Em 1993, Lenny Kravitz excursionou pela Europa divulgando o álbum “Are You Gonna Go My Way” (1993) e Robert Plant ficou encarregado da abertura das apresentações. Com mais anos de experiência, o eterno vocalista do Led Zeppelin também serviu na ocasião como uma das peças fundamentais da carreira do cantor e ator no período.
Isso porque, em meio a série de shows, o veterano deu um importante conselho para o artista mais jovem. Apesar da postura mais dura que rendeu até gritos ao colega, as palavras proferidas mudaram completamente a visão que Kravitz tinha a respeito de suas performances no palco.
Conversando com a Classic Rock (via Ultimate Guitar), Kravitz relembrou a lição aprendida. Tudo começou quando o próprio Plant, um de seus ídolos, voluntariou-se para abrir a turnê na tentativa de levar o seu trabalho solo para tipos diferentes de público, como disse:
“Ele abriu para mim em 1993. Ele tinha lançado um disco solo [‘Fate of Nations’], queria atrair um público mais jovem e me escolheu. Obviamente, não partiu de mim! Então ele participou da turnê. E o Led Zeppelin significa tudo para mim, Robert significa tudo para mim, como cantor, como compositor, como força. Ficamos amigos.”
À época, mesmo com o sucesso, o artista não conseguia relaxar. Devido à seriedade extrema com que levava os seus compromissos, acabava agindo como um “idiota” e, por isso, levou um chacoalhão do companheiro de turnê veterano em certa passagem de som.
Ele declarou:
“Durante aquele período, eu estava muito sério. O som é muito importante para mim, e quando não soa da maneira correta, eu fico louco. Eu estava fazendo uma passagem de som e devia estar meio mal-humorado porque não estava gostando do som do palco naquela noite. Robert então veio com tudo e me dilacerou quando disse: ‘Que p#rra, há algo de errado com você? Você está vivendo um sucesso, você criou essas músicas, você está trilhando um ótimo caminho e deveria aproveitar cada momento’. Ele estava gritando comigo como se fosse meu irmão mais velho, ou meu pai, ou algo assim.”
No momento, a atitude até pareceu meio chocante. Depois, porém, Kravitz percebeu que na verdade foi “a coisa mais linda”. Não é à toa que ambos viraram amigos após o ocorrido.
“Isso me assustou e fiquei um pouco envergonhado. Era um dos meus heróis me dizendo o quão idiota eu estava sendo. Mas foi a coisa mais linda, porque ele é um cara de verdade e me viu nesse lugar maravilhoso que ele já esteve e disse: ‘é melhor você tomar jeito, aproveitar isso e se divertir’. E isso me mudou. Somos grandes amigos desde então.”
Lenny Kravitz e “Blue Electric Light”
Lançado no último dia 24 de maio, “Blue Electric Light” é o 12º disco de inéditas do artista e conta com 12 faixas. As gravações aconteceram no estúdio particular do músico nas Bahamas. Lenny registrou todos os instrumentos, exceto por algumas participações do colaborador de longa data Craig Ross.
Com mais de três décadas de carreira e 11 álbuns de estúdio até o momento, Lenny Kravitz vendeu cerca de 40 milhões de discos em todo o planeta. Também possui prolífica carreira como ator, tendo participado de filmes como “Jogos Vorazes”, “Jogos Vorazes: Em Chamas”, “Preciosa” e “O Mordomo da Casa Branca”.
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