Alguns fãs do Raimundos ainda sonham com a volta do vocalista Rodolfo Abrantes, mas ele deseja reativar outro projeto. Hoje em carreira solo, o músico discutiu a recriação do Rodox, grupo que fundou em 2002, logo após sair da banda que o consagrou na década de 90.
Em entrevista ao canal Veja Por Outro Ângulo (via Begeeker), Rodolfo refletiu a respeito de uma possível retomada do projeto em questão, mas deixou claro que algumas condições precisariam se cumprir. O envolvimento dos demais integrantes — óbvia exceção feita a Canisso, baixista falecido em 2023 — seria essencial.
Disse o cantor:
“Cara, é um sonho, mas assim… tem muita gente envolvida que precisa estar dentro, sabe? O Rodox não é simplesmente uma coisa que eu vou juntar outros caras e fazer o Rodox, não. Se eu fosse fazer alguma coisa do Rodox teria que ser os originais. E tem muita coisa que precisa ajustar primeiro, mas eu tenho esse sonho sim. Me ajuda a orar!”
Rodolfo Abrantes está em carreira solo desde 2006, enquanto o Rodox foi encerrado dois anos antes. Conhecido por ter dado voz às letras ácidas e cheias de duplo sentido do Raimundos, o artista divide hoje seu tempo entre a música e outras atividades ligadas à religião evangélica.
Seu álbum solo mais recente é “O Dia Que Será pra Sempre” (2018). Em 2022, o vocalista lançou o single “O Fim é Bom”.
Rodolfo, Rodox e a oração
Formado já após a conversão religiosa de Rodolfo Abrantes, o Rodox existiu entre os anos de 2002 e 2004. Nesse tempo, lançou dois discos de estúdio: “Estreito” (2002) e um trabalho homônimo (2003), além do ao vivo “Rodox Ao Vivo em Curitiba” (2004).
Em sua última formação teve, além de Rodolfo nos vocais, Marcus Ardanuy e Marcelo Magal (guitarras), o DJ Bob (teclado, programações), Canisso (baixo, ex-companheiro de Abrantes no Raimundos) e Fernando Schaefer (bateria).
Foi justamente Schaefer, músico que permaneceu durante todo o tempo de atividade da banda, o protagonista de um incidente curioso, ocorrido naquele que teria sido o último show do Rodox, no Rock in Rio Café de Salvador, Bahia. João Gordo, vocalista do Ratos de Porão — que tocou no mesmo evento —, relatou ao Flow Podcast:
“O camarim do show era o mesmo. O Rodolfo chamou os caras do Rodox para orar, na nossa frente. Imagina eu e o Jão (guitarrista do RDP) segurando a risada com os caras orando. O Fernandão ficou p*to. Na segunda música, ele deu um ‘tiro de meta’ na bateria e acabou com o show. A bateria foi parar a 90 metros de distância. […] Tenho certeza que foi por isso (oração do Rodox). A gente ficou tirando um pelo, né? Os caras orando e ele deve ter pensado: ‘c***lho, que vergonha, na frente do Gordo’. Por que ele iria fazer isso?”
Em nota publicada à época (via Whiplash), Schaefer explicou a situação:
“O Rodolfo resolveu semana passada sair da banda pegando todos de surpresa… já estávamos com o clipe de ‘Segue a Linha’ pronto e 12 músicas instrumentais esperando os vocais… que nunca apareceram. Não entendíamos o porquê. Todo mundo dando um puta gás e nada acontecia da parte dele. Aquela bosta que a gente fez na Bahia foi só para cumprir a agenda. Tava todo mundo muito puto. No meio do show senti que não havia sentido algum da gente estar ali e já que era para acabar a banda não tinha nada a ver ficar com tanta hipocrisia com os nossos fãs. Então, mais uma vez, minha batera foi dar um rolê pra baixo do praticável. Não tenho absolutamente nada contra o Rodolfo, só que realmente não dava mais pra banda continuar dividindo o palco com um vocalista completamente diferente de todos principalmente no que se refere a crenças, religião, gosto musical e estilo de vida… então tá tudo certo, foi bom pra todo mundo enquanto durou e agora que acabou também. Tá falado…”
Em 2006, Rodolfo deu início à carreira solo com o disco “Santidade ao Senhor”, já com letras abertamente religiosas.
Clique para seguir IgorMiranda.com.br no: Instagram | Bluesky | Twitter | TikTok | Facebook | YouTube | Threads.