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O disco que melhor representa o rock, segundo Fernanda Lira

Nada melhor para simbolizar o gênero musical do que talvez a ópera rock mais famosa de todos os tempos

O rock é um movimento com quase 75 anos de história e tradições em diversos países diferentes. Logo, escolher um álbum para representar tudo isso é uma tarefa árdua. Todavia, Fernanda Lira não se intimidou.

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A vocalista e baixista da Crypta expressou durante uma entrevista sua opinião que um certo álbum merece o posto. A opção foi por um disco conceitual, cujo significado transcende seu gênero musical.

Em conversa com Wikimetal, a frontwoman selecionou The Wall (1979), do Pink Floyd, como o disco que melhor representa do rock. Inicialmente, ela declarou:

“Sempre que me pedem um top discos ou artistas favoritos, é muito difícil, porque acho que o rock é tão rico que realmente torna difícil afunilar, escolher um só. Poderia dizer alguns dos meus álbuns de metal favoritos, como ‘Powerslave’ (Iron Maiden) — sei lá, são tantos —, mas acho que eu vou ficar com ‘The Wall’, do Pink Floyd, porque reúne várias das características, não principais, mas muito importantes de um disco de rock.”

Em seguida, explicou seu processo de raciocínio:

“Acho que tecnicamente, musicalmente, é um disco bem amarradinho, completo, muito agradável, muito… perfeitinho nesse sentido, né? As letras dele têm essa veia muito rock and roll que não só protesta como também expressa, sabe? As letras do ‘The Wall’ têm essa veia de protesto, mas mais do que essa coisa do protesto, que muita gente acha que o ‘The Wall’ é só sobre isso.”

Fernanda Lira, vocalista e baixista da Crypta, durante show no Summer Breeze Brasil 2023
Foto: Gustavo Diakov @xchicanox

Fernanda Lira e a característica importante do rock

Ainda em sua declaração, Fernanda Lira fez questão de ressaltar o aspecto pessoal que a história do álbum até hoje tem para o vocalista e baixista Roger Waters, principal compositor da obra. Ela falou:

“Ele fala sobre os traumas do Roger Waters e eu acho que muitos dos artistas do rock and roll usam o rock and roll e o metal para se expressar, para falar sobre suas dores, suas vivências. Acho que essa é uma característica muito importante do rock, então acho que o ‘The Wall’ é um disco que exemplifica isso muito bem e que também traz essa questão da representatividade, no sentido de as pessoas ouvirem e se identificarem com aquilo que está sendo expressado ali. Acho isso muito bonito.”

A artista, que revelou ter uma tatuagem em homenagem ao disco, também exaltou a riqueza e variedade de emoções no trabalho. Ela disse:

“É um disco que contempla e exemplifica muito bem toda a versatilidade que o rock’n’roll carrega. O pessoal acha que o rock é só agressividade, mas o ‘The Wall’ mostra que o rock também pode ser alegre. Que ele pode ter melodias mais creepy, sombrias, mas ele também pode ter melodias e baladas muito bonitas. É uma característica incrível do rock and roll. São vários humores e sentimentos expressos musicalmente ali em um estilo só. Isso eu acho incrível no rock. Essa versatilidade. E, por fim, eu acho que o ‘The Wall’ traz muito essa coisa de contar uma história, de conceito, sabe? Que é tão importante pra gente no rock. A gente adora uma história contada, um conceito. Acho que o ‘The Wall’ é um ótimo exemplo.”

Capa de "The Wall", álbum do Pink Floyd
Capa de “The Wall”, álbum do Pink Floyd

Pink Floyd e “The Wall”

Um dos trabalhos conceituais mais conhecidos de todos os tempos, “The Wall” conta a história de Pink, personagem criado por Roger Waters, baseado em seus traumas, medos e lembranças, além também contar com traços da personalidade do seu antigo colega de banda, Syd Barrett.

Foi o último disco da banda como um quarteto. O tecladista Richard Wright acabou sendo demitido e recontratado como músico assalariado posteriormente. A turnê contou com a execução do tracklist na íntegra, além de uma representação dramatizada da história. Posteriormente, também viraria filme.

“The Wall” chegou ao primeiro lugar na Billboard 200 e vendeu mais de 30 milhões de cópias em todo o mundo até hoje.

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Pedro Hollanda
Pedro Hollanda
Pedro Hollanda é jornalista formado pelas Faculdades Integradas Hélio Alonso e cursou Direção Cinematográfica na Escola de Cinema Darcy Ribeiro. Apaixonado por música, já editou blogs de resenhas musicais e contribuiu para sites como Rock'n'Beats e Scream & Yell.

2 COMENTÁRIOS

  1. The Wall é muito importante, mas ao contrário do que ela disse Nada tem de alegre, é um disco é um filme sobre depressão, alienação, drogas, loucura, crítica ao fascismo e imperialismo, a uma mãe fria e castradora. Excelente vocês darem espaço para por comentários, Nunca retirem a sessão de comentários, ela é excelente para o debate, troca de ideias, e fazer o site ficar ainda mais interessante.

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