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Gene Simmons, que já elogiou o Red Hot, diz não se lembrar de nada que Flea toca

Adepto do “menos é mais”, baixista reconhece talento do colega de instrumento, mas faz ressalvas

Após mais de meio século nos holofotes, nenhuma declaração de Gene Simmons pode ser considerada surpreendente a esta altura. O eterno baixista e vocalista do Kiss é capaz de ser autodepreciativo ou disparar contra qualquer um, incluindo seu eterno sócio Paul Stanley.

Em entrevista à Guitar World, o músico falou sobre seu desprezo a colegas de profissão extremamente técnicos que não conseguem criar uma passagem que ele considere facilmente decorável. O conteúdo em si não é exatamente uma novidade. Mas o linguarudo – em todos os sentidos – citou até mesmo exemplos, incluindo um muito popular.

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Ele disse, ao falar sobre virtuosos do instrumento:

“Há muitos baixistas incríveis, como Jaco Pastorius e os caras do jazz. Ou caras como Flea, que é muito bom em seu instrumento, mas não consigo lembrar de nada que ele toque – e também não gosto do som de um baixo sendo ‘slappeado’.”

O slap é uma técnica que consiste em bater as cordas do baixo contra o corpo ou o braço, produzindo sons percussivos.

Simmons apontou preferir menos notas, mas que sejam lembradas por todos, em vez de 100 notas que são facilmente esquecíveis. Ele completa:

Eric Clapton, antes de virar pop e quando era considerado ‘Deus’, foi entrevistado e disse algo muito profundo: ‘A coisa mais difícil de fazer é saber quais notas colocar em um solo e quais notas não colocar em um solo.’ Às vezes, se for chocantemente simples e quase nada emocionante, mas eu puder cantarolar, é isso que importa, porque é memorável.”

“Cite um músico de jazz que signifique algo”

Na mesma entrevista, Simmons já havia deixado claro que nunca tentou ser um virtuoso em seu instrumento. Ao seu ver, ninguém liga para isso além de outros instrumentistas.

“Não me considero – e nunca me interessei em ser – um virtuoso do baixo. Não gosto de exibicionismo na música. Sou muito mais atraído pelo que é memorável. É parte da alegria da música para mim. Você pode ser um músico de jazz e ser respeitado pelos músicos, mas o resto do mundo não está nem aí. Vamos jogar um jogo: cite um músico de jazz que signifique algo.”

Em seguida, o próprio resolveu citar o exemplo de um músico competente, conhecido até por trabalhar com Miles Davis e Mahavishnu Orchestra, mas pouco lembrado pelo público geral. Disse o Demon: 

John McLaughlin? Ele é um ótimo músico. Mas aqui vai uma pergunta: você consegue cantarolar alguma melodia que ele já tenha tocado em um solo? Claro que não. Com todo o respeito, mas esse gênero tem como intenção mostrar o quão bem você toca e eu não ligo para isso. A coisa mais difícil de fazer é compor uma boa música simples ou um riff. Isso é muito difícil.”

Gene Simmons e o Red Hot Chili Peppers

Curiosamente, Gene Simmons já compartilhou pensamentos mais entusiasmados sobre o Red Hot Chili Peppers em bate-papo com a Vice, em 2016, resgatado pelo Rock and Roll Garage. Durante a matéria, ele foi apresentado a novos sons de algumas bandas. A de Flea foi representada por “Dark Necessities”, do à época álbum mais recente do grupo, “The Getaway” (2016).

O músico não só demonstrou ter curtido a canção, como, também, fez elogios aos colegas – destacando, inclusive, que o grande mérito dos caras é “saber quem eles são”.

“Sempre os achei únicos e empolgantes. A grande coisa sobre os Chili Peppers é saber quem eles são. Eles sabem qual o DNA deles. É a coisa mais importante que uma banda precisa descobrir sobre si própria. Essa música (‘Dark Necessities’) soa como Chili Peppers clássico. Os fãs vão adorar.”

Em seguida, apontou como o Red Hot se diferencia de outras bandas de rock.

“Eles são uma banda de rock, mas claramente decidiram marchar ao som de sua própria batida. As guitarras nunca soam como guitarras de rock, nunca estão no volume máximo. Eles fazem rap e há um baixista claramente do funk, Flea, que deve ser um fã de James Brown. Não é rock clássico, mas certamente é rock.”

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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Em entrevista à Guitar World, o músico falou sobre seu desprezo a colegas de profissão extremamente técnicos que não conseguem criar uma passagem que ele considere facilmente decorável. O conteúdo em si não é exatamente uma novidade. Mas o linguarudo – em todos os sentidos – citou até mesmo exemplos, incluindo um muito popular.

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Ele disse, ao falar sobre virtuosos do instrumento:

“Há muitos baixistas incríveis, como Jaco Pastorius e os caras do jazz. Ou caras como Flea, que é muito bom em seu instrumento, mas não consigo lembrar de nada que ele toque – e também não gosto do som de um baixo sendo ‘slappeado’.”

O slap é uma técnica que consiste em bater as cordas do baixo contra o corpo ou o braço, produzindo sons percussivos.

Simmons apontou preferir menos notas, mas que sejam lembradas por todos, em vez de 100 notas que são facilmente esquecíveis. Ele completa:

Eric Clapton, antes de virar pop e quando era considerado ‘Deus’, foi entrevistado e disse algo muito profundo: ‘A coisa mais difícil de fazer é saber quais notas colocar em um solo e quais notas não colocar em um solo.’ Às vezes, se for chocantemente simples e quase nada emocionante, mas eu puder cantarolar, é isso que importa, porque é memorável.”

“Cite um músico de jazz que signifique algo”

Na mesma entrevista, Simmons já havia deixado claro que nunca tentou ser um virtuoso em seu instrumento. Ao seu ver, ninguém liga para isso além de outros instrumentistas.

“Não me considero – e nunca me interessei em ser – um virtuoso do baixo. Não gosto de exibicionismo na música. Sou muito mais atraído pelo que é memorável. É parte da alegria da música para mim. Você pode ser um músico de jazz e ser respeitado pelos músicos, mas o resto do mundo não está nem aí. Vamos jogar um jogo: cite um músico de jazz que signifique algo.”

Em seguida, o próprio resolveu citar o exemplo de um músico competente, conhecido até por trabalhar com Miles Davis e Mahavishnu Orchestra, mas pouco lembrado pelo público geral. Disse o Demon: 

John McLaughlin? Ele é um ótimo músico. Mas aqui vai uma pergunta: você consegue cantarolar alguma melodia que ele já tenha tocado em um solo? Claro que não. Com todo o respeito, mas esse gênero tem como intenção mostrar o quão bem você toca e eu não ligo para isso. A coisa mais difícil de fazer é compor uma boa música simples ou um riff. Isso é muito difícil.”

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Curiosamente, Gene Simmons já compartilhou pensamentos mais entusiasmados sobre o Red Hot Chili Peppers em bate-papo com a Vice, em 2016, resgatado pelo Rock and Roll Garage. Durante a matéria, ele foi apresentado a novos sons de algumas bandas. A de Flea foi representada por “Dark Necessities”, do à época álbum mais recente do grupo, “The Getaway” (2016).

O músico não só demonstrou ter curtido a canção, como, também, fez elogios aos colegas – destacando, inclusive, que o grande mérito dos caras é “saber quem eles são”.

“Sempre os achei únicos e empolgantes. A grande coisa sobre os Chili Peppers é saber quem eles são. Eles sabem qual o DNA deles. É a coisa mais importante que uma banda precisa descobrir sobre si própria. Essa música (‘Dark Necessities’) soa como Chili Peppers clássico. Os fãs vão adorar.”

Em seguida, apontou como o Red Hot se diferencia de outras bandas de rock.

“Eles são uma banda de rock, mas claramente decidiram marchar ao som de sua própria batida. As guitarras nunca soam como guitarras de rock, nunca estão no volume máximo. Eles fazem rap e há um baixista claramente do funk, Flea, que deve ser um fã de James Brown. Não é rock clássico, mas certamente é rock.”

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João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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