O primeiro baixista oficial do Metallica foi Ron McGovney, que registrou algumas demos e participou de shows. Cliff Burton assumiu a função para os três álbuns que iniciaram a trilha para o sucesso, morrendo tragicamente em 1986. Coube a Jason Newsted a responsabilidade no período que representaria o auge comercial da banda.
Desde 2003, Robert Trujillo se encarrega da missão, sendo com sobras o músico há mais tempo no posto. Sendo assim, apesar de imprimir seu estilo, precisou absorver algumas características dos antecessores. Em entrevista ao Trunk Nation, ele detalhou diferenças que assimilou.
Disse o artista, conforme transcrição do Blabbermouth, começando pelo icônico e saudoso instrumentista:
“É interessante porque eles são muito diferentes entre si e eu acho isso ótimo. Amo o fato de que somos todos diferentes e temos algo a oferecer para a banda. Obviamente, Cliff era incrível. Ele foi realmente um compositor quando se tratava do instrumento, da mesma forma que Jaco Pastorius ou Stanley Clarke. Eles pensam na música, mas também na voz do instrumento dentro da estrutura e como apresentá-lo. Às vezes isso significa utilizar distorção, overdrive ou pedal wah e ser melódico. É isso que adoro em Cliff.”
Quanto a Newsted, tal qual boa parte dos fãs, os elogios foram bem mais econômicos.
“E então você tem Jason que estava realmente mantendo tudo sob controle e sólido – muito mais simples, mas no bom sentido. Definitivamente não de uma forma banal, nunca diria isso. Eu acho que é realmente sólido.”
“Jerry Cantrell é um baixista incrível”
A seguir, Trujillo refletiu sobre as várias experiências musicais que teve e o que cada uma acrescentou em si. Sobrou até mesmo elogios para um instrumentista que é mais conhecido como o guitarrista do Alice in Chains.
“Aprendi muito ao longo dos anos com todos com quem trabalhei, seja Metallica, a banda de Ozzy ou trabalhando com Jerry Cantrell, que é um baixista incrível. Ele nunca aceitaria isso, mas esse cara, como compositor, onde ele posiciona as notas dentro de uma música e o valor dinâmico na simplicidade, é incrível. Se você ouvir uma música como ‘Rooster’, do Alice in Chains, pode ouvir um baixo que tem personalidade dentro da música, ressoa e tem espaço. Ele é muito bom em pegar o baixo e usá-lo de uma forma simples, mas também em fazer com que sua presença seja conhecida de uma forma muito dinâmica, que se presta à música. É sempre uma bênção e uma experiência incrível gravar com ele. Não acontece com muita frequência, mas quando acontece é especial porque ele é um compositor fantástico.”
Concluindo, Robert exalta seus três companheiros na banda de heavy metal mais popular do mundo.
“As composições são sempre do mais alto nível, trabalhar com Lars Ulrich, James Hetfield e Kirk Hammett tem sido uma experiência incrível porque eles são grandes compositores. E isso é especial, quando você pode estar em uma banda e trabalhar com pessoas que amam a arte de criar.”
Sobre Robert Trujillo
Descendente de mexicanos e povos nativos dos Estados Unidos, Robert Trujillo começou a se interessar por música ainda na infância, incentivado pela mãe, grande fã da Motown. Destacou-se na cena ao entrar no Suicidal Tendencies, na virada dos anos 1980 para os 1990. Também participa até hoje do Infectious Grooves, outro projeto do vocalista Mike Muir.
Passou pela banda de Ozzy Osbourne, além de ter tocado com Black Label Society, Jerry Cantrell e Glenn Tipton (Judas Priest). Desde 2003 integra o Metallica, com quem já foi induzido ao Rock and Roll Hall of Fame.
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