Quando o Pearl Jam lançou seu terceiro álbum, “Vitalogy”, a morte de Kurt Cobain recém havia completado seis meses. Apesar de alguns estranhamentos logo no início da relação – o líder do Nirvana não lidava bem com o fato de alguns membros da banda terem participado da cena hard rock oitentista –, o tempo e o convívio tornaram a convivência amena.
Uma música presente no disco em questão chegou a despertar dúvidas nos fãs por conta de seu conteúdo. Seria “Immortality” uma homenagem ao falecido ícone da cena de Seattle? Afinal, a letra fala sobre uma pessoa que perdeu o contato com a realidade.
Eddie Vedder garantiu à época que não. Em entrevista ao Los Angeles Times, resgatada pelo Far Out Magazine, o vocalista disse:
“Não se trata de Kurt. Nada no álbum foi escrito diretamente sobre Kurt e não tenho vontade de falar sobre ele porque pode ser visto como exploração. Mas acho que pode haver algumas coisas nas letras que você pode ler e talvez responder a algumas perguntas ou ajudá-lo a entender as pressões sobre alguém que está em um trem paralelo.”
As críticas de Kurt Cobain
Em recente declaração ao Irish Times, o guitarrista Mike McCready refletiu sobre como as críticas de Cobain acabaram criando um clima de rivalidade.
“Kurt disse algumas coisas sobre nós que foram muito ruins. Por conta disso, havia a noção de algo entre nós e o Nirvana. Nós realmente não o conhecíamos. Eu achava o Nirvana uma boa banda. Nossa reação às críticas dele foi pensar: ‘Cara, por que você está sendo tão babaca? Por que você disse tudo isso?’”
O ponto alto do escracho do líder do Nirvana aconteceu em 1992. Disse o músico ao BigO:
“Há algumas bandas que eu absolutamente desprezo e não tenho medo de nomeá-las. São The Nymphs, Alice in Chains e principalmente o Pearl Jam. Suas carreiras são voltadas apenas para o objetivo de ganhar muito dinheiro. Fomos injustamente agrupados com eles. Mas, em última análise, é a música, os fãs reconhecerão que é uma porcaria.”
Em outra entrevista, no mesmo ano, Kurt Cobain reforçou sua opinião e seu incômodo em ver o Nirvana como “coirmão” destes grupos. Ele apenas fez questão de reforçar não ter nada contra o Soundgarden, outro nome de destaque da cena grunge de Seattle.
“Não posso falar do Soundgarden, pois os conheço pessoalmente e gosto muito deles, mas tenho sentimentos muito fortes com relação ao Pearl Jam, ao Alice in Chains e a bandas assim. Obviamente, (essas bandas) são só fantoches corporativos que estão tentando entrar para o movimento alternativo – e nós estamos sendo agrupados nessa mesma categoria.”
Pearl Jam e “Vitalogy”
“Vitalogy” é considerado o trabalho mais experimental da carreira do Pearl Jam. As músicas foram criadas em jams, algumas gravadas apenas alguns minutos após finalizadas. Foi o último a contar com o baterista Dave Abbruzzese.
Na data de lançamento, 22 de novembro de 1994, foi disponibilizado apenas em vinil. As edições em CD e K7 saíram apenas dia 6 de dezembro do mesmo ano. Originalmente, o disco se chamaria “Life”. O selo do primeiro single, “Spin The Black Circle”, chegava a conter a informação.
“Vitalogy” chegou ao topo do The Billboard 200, principal parada de álbuns dos Estados Unidos, entrando no Top 10 de outros doze países. Até hoje, vendeu mais de 8 milhões de cópias em todo o mundo.
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