Nenhum grupo na história do rock teve a mesma capacidade – ou disposição – que o Kiss teve para vender o próprio peixe.
Para além do merchandise costumeiro, o grupo mascarado lançou brinquedos de todos os tipos, peças de roupa que vão de cueca a avental de cozinha, preservativos, papel higiênico, caixões temáticos… nada parecia além dos limites. Há quem chame eles de mercenários por isso.
Em entrevista a Gabriel Zorzetto para o Estado de S.Paulo, o vocalista e baixista Gene Simmons, apontado como a grande mente por trás da visão de marketing da banda, respondeu a essa acusação com certo orgulho próprio. Ele disse:
“É claro que somos mercenários. Toda banda que eu conheço vende ingressos e cobra por camisetas. Então todos somos mercenários? A diferença é que fazemos melhor.”
Um dos resultados disso é a quantia obtida pela venda dos direitos do catálogo e e marcas registradas da banda. Segundo a Fortune, o valor seria de US$ 300 milhões, cerca de R$ 1,5 bi na cotação atual.
Para a revista People, o vocalista e baixista da banda, cujas atividades foram encerradas em dezembro de 2023, explicou que negociar o seu material era a “coisa natural” a se fazer — embora o quarteto não estivesse exatamente buscando a alternativa no momento. Ainda assim, ao conhecerem o time da Pophouse, ficaram próximos e iniciaram a parceria.
“A vida acontece enquanto você está ocupado fazendo planos importantes. Estávamos planejando nossa despedida de maneira respeitosa e com orgulho, porque estávamos em turnê há meio século. [Nós] não queríamos continuar excursionando até que fisicamente não pudéssemos mais. Não quero sair por aí com meu andador.”
Nas palavras do músico, a venda ocorreu da melhor maneira possível e priorizou o respeito pelos fãs. Sobretudo, a ideia é que, a partir de agora, o legado do Kiss continue vivo de maneira positiva após a turnê de despedida “End of the Road”.
Gene Simmons, Kiss e Brasil
O músico é a principal atração no primeiro dos três dias do festival Summer Breeze Brasil, que acontece em São Paulo entre sexta-feira (26) e domingo (28). Será o primeiro grande show solo dele desde a aposentadoria recente do Kiss.
Ainda durante a entrevista, Simmons relembrou a passagem final da banda pelo Brasil, no ano passado. A ocasião rendeu um susto quando ele se sentiu mal em pleno palco durante um show em Manaus. Sobre o episódio, agora, cometnou:
“O que aconteceu foi que não bebi água o suficiente. Estávamos perto da selva amazônica. Comecei a desmaiar no palco, não conseguia respirar, mas me recusei a sair, eu não paro. Então puxaram uma cadeira para mim durante a música ‘Makin’ Love’, que Paul [Stanley] cantava. E eu pedi para a banda continuar enquanto recuperava o fôlego. Nunca se renda!”
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