O guitarrista Neal Schon cedeu a um dos pedidos de Jonathan Cain, tecladista e seu colega de Journey. O músico solicitava que uma terceira pessoa atuasse como mediadora nos confrontos da Freedom 2020 Inc, empresa estabelecida por ambos para supervisionar as atividades do grupo e suas negociações.
O membro fundador publicou uma mensagem online onde reconhece as diferenças de posições e lamenta as novas acusações a quem vem sendo submetido junto a sua esposa. Também deixou claro ceder em alguns pontos impostos pelo colega, mesmo que de forma relutante.
Diz a nota postada no Facebook:
“Caros amigos,
Qualquer um que acompanhe o Journey saberá que Jon Cain e eu nem sempre concordamos em tudo. Ou, às vezes, em praticamente qualquer coisa. Recentemente, Jon Cain fez uma série de alegações e acusações caluniosas sobre mim e minha esposa – e não posso enfatizar o suficiente o quanto isso me aborreceu e o quão errados eles estão. Estou determinado a seguir o caminho mais nobre e deixar tudo isso de lado por enquanto para focar em nossos fãs, na turnê e em todos que se esforçam tanto para fazer as coisas acontecerem. É por isso que estou tão feliz que Jon agora concorda comigo que a dinâmica atual não pode continuar e é também por isso que estou satisfeito que vamos trazer alguém imparcial para nos ajudar a resolver nossas disputas, trazer clareza ao que estamos fazendo e nos permitir, como uma banda, voltar ao que todos nós deveríamos focar – fazer música e tocar para nossos fãs.
Obrigado a todos pelo apoio e nos vemos por aí em breve.
Neal Schon, fundador do Journey”
Processos no Journey
No início de agosto foi noticiado que os dois integrantes do Journey voltarão a se enfrentar na Justiça — algo que já havia ocorrido em anos recentes, mas não representou qualquer impedimento para a sequência das atividades da banda. Jonathan Cain acionou Neal Schon nos tribunais o acusando de estourar o limite de uma conta conjunta American Express de US$ 1 milhão.
Ao mesmo tempo, Schon teria excedido o teto de uma taxa diária de hotel de US$ 1,5 mil. O processo alega que o guitarrista “gastava até US$ 10 mil por noite”.
A ação remete a uma da mesma natureza perpetrada em 2022 – detalhada aqui. Na ocasião, o tecladista alegou que Neal usou o cartão corporativo do grupo visando abater despesas pessoais.
De sua parte, o acusado contra-atacou com uma ação alegando ter sido impedido de acessar as prestações de contas.
O novo processo também diz que os pagamentos de débito foram temporariamente bloqueados. Em um ponto, as finanças do Journey estavam supostamente em tal desordem que a equipe e a produtora não puderam ser pagas durante sua atual turnê por estádios, tendo o Def Leppard como coheadliner.
De acordo com repercussão do Ultimate Classic Rock, os advogados de Cain na Fox Rothschild LLP argumentam:
“Essas tensões imprevistas no fluxo de caixa representam uma grave ameaça de dano à empresa e à história de grandeza musical do Journey. A banda está sofrendo com lealdades divididas, deserções de equipe e tensão geral.”
Em outra parte, os representantes lamentam o que se tornou “uma batalha muito pública entre o requerente e o réu”. Porém, deixam claro:
“A situação agora está impactando a reputação da banda em toda a indústria musical. A performance no palco é, no momento, um dos únicos aspectos do negócio que não sofreu abalo.”
A conclusão indica que o impasse só poderia ser solucionado com a reestruturação da Freedom 2020 Inc. A companhia foi cofundada por Cain e Schon para supervisionar as operações do grupo.
O negócio supostamente tem apenas um conselho de dois assentos, ocupado por ambos. A nova petição demanda um custodiante ordenado pelo tribunal como terceiro membro para desempatar votos.
Neal Schon e Jonathan Cain
Apesar de não ter sido membro fundador nem ter participado dos primeiros discos do Journey, Jonathan Cain ganhou poder de decisão na banda após o sucesso alcançado nos anos 1980 – assim como outro integrante que entrou com o grupo já em andamento, o ex-vocalista Steve Perry.
Além do financeiro, ainda houve um foco de conflito no cerne político. Já há alguns anos, o tecladista é uma figura próxima a Donald Trump. Sua esposa, a pastora Paula White, atua como guru espiritual do ex-presidente americano e atual candidato. Não foram poucas as vezes que o músico usou a música do grupo em eventos promocionais políticos, o que desagradou não apenas Neal, como também Perry.
Show no Rock in Rio
Recentemente, o Journey cancelou uma turnê britânica que faria no final do ano, junto do Cheap Trick. Porém, a apresentação no Brasil está mantida. A banda se apresenta dia 15 de setembro no Rock in Rio, sendo a segunda atração do Palco Mundo, após Os Paralamas do Sucesso e antes de Evanescence e Avenged Sevenfold.
No mesmo dia, o Palco Sunset recebe Barão Vermelho, Planet Hemp convida Pitty, Incubus e Deep Purple. Já o Supernova terá The Mönic convida Eskröta, Black Pantera, Crypta e Dead Fish.
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