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Quando Axl Rose regravou “Appetite for Destruction” com outros músicos

Apenas trecho de uma das músicas ganhou lançamento oficial no encerramento de filme estrelado por Adam Sandler

No final dos anos 1990, ninguém sabia do paradeiro de Axl Rose. Rumores na mídia chegaram até mesmo a indicar que o vocalista do Guns N’ Roses teria morrido.

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O próprio não colaborava para alguma solução do mistério. Valia-se do anonimato e da habilidade para angariar pessoas que colaboravam com ele – além de uma época onde os poucos celulares não filmavam nem fotografavam.

Uma rara entrevista foi concedida à MTV em 8 de novembro de 1999, logo após o lançamento do álbum ao vivo “Live Era ’87-‘93”. Falando ao VJ Kurt Loder, o cantor destilou todo seu ódio contra os então ex-colegas, especialmente o guitarrista Slash, a quem acusava de ter “dificultado as coisas”.

Porém, a grande revelação veio quando o frontman disse ter regravado o álbum “Appetite for Destruction” quase na íntegra com novos músicos. Ele disse, conforme resgate do Loudwire e auxílio da transcrição publicada no fansite A4D.com:

“Regravamos tudo com exceção de duas músicas, que substituímos por ‘You Could Be Mine’ e ‘Patience’. E por que fazer isso? Bem, tivemos que ensaiá-las de qualquer maneira para poder tocá-las ao vivo novamente, e havia muitas técnicas de gravação, certos estilos sutis, preenchimentos de bateria e coisas assim que são meio que assinaturas dos anos 80 que sutilmente poderiam usar um pouco de enfeite… um pouco menos de reverb e um pouco menos de contrabaixo e coisas assim.”

Questionado sobre quem esteve envolvido no remake, Axl respondeu:

Josh Freese na bateria, Tommy Stinson no baixo, Paul Tobias na guitarra — vocês o conhecem como Paul Huge, é assim que está escrito em todos os lugares. É Paul Tobias na guitarra e Robin Finck estava na guitarra solo, mas isso… isso vai ficar em algumas partes. A guitarra de Robin vai ficar em algumas, mas não em todas. Não sei o que vou fazer com isso ou exatamente quando vou lançar.

Ele, então, complementa:

Mas você sabe, tem muita energia. Aprender as músicas antigas do Guns e colocá-las para cima, você sabe, colocá-las na fita, realmente forçou todo mundo a colocá-las na qualidade que precisavam estar. Uma vez que a energia foi descoberta pelos caras novos, quanta energia era necessária para acertar as músicas, então isso realmente ajudou no processo de composição e gravação do novo disco.”

A versão regravada de “Sweet Child O’ Mine”

Até o momento, o único material liberado das versões foi o trecho final da regravação de “Sweet Child O’ Mine”. Ela aparece nos créditos do filme “O Paizão” (1999), estrelado por Adam Sandler. A comédia contava com uma regravação de Sheryl Crow para a canção em sua trilha.

Uma versão ao vivo toca primeiro, posteriormente alternando para a então nova. Ela começa em cerca de 3min07seg no vídeo abaixo. Você notará que Axl canta a seção “Where do we go now?” de forma diferente em comparação à versão original.

Guns N’ Roses e “Appetite for Destruction”

Disponibilizado em 21 de julho de 1987, “Appetite for Destruction” teve seu estouro comercial apenas um ano após o lançamento, com a popularização do single “Sweet Child O’ Mine”. Só então chegou ao topo da Billboard 200, principal parada dos Estados Unidos.

Nomes como Paul Stanley (Kiss), Manny Charlton (Nazareth), Mutt Lange e Spencer Proffer foram cotados para a produção. Alguns até chegaram a gravar demos com a banda. Mas o posto acabou com Mike Clink.

Todas as músicas são creditadas ao grupo, com colaborações de West Arkeen em “It’s So Easy” e Chris Weber em “Anything Goes”.

“Appetite For Destruction” vendeu mais de 30 milhões de cópias em todo o mundo. Ganhou disco de platina no Brasil – premiação rara para um álbum internacional no país.

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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