Apesar de ser um dos músicos mais bem-sucedidos de todos os tempos tanto em criação quanto comercialmente, Roger Waters é um dos maiores críticos da própria obra. Não à toa, o artista é um tanto quanto econômico na hora de mencionar os álbuns pelos quais gostaria de ser lembrado.
Em entrevista de 2005 à revista Word, resgatada pelo fansite PinkFloydz.com, o músico escolheu dois discos do Pink Floyd e um trabalho solo. Os da banda são clássicos atemporais. Já o próprio, embora não tenha feito grande sucesso, adquiriu status de “cult” com o passar dos anos.
Ele declarou, conforme resgate do Far Out Magazine:
“Gostaria de ser lembrado por ‘Dark Side of the Moon’, ‘The Wall’ e ‘Amused to Death’, você conhece as músicas. Gostaria de ser lembrado por ter uma visão do rock de arena como teatro, por desenvolver o casamento entre elementos visuais e a música para tornar a experiência do rock and roll mais visceral.”
Pink Floyd e “Dark Side of the Moon”
Oitavo álbum de estúdio do Pink Floyd, “Dark Side of the Moon” (1973) é seu trabalho mais bem-sucedido, com mais de 45 milhões de cópias vendidas mundialmente. Permaneceu 741 semanas consecutivas na Billboard 200, principal parada norte-americana, entre 1973 e 1988.
Foi concebido como um trabalho conceitual focado nas pressões enfrentadas pela banda e os problemas de saúde mental do ex-membro Syd Barrett, que deixou o grupo em 1968. O material foi desenvolvido em performances ao vivo, com boa parte sendo executada nos palcos antes mesmo das gravações.
“The Wall”, a ópera-rock multimídia
Um dos trabalhos conceituais mais conhecidos de todos os tempos, “The Wall” (1979) conta a história de Pink, personagem criado por Roger Waters, baseado em seus traumas, medos e lembranças, além também contar com traços da personalidade do seu antigo colega de banda, Syd Barrett.
Foi o último disco da banda como um quarteto. O tecladista Richard Wright acabou sendo demitido e recontratado como músico assalariado posteriormente. A turnê contou com a execução do tracklist na íntegra, além de uma representação dramatizada da história. Posteriormente, também viraria filme.
“The Wall” chegou ao primeiro lugar na Billboard 200 e vendeu mais de 30 milhões de cópias em todo o mundo até hoje.
Roger Waters e “Amused to Death”
Terceiro trabalho solo de Roger Waters, “Amused to Death” (1992) é uma crítica à indústria cultural e à rotina de consumo da sociedade moderna. A figura central do álbum é baseada na imagem de um chimpanzé que mudava os canais de uma televisão, como mostra a capa.
Jeff Beck toca guitarra em metade do tracklist. Steve Lukather (Toto) se encarrega do mesmo instrumento em “Too Much Rope” e “Perfect Sense”. Don Henley (Eagles) canta em “Watching TV”, mesma função de Rita Coolidge na faixa-título.
O título é inspirado no livro “Amusing Ourselves to Death”, lançado em 1985 por Neil Postman. O trabalho chegou ao 8º lugar no Reino Unido e 21º nos Estados Unidos. Ganhou disco de ouro na Austrália.
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