos tudo do Sabbath’ e eles tocavam. (E eu dizia:) ‘pare, não é nada disso, o sentimento não está aí’. Mas tecnicamente eles eram ótimos. Isso realmente abriu meus olhos. É simples… mas não é.”

A usina de riffs

Parte crucial da sonoridade irreplicável do Black Sabbath são os riffs criados por Tony Iommi – simples na concepção, mas únicos. A banda encerrou oficialmente as atividades em 2017, com um show na cidade natal de Birmingham e desde então o guitarrista tem aparecido pouco: seus trabalhos mais recentes foram dois singles instrumentais – “Scent of Dark” (2021) e “Deified” (2024) – lançados para promover perfumes lançados em parceria com a marca Xerjoff.

Sobre a aposentadoria, em 2022, o guitarrista comentou:

“Quando sinto vontade, vou e toco agora. E no momento, estou realmente longe disso porque há tantas outras coisas acontecendo, a última coisa que quero fazer é pegar uma guitarra! Mas quando pego, realmente me divirto. E eu gostava quando podia sentar com a banda e trazer ideias, e trazer riffs. Ou em casa, quando crio riffs. Então estou em meu elemento.”

Além dos singles, Iommi também tem trabalhado em remasterizações e remixagens de álbuns do Black Sabbath. Quase todos da fase com Tony Martin foram relançados no box “Anno Domini 1989–1995” (2024). O próximo deve ser “Born Again” (1983), único gravado com o vocalista Ian Gillan (Deep Purple).

Sobre Tony Iommi

Nascido em Birmingham, Inglaterra, Anthony Frank Iommi é o único membro a ter participado de todas as formações do Black Sabbath – incluindo a dissidência Heaven and Hell. Seus riffs de guitarra são a base de sustentáculo para tudo o que significa o heavy metal.

Lançou três álbuns com o projeto que leva seu sobrenome. O primeiro contava com cantores diferentes a cada faixa, enquanto os outros trazia Glenn Hughes nos vocais. Também integrou o Whocares, com membros antigos e atuais do Deep Purple, Iron Maiden, Metallica e HIM.

Em 1968, passou brevemente pelo Jethro Tull. Chegou a aparecer no especial “The Rolling Stones Rock & Roll Circus” com a banda. Colaborou em estúdio e ao vivo com artistas como Queen, Candlemass, Cathedral, Diamond Head, Girlschool e Quartz, além de seu colega de banda Ozzy Osbourne.

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André Luiz Fernandes
André Luiz Fernandes
André Luiz Fernandes é jornalista formado pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP). Interessado em música desde a infância, teve um blog sobre discos de hard rock/metal antes da graduação e é considerado o melhor baixista do prédio onde mora. Tem passagens por Ei Nerd e Estadão.

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