Como todos sabem, Keith Richards não costuma ser uma figura de palavras amenas para com outros artistas. Não são poucas as bandas e cantores que passaram pela mira do guitarrista sem ser atingido. Há até uma lista bastante detalhada de vítimas, que o leitor pode conferir clicando aqui.
Um exemplo muito claro está em um grupo que fez parte da mesma geração, também tendo surgido em Londres. Porém, enquanto os Rolling Stones frequentavam os ambientes do blues, os colegas ofereciam as primeiras doses das performances destrutivas que se tornariam referência para os caminhos mais pesados do rock posteriormente.
O grande problema de Keith, na verdade, está no cantor do conjunto. Alguém que figura no olimpo dos grandes frontmen da história junto a Mick Jagger. Ele disse, conforme resgate do Far Out Magazine:
“Quer dizer, sempre pensei que Roger Daltrey (vocalista) era todo exibido. E eu adoro Pete Townshend (guitarrista), mas sempre achei o Who uma banda maluca.”
Nem mesmo o baterista, considerado um dos maiores da história, escapou da língua ferina.
“Se você estivesse em uma jam com Keith Moon e pedisse: ‘apenas me dê um swing’, ele não conseguiria. Era um baterista incrível, mas apenas com Pete Townshend. Ele poderia tocar para Pete como ninguém no mundo. Mas se alguém o colocasse em uma sessão com outra pessoa, seria um desastre.”
Rolling Stones e The Who, as únicas bandas de classic rock
A admiração entre Keith e Pete é claramente mútua. E mesmo que a banda do segundo não seja apreciada pelo primeiro, a recíproca não é verdadeira.
Em entrevista à rádio WAXQ-FM, de Nova York (também transcrita pelo Far Out Magazine), Townshend diz que apenas dois conjuntos podem ser classificados como classic rock.
“Agora estão chamando o The Police de classic rock. Eles eram punk. Rolling Stones e The Who são classic rock e fim de papo. Depois dessas, tudo é apenas música. Não é nada clássico.”
Em 1989, Pete foi o responsável pelo discurso de indução dos Stones ao Rock and Roll Hall of Fame. Na ocasião, declarou:
“Não consigo analisar o que sinto em relação aos Stones porque sou um fã absoluto, sempre fui. Seus primeiros shows eram simplesmente chocantes. Absolutamente fascinantes, deslumbrantes, comoventes e mudaram minha vida completamente. Os Beatles eram divertidos, sem dúvida. Mas estou falando sobre shows ao vivo. Os Stones foram realmente o que me fez acordar. Eles são o único grupo que nunca tive vergonha de idolatrar. Muito do que sou aprendi com vocês, Rolling Stones. Eu não tinha ideia de que a maior parte já era de segunda mão (risos). Chega de piadas, os Stones são os maiores. Eles representam o rock britânico para mim.”
Os “avôs do punk”
Dez anos antes, ao programa radiofônico sindicalizado “King Biscuit Flower Hour”, o líder do The Who ofereceu outra visão sobre o punk. E incluiu os ídolos como precursores.
“Os Rolling Stones realmente me afetaram muito, muito profundamente, sua selvageria no palco, o fato de não usarem uniformes. Esse tipo de coisa era simplesmente ultrajante, você sabe. A performance de palco de Jagger e de Keith Richards, que é muito, muito selvagem e desleixada. Eles foram os primeiros, acho que os mais próximos de uma imagem punk moderna. Mas eu não sei quantas crianças americanas realmente sabem o que aconteceu em Londres com as bandas punk. Era realmente inacreditável.”
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