Phil Collins: “Peter Gabriel ficou com a credibilidade e eu com o dinheiro”

Apesar de não ser tão incensada pelos fãs, fase com o baterista assumindo vocais do Genesis fez bem mais sucesso

Os álbuns mais conceituados do Genesis junto aos fãs foram gravados com Peter Gabriel nos vocais. As obras imaginativas e detalhadas conquistaram mentes e corações, além de influenciar vários artistas das gerações posteriores. Ainda assim, em relação ao público generalista, o maior sucesso veio quando o vocalista saiu e o baterista Phil Collins foi promovido ao posto de frontman.

Curiosamente, o rompimento não gerou distanciamento. O instrumentista colaborou com os primeiros trabalhos solo do antigo colega de banda. E ele até mesmo entende haver uma série de paralelos sonoros, tanto com o grupo quanto com a carreira que iniciou a seguir, usando o próprio nome.

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Em entrevista de 2015 à revista Prog, ele recordou essa época, dizendo:

“Houve um tempo em que estávamos correndo em paralelo, sim. Acho que as pessoas esquecem disso às vezes. Você sabe o que aconteceu com ‘Intruder’ [a música de Gabriel de 1980 na qual Collins e Hugh Padgham foram pioneiros no som de ‘bateria reverberada’]? Quando Peter ouviu esse som pela primeira vez — nós o chamávamos de ‘facehugger’, como aquela coisa em ‘Alien’ — ele saiu do sofá e perguntou: ‘O que é isso?’ Respondi: ‘O que você vai fazer com isso? Esse é meu bebê’. Ele disse: ‘Vou usá-lo’, e eu: ‘Mmmm…’ Então, Peter reescreveu ‘Intruder’ para se encaixar no ritmo da bateria.”

A situação não chegou a gerar uma crise, mas uma discussão precisou ser travada em relação aos créditos como compositores.

“Bem, eu disse: ‘Posso pelo menos ganhar um crédito?’ O que ele me deu — um pouco a contragosto, acho. O que não é tão conhecido é que eu toquei bateria na banda de Peter nessa época porque ele não tinha dinheiro para pagar a banda americana. Mas eu amava o que Peter fazia. Era muito divertido. Lembro-me de passar um dia tocando ‘I Don’t Remember’. Eu amava aquele gancho — ‘Ding‑ding-ding…’ Perguntei: ‘Por que você não está tocando isso?’ Ele disse: ‘Eu não quero’. Peter fazia coisas assim — como se estivesse colocando uma armadilha na sua frente.”

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Peter Gabriel x Phil Collins

A seguir, o entrevistador ressaltou o fato de Peter Gabriel ter sido consagrado como um músico mais “sério” em comparação ao trabalho pop de Phil Collins. Ele usou um argumento concreto para mostrar que não se importa.

“Nós éramos animais diferentes. Eu estava apenas tentando escrever as melhores músicas que podia, mas você está certo, Peter ficou com toda a credibilidade… e eu com o dinheiro! Ha. Eu nunca disse isso antes, mas resume tudo.”

De formas diferentes, Gabriel e Collins ajudaram a escrever a música popular contemporânea nas últimas décadas do século passado. O primeiro segue na ativa com sua carreira solo, enquanto o segundo se aposentou em anos recentes.

Phil ainda alcançou uma marca que apenas Paul McCartney e Michael Jackson também obtiveram: a de vender mais de 100 milhões de discos tanto com suas bandas quanto como artistas solo.

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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