Régua? A dificuldade de se gravar o Pink Floyd em estúdio, segundo Alan Parsons

Trabalho em “Dark Side of the Moon” exigiu muito do produtor, especialmente pela tecnologia escassa da época

Um dos grande méritos do Pink Floyd em “The Dark Side of the Moon” está em sua complexidade de elementos que se encaixam, criando uma música fabulosa e, ao mesmo tempo, acessível. Lembremos que o disco foi gravado entre 1972 e 73, época em que a tecnologia era frágil em comparação à atual.

Ainda assim, a banda e Alan Parsons realizaram uma façanha. Durante conversa com Rick Beato, o produtor deu um panorama de como as coisas aconteceram. Também explicou o quanto a inventividade determinou os caminhos adotados em busca dos resultados.

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Ele disse, conforme transcrição do Ultimate Guitar:

“Ocasionalmente usamos metrônomo. Estou tentando lembrar quais músicas em particular. Acho que ‘On the Run’, provavelmente, quase certamente. Na verdade, o sintetizador era meio que seu próprio metrônomo. Mas teria sido um metrônomo mecânico. Servia, basicamente, para identificar onde se estava na música. Era apenas uma contagem de compassos. Era mais útil para isso do que qualquer outra coisa.”

Quando perguntado sobre os efeitos sonoros particularmente em “Money”, e se eles foram feitos separadamente e depois editados, Parsons respondeu:

“Eles realmente tocaram a faixa para aquele loop. O loop foi bem difícil de ser alcançado. Tínhamos os ruídos básicos — deixar cair um saco de dinheiro em um piso de madeira, rasgar um pedaço de papel. Mas eu lembro de juntá-los, queríamos que percorresse a sala em quadrifônico.”

Alan Parsons e o uso da régua

No entanto, o trabalho era tão difícil que foi necessário recorrer a um instrumento que muitos nem conseguem imaginar – mas que acabam se dando bem com o uso do rolo de fita. Parsons explica:

“A dificuldade era que cada som tinha uma duração diferente. Se tivéssemos simplesmente juntado eles, teria sido completamente não rítmico. Então a única maneira de fazer soar correto ritmicamente era medir a fita com uma régua. Cada som tinha seis e sete oitavos de polegada. Você mede, faz a emenda, pega o próximo som e emenda de novo. Esse loop seria transferido da máquina de estúdio de quatro canais para o master de 24 canais e era isso que eles tocavam.”

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Discutindo mais a fundo, Alan então explicou como eles realmente fizeram o trabalho funcionar com a música.

“Eles só tocaram a introdução e até o ponto em que o vocal entra, então rolava um fade out. Essencialmente, o que você ouve na música, como ele desaparece, é o que eles estavam recebendo também. Era difícil fazer em estúdio e ainda mais ao vivo.”

Experiência ao vivo com as músicas

Entrando em mais detalhes, Rick Beato perguntou como tocaram esses efeitos durante as sessões e se era outro dispositivo multicanal. Alan Parsons confirmou que era um Teac de 4 canais. Quando questionado sobre quem estava tocando, ele respondeu:

“Um dos outros técnicos que acompanhava a banda na estrada. Ele sabia as dicas e apertava o botão no momento certo.”

Vale destacar que boa parte do material do disco já era tocado nos shows antes mesmo das gravações. Parsons explica, em termos técnicos:

“Eles eram uma banda que tocava com o PA. Acho que eles provavelmente teriam encontrado seu próprio ritmo. Devemos ter conseguido o loop para eles de alguma forma. Só não consigo lembrar. Quer dizer, soava ridículo com o espaço entre o PA frontal e os alto-falantes nas caixas de som na parte de trás e nas laterais. Tínhamos um tipo interessante de configuração quadrifônica. Não era esquerda frontal, direita frontal. Era frente, trás, esquerda, direita. Então era girado 45 graus.”

Pink Floyd e “The Dark Side of the Moon”

Oitavo álbum de estúdio do Pink Floyd, “The Dark Side of the Moon” é seu trabalho mais bem-sucedido, com mais de 45 milhões de cópias vendidas mundialmente. Permaneceu 741 semanas consecutivas na Billboard 200, principal parada norte-americana, entre 1973 e 1988.

Foi concebido como um trabalho conceitual focado nas pressões enfrentadas pela banda e os problemas de saúde mental do ex-membro Syd Barrett, que deixou o grupo em 1968. O material foi desenvolvido em performances ao vivo, com boa parte sendo executada nos palcos antes mesmo das gravações.

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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