Jeff Buckley quase ganhou uma cinebiografia no início dos anos 2000. Com Brad Pitt no papel do saudoso cantor, o filme já tinha até mesmo a aprovação inicial da mãe do músico. Porém, com o passar do tempo, Mary Guibert ficou um tanto quanto receosa com o projeto e decidiu recusar a ideia.
À Variety, ela contou que tudo começou quando Pitt a convidou para almoçar em sua casa e a adicionou à lista de convidados VIP para seu casamento com a atriz Jennifer Aniston — de quem se separou em 2005. Diante da proximidade, Mary concedeu ao ator a permissão para fazer um longa-metragem biográfico sobre seu filho.
No entanto, ao pensar melhor sobre a sugestão, a responsável pelo legado do artista assumiu uma posição “cética”. Ao seu ver, não fazia sentido Pitt interpretá-lo, como explicou:
“Perguntei a ele: ‘vamos pintar seu cabelo, colocar lentes de contato marrons nesses olhos azuis e a voz de Jeff vai sair quando você vai abrir a boca?’.”
A parceria com Brad Pitt
De qualquer forma, Mary e o ator ainda mantiveram contato e conversas sobre um possível projeto. Os dois colaboraram efetivamente no vindouro documentário “It’s Never Over, Jeff Buckley”, com Pitt assinando a produção executiva e cuidando também da digitalização e preservação dos arquivos de Buckley.
Depois que a diretora Amy Berg procurou Mary interessada em trabalhar numa produção sobre Jeff, a mãe do artista ofereceu à cineasta o acesso aos materiais do músico. Assim, o documentário, com filmagens e mensagens de voz inéditas, começou a tomar forma. Ela relembra:
“Depois que comecei a ouvir suas mensagens de voz, as gravações de seu tocador, demos e a ler seus diários, eu simplesmente não conseguia imaginar esse projeto sendo outra coisa senão um documentário.”
“It’s Never Over, Jeff Buckley” estreará no Festival Sundance de Cinema nesta sexta-feira (24). Segundo o Hollywood Reporter, o documentário ainda busca uma empresa distribuidora.
Sobre Jeff Buckley
Jeff Buckley cresceu atendendo pelo nome de Scottie Moorhead. Apesar de ter sido fruto do breve casamento entre Mary Guibert e o cantor e compositor Tim Buckley, ele só se encontrou com o pai uma vez, aos 8 anos. Foi criado pela mãe e o padrasto, Ron Moorhead.
Seu primeiro disco saiu em 1994. “Grace” não teve um bom desempenho na época, nem foi aclamado pela crítica, mas vários medalhões do rock ficaram impressionados com o talento do então jovem artista. Até hoje, o trabalho vendeu mais de 3 milhões de cópias.
O início das gravações do segundo álbum foi tortuoso. Sessões produzidas por Tom Verlaine, líder do grupo protopunk Television, foram abortadas. Esse material, junto de demos feitas pelo cantor em Memphis para as sessões que nunca vieram a ocorrer, foram compiladas pela gravadora após sua morte no disco “Sketches for My Sweetheart The Drunk”.
Buckley morreu afogado, aos 30 anos, no dia 29 de maio de 1997. Ele estava às margens de um canal do rio Wolf, afluente que encontrava o rio Mississippi em Memphis, acompanhado de Keith Foti, seu roadie.
Foti se distraiu em dado momento ao tentar tirar um violão e um rádio do alcance das ondas causadas por um reboque passando pelo rio. Nisso, perdeu Buckley de vista. O rastro do reboque criou uma pequena correnteza que o levou para o fundo do rio.
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