O Opeth adiou em seis semanas o lançamento de seu novo álbum de estúdio. Em vez de 11 de outubro, “The Last Will and Testament” chegará a público em 22 de novembro, ainda via Reigning Phoenix Music.
O grupo sueco menciona atrasos imprevistos no processo de fabricação. Visando manter a qualidade do produto físico, a opção encontrada foi o adiamento.
Em nota, o vocalista e guitarrista Mikael Åkerfeldt afirma:
“Nos esforçamos para entregar o produto da mais alta qualidade possível e, para isso, precisamos de um pouco mais de tempo para garantir que o lançamento final atenda aos nossos padrões. Entendemos que isso pode ser uma decepção, mas agradecemos sinceramente sua paciência e apoio contínuo. Mal podemos esperar para compartilhar essa nova música com vocês e estamos confiantes de que valerá a pena esperar.”
“The Last Will and Testament”, o novo álbum do Opeth
Serão ao todo oito faixas, sete delas nomeadas apenas com números, como se fossem parágrafos de de um testamento. A exceção é “A Story Never Told”, última da tracklist.
“§1”, escolhida como primeiro single, pode ser ouvida abaixo.
Em nota, o frontman Mikael Åkerfeldt definiu o álbum como “meio conceitual”. Segundo ele, a ideia por trás das composições é seu recente interesse pela ideia de “como membros de uma mesma família podem se voltar uns contra os outros”.
“Vi uma entrevista com esse cara cuja família tinha se voltado contra ele, por causa da herança, então compus uma música sobre isso no disco anterior. A ideia ficou comigo e então surgiu o programa de TV ‘Succession’, amava essa série. […] Este álbum é uma jornada musical inquieta que reflete meu próprio relacionamento com a música como consumidora dela. Eu pego algo aqui, descarto algo ali. Adoro e odeio música ao mesmo tempo. Essa ambivalência me leva por algum tipo de caminho criativo meu e então, de repente, uma coleção de músicas foi criada. Na melhor das hipóteses, essas músicas são boas o suficiente para impressionar a banda. Boas o suficiente para os ‘poderes constituídos’ em termos da indústria. Boas o suficiente para ‘você’?!”
Em seguida, o frontman destacou haver “alguns ingredientes familiares” no disco. O músico faz provável menção à volta do uso de vocais guturais, percebida no single inaugural.
“Eu amo esse disco. Tenho que dizer. Talvez eu esteja orgulhoso, até? Há alguns ingredientes familiares nele, eu suponho. A maioria da nossa música surgiu da mesma fonte, então acho que não é muito chocante se vai soar como ‘nós’. Estou um pouco impressionado com o que fizemos com ‘The Last Will and Testament’. Parece um sonho. Há alguma coerência e habilidades de composição, espero, mas o que eu sei? Eu tendo a favorecer o estranho em vez do óbvio, mas sinto que estou em minoria — e isso é bom.”
Participação de Ian Anderson
A especulação mais forte em relação a participações especiais de “The Last Will and Testament” se dá na figura de Ian Anderson. O líder do Jethro Tull confirmou ter trabalhado com os suecos em algumas ideias.
Em entrevista exclusiva ao IgorMiranda.com.br, o artista contou:
“Ele (Mikael) entrou em contato com meu filho há alguns anos quando tocamos na Suécia. Três ou quatro anos atrás. Ou melhor, dois ou três anos atrás. Ele me convidou para participar desse disco novo e eu concordei. Gravei há poucos meses.”
Apesar da pouca empolgação nas palavras, Ian garantiu que só aceitou gravar por realmente ter gostado da proposta. Ele disse:
“Às vezes as pessoas me pedem para tocar em seus discos e se eu gosto do que elas fazem, eu aceito. Acho que todo ano eu participo como convidado de dois ou três álbuns de outros artistas. Alguns deles relativamente bem conhecidos, alguns bem obscuros. Mas depende, pois eu preciso gostar da música e me divertir fazendo. Além disso, precisa ser algum um pouco diferente do que eu já faço para ser interessante e me desafiar. Algo diferente em termos de estilo, para que eu possa aprender alguma coisa com essa experiência.”
De sua parte, Mikael Åkerfeldt apenas confirmou os contatos, sem especificar algo ou até mesmo confirmar se a colaboração entrará no produto que chegará às mãos do público. Anteriormente, se indicava que Anderson apareceria em três ou quatro músicas do repertório.
Álbum anterior e mudança
“The Last Will and Testament” será o sucessor de “In Cauda Venenum” (2019). O trabalho chegou ao Top 20 em 13 paradas europeias, com destaque para o 2º lugar na Finlândia e 5º na Alemanha. Foi lançado em duas versões, cantado em inglês e sueco. É o play de inéditas mais longo da carreira da banda, com 67 minutos e 57 segundos de duração.
Foi o último de estúdio a contar com o baterista Martin Axenrot. Ele foi demitido em circunstâncias nunca reveladas, mas especulações de bastidores indicam que teria se recusado a tomar vacina contra a covid-19 no período em que havia a obrigação para viagens. Seu substituto é Waltteri Väyrynen, ex-Paradise Lost.
Opeth — “The Last Will and Testament”
01. §1
02. §2
03. §3
04. §4
05. §5
06. §6
07. §7
08. A Story Never Told
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