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Capital Inicial vai acabar como fez o Skank? Dinho Ouro Preto responde

Vocalista do grupo de Brasília não falou em seguir exemplo dos mineiros, mas considera manter ritmo mais lento em termos de produzir material novo

É comum que bandas de rock brasileiras acabem se cristalizando em torno da imagem de seu frontman. Recentemente, Samuel Rosa decidiu encerrar o Skank por conta disso e partiu para novos desafios. Será que Dinho Ouro Preto pretende fazer o mesmo com o Capital Inicial?

Em entrevista a Gabriel Zorzetto para o jornal O Estado de S. Paulo, o vocalista confessou já ter conversado com o líder do Skank a respeito da possibilidade de também seguir em carreira solo. No entanto, o Capital Inicial acredita estar mais inquieto musicalmente — pelo menos por parte de Dinho — do que o grupo mineiro.

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O cantor explicou:

“Eu já conversei sobre isso com o Samuel. Acho que é possível buscar caminhos novos, parcerias novas, produtores novos, para dar rumos inesperados à sua música, embora talvez a coisa mais importante para uma banda seja encontrar a sua própria voz, algo que a distingue, que a caracteriza, como Stones, U2… E o Capital encontrou isso. Então eu reluto muito em largar… Prefiro trazer a minha música, as minhas ideias para o Capital, o que não impede, no futuro, de eu buscar sonoridades que acho que sejam incompatíveis para a banda.”

Os planos do Capital podem até seguir em frente, mas definitivamente não com a mesma intensidade de alguns anos atrás. Dinho indicou que a banda já tirou o pé do acelerador há algum tempo — e isso deve continuar.

A boa notícia para os fãs é que há chances de se ter um novo álbum dos brasilienses em 2025. O vocalista disse:

“Agora, eu acho que o Capital não vai conseguir manter uma rotina de lançar um disco a cada dois anos. Nosso último disco é de 2018 (‘Sonora’) e queria que fizéssemos um novo no ano que vem.”

Skank, Capital Inicial e o jogo ganho

A comparação nesse aspecto não é por acaso. Quando o Skank anunciou o fim das atividades, Samuel Rosa disse em entrevista a Gabriel Rigoni para a Folha de S. Paulo que também sugeria aos frontmen de Capital Inicial e Jota Quest uma tentativa de carreira solo, como ele mesmo tem feito.

“Eu poderia ser linchado pelo outros integrantes, mas se o Dinho e o Rogério [Flausino, vocalista do Jota Quest] estivessem na minha frente, eu sugeriria também para eles um voo solitário.”

No caso do Capital, curiosamente, a situação meio que já se configurou dessa forma. Em 2018, o baterista Fê Lemos disse ao programa Minha Brasília que a banda tinha se tornado “um produto do que o Dinho quer fazer”.

“Você pensa: ‘vou brigar e acabar com a banda ou vou encarar isso como um trabalho’. Eu optei pela segunda opção. Resolvi que preferia manter a banda junto e aceitar as canções que o Dinho ia trazer a partir para o confronto e falar: ‘se você não gravar a música de que eu também sou compositor, tô fora’.”

Para ter mais liberdade musical, Lemos criou um projeto paralelo, o Hotel Básico. O grupo do baterista lançou dois álbuns de estúdio em 2005 e 2015, além de dois singles.

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André Luiz Fernandes
André Luiz Fernandes
André Luiz Fernandes é jornalista formado pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP). Interessado em música desde a infância, teve um blog sobre discos de hard rock/metal antes da graduação e é considerado o melhor baixista do prédio onde mora. Tem passagens por Ei Nerd e Estadão.

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