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Após impasse, Pink Floyd enfim vende catálogo musical; veja valor

Banda, que fechou um acordo milionário com a Sony, vinha tentando ceder os direitos de sua obra desde 2022

Desde 2022, o Pink Floyd vinha tentando negociar a venda de seu catálogo musical. Segundo o guitarrista David Gilmour à Rolling Stone, o problema mais recente estava na discordância de um dos membros — provavelmente Roger Waters —, cuja permissão era necessária. Porém, depois de interrupções nas tratativas, a banda enfim cedeu a sua obra. 

De acordo com o Financial Times (via Guitar), a Sony adquiriu as gravações dos músicos, assim como os direitos conexos — que protegem os envolvidos em um registro musical além dos principais autores —, pelo valor de US$ 400 milhões (aproximadamente R$ 2,2 bilhões na cotação atual). Também teriam entrado na conta os direitos de nome e imagem.

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Teriam ficado de fora apenas os direitos de publicação, cujo responsável controla a maneira com que uma canção é reproduzida, distribuída e utilizada por terceiros. A informação é da Music Business Worldwide.

Atualmente, os royalties das músicas do Pink Floyd são administrados por duas empresas. No caso, a Pink Floyd Music Limited arrecada a receita gerada pelos discos gravados antes da saída de Waters, enquanto que a Pink Floyd (1987) realiza a mesma tarefa em relação aos trabalhos lançados posteriormente. Juntas, as companhias ganharam US$ 50 milhões (cerca de R$ 271 milhões) no período de um ano.

David Gilmour e a venda do catálogo

David Gilmour já havia manifestado interesse em vender o catálogo do Pink Floyd. E não apenas pelo dinheiro envolvido.

À Rolling Stone, o guitarrista e vocalista revelou possuir outras motivações por trás da ação. Como esperado, a conturbada relação com Roger Waters também possuía influência na expectativa do músico. Ele explicou à revista:

“Livrar-me da tomada de decisões e das discussões que estão envolvidas em manter tudo funcionando é meu sonho. Se as coisas fossem diferentes… e não estou interessado nisso do ponto de vista financeiro. Só estou interessado nisso pela possibilidade de sair do banho de lama que tem sido por um bom tempo.”

Quando é sugerido a Gilmour que provavelmente é desafiador obter três votos “sim” para qualquer coisa neste momento, ele esclarece:

“Bem, não é assim que realmente funciona. Funciona em um sistema de veto. Você poderia dizer que são três pessoas dizendo sim, mas uma pessoa dizendo não.”

O impasse na venda após declarações de Roger Waters

Em 2022, comentários feitos por Roger Waters em uma entrevista para a Rolling Stone sobre as guerras na Ucrânia e Israel repercutiram negativamente junto a possíveis compradores do catálogo. Segundo a Variety, a situação deixou pelo menos um investidor em potencial receoso. O caso parece ter levado outros a repensar suas posições.

À época, o artista disse que relatos de crimes de guerra cometidos por tropas russas na Ucrânia são falsos e fez declarações sobre o papel de judeus americanos e britânicos na situação de Israel que tem sido analisadas como quase antissemitas.

Além disso, o músico defendeu a presença russa na Síria por estarem a convite do ditador Bashar al-Assad e garantiu, sem apresentar provas, que está em uma lista de morte que seria apoiada pelo governo da Ucrânia.

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Maria Eloisa Barbosa
Maria Eloisa Barbosahttps://igormiranda.com.br/
Maria Eloisa Barbosa é jornalista, 22 anos, formada pela Faculdade Cásper Líbero. Colabora com o site Keeping Track e trabalha como assistente de conteúdo na Rádio Alpha Fm, em São Paulo.

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