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Nem o Gojira se achava grande o bastante para tocar na abertura da Olimpíada

Joe Duplantier admitiu que esperaria algum nome do porte do Metallica ou AC/DC: "nunca nos consideramos a maior banda do planeta"

A escalação do Gojira para a cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos em Paris pegou muita gente desprevenida. Até a banda francesa ficou surpresa com o convite.

Joe Duplantier expressou como a ficha da performance ainda não caiu durante entrevista à Rolling Stone. O vocalista e guitarrista do primeiro grupo de metal a se apresentar no evento celebrou a conquista, mas admitiu que imaginava algum artista maior ocupando o espaço.

- Advertisement -

Ele declarou:

“Eu tento não pensar demais no assunto porque continua a me embasbacar [risos] O Comitê Olímpico podia ter convidado qualquer um pra tocar. Estou pensando em bandas como Metallica ou AC/DC, nomes estabelecidos no nosso gênero que todos reverenciamos e são nossos heróis. Nunca nos consideramos a maior banda do planeta que merece tocar nas Olimpíadas ou coisa assim. É tão estranho.”

Quanto à performance – o Gojira tocou “Ah! Ça Ira” com a cantora de ópera Marina Viotti –, Duplantier expressou que a ideia nasceu da vontade de expandir o que significa ser francês. Ele falou:

“O fato que metal e ópera nunca haviam se juntado na TV e em frente a tantas pessoas antes. É uma declaração vinda da França. Somos nós dizendo: ‘Viu? Ainda estamos expandindo os limites do mundo’.”

“Grande passo para a comunidade do metal”

Por meio do Instagram, Mario Duplantier reforçou o ponto do irmão. O baterista declarou que a performance representou “um grande passo para a comunidade do metal”.

“Que tremenda honra fazer parte desta cerimônia ambiciosa e épica em Paris. Tenho que admitir que bater cabeça na frente de um bilhão de pessoas e espancar a bateria o mais forte que pude em um cenário revolucionário feito de fogo e sangue foi uma experiência muito gratificante! Também foi um grande passo para a comunidade do metal. Um agradecimento especial a Victor le Masne (diretor musical) e Daphne Burki (diretora de figurino).”

Crescimento no Spotify

Desde a performance, o Gojira deparou-se com um grande crescimento nas plataformas digitais. Segundo a agência de notícias AFP (via Yahoo), no último fim de semana, o número de reproduções do grupo no Spotify aumentou em 129% fora da França e em 282% dentro do país

Como debatido por fãs no Reddit, a quantidade de ouvintes mensais do grupo no streaming também subiu. Pouco antes dos Jogos Olímpicos, eram cerca de 1,8 milhão. Agora, encontram-se em 2,3 milhões. Como a média contempla os últimos 30 dias, é possível que o número cresça ainda mais.

Por meio do site Spotify Charts, que contabiliza os dados da empresa de maneira oficial, ainda é possível observar uma música do Gojira na parada de canções virais da França. No último domingo (28), “Stranded”, do disco “Magma” (2016), ocupou a 59º posição do ranking.

O show na cerimônia de abertura da Olimpíada

A performance fez parte do terceiro ato da cerimônia que abriu a Olimpíada de Paris, “Liberté”, e mostrou uma representação da rainha francesa Maria Antonieta decapitada — algo que de fato ocorreu durante a Revolução Francesa de 1798, que pôs fim à monarquia. O cenário incluiu um castelo, sangue e muitas chamas.

Em entrevista ao New York Times, o vocalista e guitarrista Joe Duplantier revelou que ele e seus colegas de banda — Mario Duplantier (bateria, irmão de Joe), Christian Andreu (guitarra) e Jean-Michel Labadie (baixo) — sentiram uma pressão diferente, pois tinham como missão representar toda a cena heavy metal e seus respectivos fãs em um evento transmitido para todo o mundo.

O frontman destacou que desejava passar orgulho para “toda a comunidade do metal no cenário mundial” com a apresentação. Além disso, reconheceu que a música e o ato eram apropriados para o som pesado que praticam.

“Foi uma era muito sangrenta da história francesa. Então foi muito metal.”

Sobre o Gojira

O Gojira foi fundado em Ondres, na França, em 1996, pelos irmãos Joe (vocal e guitarra) e Mario Duplantier (bateria). Completam a formação Christian Andreu (guitarra) e Jean-Michel Labadie (baixo). A banda era conhecida como Godzilla até 2001, quando mudou para a pronúncia japonesa nome do famoso monstro cinematográfico.

A sonoridade é um death metal com bastante groove e influências progressivas e a temática geralmente versa sobre questões ecológicas. O Sepultura, grupo brasileiro, é uma das grandes influências. Seu álbum mais recente, “Fortitude”, saiu em 2021.

Os franceses já tocaram 4 vezes no Brasil, incluindo duas apresentações no Rock in Rio, em 2015 e 2022. A última passagem aconteceu em 2023, com show único em São Paulo ao lado do Mastodon.

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Pedro Hollanda
Pedro Hollanda
Pedro Hollanda é jornalista formado pelas Faculdades Integradas Hélio Alonso e cursou Direção Cinematográfica na Escola de Cinema Darcy Ribeiro. Apaixonado por música, já editou blogs de resenhas musicais e contribuiu para sites como Rock'n'Beats e Scream & Yell.

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Joe Duplantier expressou como a ficha da performance ainda não caiu durante entrevista à Rolling Stone. O vocalista e guitarrista do primeiro grupo de metal a se apresentar no evento celebrou a conquista, mas admitiu que imaginava algum artista maior ocupando o espaço.

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Ele declarou:

“Eu tento não pensar demais no assunto porque continua a me embasbacar [risos] O Comitê Olímpico podia ter convidado qualquer um pra tocar. Estou pensando em bandas como Metallica ou AC/DC, nomes estabelecidos no nosso gênero que todos reverenciamos e são nossos heróis. Nunca nos consideramos a maior banda do planeta que merece tocar nas Olimpíadas ou coisa assim. É tão estranho.”

Quanto à performance – o Gojira tocou “Ah! Ça Ira” com a cantora de ópera Marina Viotti –, Duplantier expressou que a ideia nasceu da vontade de expandir o que significa ser francês. Ele falou:

“O fato que metal e ópera nunca haviam se juntado na TV e em frente a tantas pessoas antes. É uma declaração vinda da França. Somos nós dizendo: ‘Viu? Ainda estamos expandindo os limites do mundo’.”

“Grande passo para a comunidade do metal”

Por meio do Instagram, Mario Duplantier reforçou o ponto do irmão. O baterista declarou que a performance representou “um grande passo para a comunidade do metal”.

“Que tremenda honra fazer parte desta cerimônia ambiciosa e épica em Paris. Tenho que admitir que bater cabeça na frente de um bilhão de pessoas e espancar a bateria o mais forte que pude em um cenário revolucionário feito de fogo e sangue foi uma experiência muito gratificante! Também foi um grande passo para a comunidade do metal. Um agradecimento especial a Victor le Masne (diretor musical) e Daphne Burki (diretora de figurino).”

Crescimento no Spotify

Desde a performance, o Gojira deparou-se com um grande crescimento nas plataformas digitais. Segundo a agência de notícias AFP (via Yahoo), no último fim de semana, o número de reproduções do grupo no Spotify aumentou em 129% fora da França e em 282% dentro do país

Como debatido por fãs no Reddit, a quantidade de ouvintes mensais do grupo no streaming também subiu. Pouco antes dos Jogos Olímpicos, eram cerca de 1,8 milhão. Agora, encontram-se em 2,3 milhões. Como a média contempla os últimos 30 dias, é possível que o número cresça ainda mais.

Por meio do site Spotify Charts, que contabiliza os dados da empresa de maneira oficial, ainda é possível observar uma música do Gojira na parada de canções virais da França. No último domingo (28), “Stranded”, do disco “Magma” (2016), ocupou a 59º posição do ranking.

O show na cerimônia de abertura da Olimpíada

A performance fez parte do terceiro ato da cerimônia que abriu a Olimpíada de Paris, “Liberté”, e mostrou uma representação da rainha francesa Maria Antonieta decapitada — algo que de fato ocorreu durante a Revolução Francesa de 1798, que pôs fim à monarquia. O cenário incluiu um castelo, sangue e muitas chamas.

Em entrevista ao New York Times, o vocalista e guitarrista Joe Duplantier revelou que ele e seus colegas de banda — Mario Duplantier (bateria, irmão de Joe), Christian Andreu (guitarra) e Jean-Michel Labadie (baixo) — sentiram uma pressão diferente, pois tinham como missão representar toda a cena heavy metal e seus respectivos fãs em um evento transmitido para todo o mundo.

O frontman destacou que desejava passar orgulho para “toda a comunidade do metal no cenário mundial” com a apresentação. Além disso, reconheceu que a música e o ato eram apropriados para o som pesado que praticam.

“Foi uma era muito sangrenta da história francesa. Então foi muito metal.”

Sobre o Gojira

O Gojira foi fundado em Ondres, na França, em 1996, pelos irmãos Joe (vocal e guitarra) e Mario Duplantier (bateria). Completam a formação Christian Andreu (guitarra) e Jean-Michel Labadie (baixo). A banda era conhecida como Godzilla até 2001, quando mudou para a pronúncia japonesa nome do famoso monstro cinematográfico.

A sonoridade é um death metal com bastante groove e influências progressivas e a temática geralmente versa sobre questões ecológicas. O Sepultura, grupo brasileiro, é uma das grandes influências. Seu álbum mais recente, “Fortitude”, saiu em 2021.

Os franceses já tocaram 4 vezes no Brasil, incluindo duas apresentações no Rock in Rio, em 2015 e 2022. A última passagem aconteceu em 2023, com show único em São Paulo ao lado do Mastodon.

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Pedro Hollanda é jornalista formado pelas Faculdades Integradas Hélio Alonso e cursou Direção Cinematográfica na Escola de Cinema Darcy Ribeiro. Apaixonado por música, já editou blogs de resenhas musicais e contribuiu para sites como Rock'n'Beats e Scream & Yell.

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