O System of a Down deixou seus problemas evidentes nos últimos anos. Porém, eles já existiam desde quando a banda ainda era uma revelação do cenário do rock e metal, ainda no século passado. Quem garante é o vocalista Serj Tankian, apontado por muitos como responsável pela instabilidade coletiva.
Em entrevista à rádio WSOU 89.5 FM, o cantor falou sobre como passou a perceber que as coisas dariam erradas cedo ou tarde. E creditou o baterista John Dolmayan por tê-lo lembrado disso recentemente.
Disse o frontman, conforme transcrição do Blabbermouth:
“John, nosso baterista que também é meu cunhado, tem uma memória incrível. A minha não é tão boa, mas ele basicamente disse: ‘desde 1999 você estava olhando e dizendo que a banda não poderia continuar como estava’. Acho que teve muito a ver com a discrepância entre nossa atitude e a de Daron (Malakian, guitarrista) em relação à banda e a tudo o que estava acontecendo, com ele evoluindo e se tornando suficiente.”
A situação do guitarrista, a quem Serj já havia apontado como ponto divergente, se difere do restante do grupo.
“No caso de John, por exemplo, embora ele toque bateria desde os oito anos de idade, ele fez muitas, muitas coisas na vida. Ele teve uma empresa de histórias em quadrinhos. Shavo (Odadjian, baixista) fez outras coisas também, embora a música tenha sido uma grande parte de sua vida. Mas para Daron, era a única atividade. Eu também fiz muitas coisas na vida. Trabalhei em diferentes indústrias, me formei na faculdade e entrei para a música quase tarde, mais tarde do que todos os outros caras, definitivamente.”
System of a Down, presente e futuro
Apesar de ainda existir de forma oficial, o System of a Down não é mais uma banda em tempo integral. Recentemente, o quarteto se reuniu para um show no festival Sick New World, em Las Vegas. O momento foi um reencontro esporádico para uma carreira que não tem previsão de ser retomada.
Ao canal do YouTube Live Signing, conforme transcrição do Blabbermouth, Serj explicou:
“Adoro me apresentar, mas quanto a turnês longas… Acho que quando você faz uma turnê longa, não é apenas fisicamente exaustivo, mas é artisticamente redundante depois de um tempo, repetindo a mesma coisa. Prefiro eventos especiais, ocasiões especiais. Não podemos fazê-los em todos os lugares. Também tive alguns problemas nas costas, passei por cirurgias e tratamentos que estavam me impedindo de performar. Estou muito melhor agora, me exercito, então muita coisa já foi resolvida. Quanto a fazer uma turnê, estou aberto a analisar, mas não muito entusiasmado. Prefiro me concentrar em algumas datas específicas.”
“Mezmerize” e “Hypnotize”, dois trabalhos de estúdio mais recentes do grupo, saíram em 2005. Após a turnê de divulgação, o grupo entrou em um hiato rompido seis anos depois. Desde então, o quarteto vem realizando apenas excursões esporádicas.
Em novembro de 2020 a banda lançou as músicas “Protect the Land” e “Genocidal Humanoidz”. As faixas foram motivadas pelo conflito entre Artsakh e Azerbaijão, com todos os rendimentos sendo revertidos aos esforços humanitários na Armênia, terra natal dos ancestrais dos músicos. Junto com outras doações de fãs em suas páginas nas redes sociais, eles arrecadaram mais de US$ 600 mil.
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