Surgido em 1964, The Who continua existindo após 60 anos de carreira. Apesar do futuro incerto e de declarações que abrem possibilidade para um fim definitivo, a banda, até o ano passado, permanecia em turnê com o show “Hits Back!”. A série de apresentações, encerrada em agosto, ocorreu na América do Norte e Europa e contou com a participação de diferentes orquestras.
Fato é que, diante das últimas experiências no palco, Pete Townshend sente que a longa parceria ao lado do vocalista Roger Daltrey deixou de ser uma banda. Por vários motivos.
Conversando com a revista Mojo (via Guitar), o guitarrista, primeiramente, explicou que os músicos de apoio com quem a dupla excursiona não foram escolhidos por ele e sim, apenas pelo colega. Por isso, a sensação é de que, na verdade, está prestando um “serviço” e ocupando um espaço pertencido aos colaboradores do cantor, como pontuou:
“[Nos shows] o The Who é formado por um grupo de músicos que Roger escolheu. Eu não escolhi nenhum dos músicos com quem faço turnê, nem mesmo o [baterista] Zak [Starkey]. Quando estou no palco com Roger, estou ocupando o lugar de um cara chamado Frank Simes, guitarrista e diretor musical com quem Roger faz turnês solo.”
Townshend refere-se ao fato de ambos os grupos terem vários músicos em comum. O guitarrista Simon Townshend (irmão de Pete), o baixista Jon Button e o tecladista Loren Gold estão envolvidos nas duas iniciativas. Porém, além de Pete, o baterista é diferente: Scott Devours, e não Starkey, toca com Daltrey em seus shows solo. O Who conta ainda com o cantor de apoio Billy Nicholls.
Depois, o guitarrista disse acreditar que The Who ainda não acabou. No entanto, novamente, não classificou o trabalho como uma “banda”, acrescentando o fato de que ambos os artistas não se desafiam mais, apesar de continuarem entregando um bom desempenho.
“The Who é uma marca e uma amizade, mas não é uma banda. Não é um complicado grupo de jazz que está dando duro, crescendo e em evolução. Não estamos mais desafiando um ao outro para fazer milagres musicais, mas estamos tocando músicas que conhecemos muito bem.”
O futuro do The Who
Como mencionado, Pete Townshend não descarta compromissos relacionados ao The Who no futuro. Em contrapartida, Roger Daltrey deixou claro não imaginar que a banda volte a ter atividades.
Ele disse ao jornal britânico The Times, em janeiro:
“Não posso dar uma resposta definitiva. Eu não escrevo as músicas. Nunca escrevi. Precisamos sentar e ter uma reunião. Porém, no momento, estou feliz em dizer que essa parte da minha vida está encerrada.”
A declaração ecoa a do colega de jornada, dita no final do ano passado. Durante conversa com a revista Record Collector (via Blabbermouth), Townshend foi franco ao revelar que pretende se reunir com Daltrey para definir o que fazer no futuro:
“Acho que é hora de Roger e eu almoçarmos e conversarmos sobre o que acontecerá a seguir. Porque Sandringham (condado inglês onde o último concerto aconteceu) não deveria parecer o fim de nada, mas parece o fim de uma era.”
Caso a situação se confirme, o The Who sai de cena com seis décadas de carreira e mais de 100 milhões de discos vendidos em todo o planeta.
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