O momento em que o Kiss começou a ruir, segundo Ace Frehley

Guitarrista original da banda acredita que ocorreu um afastamento entre os integrantes muito antes de sua primeira saída em 1982

Ace Frehley deixou o Kiss pela primeira vez em 1982. Nas palavras do guitarrista, a saída ocorreu não só por causa de seu vício em drogas e álcool, mas também por discordar dos direcionamentos criativos da banda. Ao seu ver, o grupo já estava ruindo antes mesmo disso. 

Durante participação no podcast Guitar Tales, o músico relembrou o período. Apesar de guardar mágoas, o próprio admite que o início do quarteto nos anos 1970 ficou marcado por momentos bons ao lado dos ex-colegas, quando ainda eram “muito unidos”.

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Conforme transcrição da Ultimate Classic Rock, disse: 

“Criamos algo que vai continuar mesmo depois que estivermos mortos e enterrados. Tento deixar as coisas negativas de lado e focar nas memórias positivas. Nos divertimos muito. Costumávamos ser muito unidos. E tínhamos reuniões semanais da banda para desabafarmos sobre as coisas que estavam nos incomodando.”

Então, o clima agradável naturalmente mudou. Para o instrumentista, quando o dinheiro começou a entrar após o lançamento do álbum ao vivo Alive! (1975), os integrantes passaram a afastar-se um do outro, até seguirem caminhos diferentes.

Paul [Stanley] trabalhava em uma lanchonete. Eu entregava bebidas. Fui carteiro por seis meses. Fizemos todo tipo de trabalho antes de começarmos a ganhar muito dinheiro. No começo, eu e Gene [Simmons] costumávamos dividir um quarto em um hotel da Holiday Inn. E depois que ‘Alive!’ estourou, cada um tinha sua própria suíte. Foi quando cada um começou a seguir o seu próprio caminho. E foi meio que o começo do fim.”

Por fim, reforçou a ideia ao dizer:

“Depois que ficamos ricos, todos nós nos tornamos milionários, todos começaram a seguir seu próprio caminho. Todo mundo tinha sua própria limusine. Todo mundo tinha seu próprio segurança. Nada pode durar para sempre.”

Sobre Ace Frehley

Nascido no Bronx, em Nova York, Paul Daniel Frehley começou a tocar guitarra ainda na infância, incentivado pela família. Participou de uma série de bandas amadoras entre o final dos anos 1960 e início dos 1970s.

A consagração veio quando se juntou ao Kiss. Esteve presente em dois momentos, entre 1972 e 1982, regressando em 1996 e ficando até 2002. Criou o personagem Space Ace, além de ter desenhado o logotipo da banda. É até hoje o membro preferido de uma parte considerável dos fãs.

Na segunda metade dos anos 1980 comandou o Frehley’s Comet, que lançou dois discos de estúdio e teve repercussão mediana junto ao público. Possui oito álbuns solo, incluindo o lançado em 1978, quando ainda estava na banda que o tornou famoso. O mais recente, 10,000 Volts, saiu no início de 2024.

Kiss atualmente

No dia 2 de dezembro do ano passado, em seu último show, o Kiss anunciou que a história da marca será prosseguida através de avatares. As representações virtuais de Paul Stanley (voz e guitarra), Gene Simmons (voz e baixo), Tommy Thayer (guitarra) e Eric Singer (bateria) assumirão a linha de frente em espetáculos que ainda serão devidamente explicados.

A “New Era” do Kiss contempla outras iniciativas um pouco mais convencionais — e, em maioria, já conhecidas do público. A banda dará sequência a seu museu em Las Vegas, inaugurado em 2022, bem como ao cruzeiro Kiss Kruise.

A cinebiografia “Shout it Out Loud” segue em produção e a ideia é lançá-la em 2024. A história do grupo será contada em seus primeiros anos, até o estouro com o álbum “Alive!”, em 1975.

A obra é uma parceria com a Netflix, que se encarregará da promoção e distribuição. O norueguês Joachim Rønning (“Malévola: Dona do Mal”, “Piratas do Caribe: A Vingança de Salazar”, “A Aventura de Kon-Tiki”) é o diretor. O roteiro é assinado por Ole Sanders.

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Maria Eloisa Barbosa
Maria Eloisa Barbosahttps://igormiranda.com.br/
Maria Eloisa Barbosa é jornalista, 24 anos, formada pela Faculdade Cásper Líbero. Colabora com o site Keeping Track e trabalha como assistente de conteúdo na Rádio Alpha Fm, em São Paulo.

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