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A inusitada participação de Sting na versão de “Duna” por David Lynch

Vocalista e baixista do The Police interpretou o vilão Feyd-Rautha Harkonnen na primeira adaptação da obra de Frank Herbet, lançada em 1984

“Duna: Parte II” é um sucesso. A sequência de “Duna” (2021), também comandada pelo diretor Denis Villeneuve, tem recebido vários elogios da crítica especializada e já soma cerca de US$ 180 milhões de bilheteria acumulados ao redor do mundo — praticamente cobrindo o orçamento de US$ 190 mi.

Um dos pontos altos da ficção-científica épica é o trabalho de Austin Butler — famoso por ter dado vida a Elvis Presley na cinebiografia “Elvis” (2022) — no papel do vilão Feyd-Rautha Harkonnen.

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Porém, viajando no tempo até a obscura versão de “Duna” lançada exatas quatro décadas atrás pelo cineasta David Lynch (“Twin Peaks”, “Cidade dos Sonhos”), descobre-se que o impiedoso antagonista foi interpretado por Sting, eterno vocalista e baixista do The Police.

Sting em “Duna”

Na época, o líder do já findado trio, que ainda contava com os virtuosos Andy Summers na guitarra e Stewart Coppeland na bateria, estava no auge de sua popularidade e vinha se arriscando no mundo da atuação. O The Police havia lançado seu álbum mais famoso, “Synchronicity” (1983), que viria a se tornar o último do grupo. Nas telonas, o artista vinha de participações em longas como “Quadrophenia” (1979), inspirado na ópera rock homônima do The Who, e o drama “Enxofre e Melaço” (1982).

Recrutado pelo próprio Lynch para interpretar o personagem, o músico — que ao todo possui cerca de 10 minutos de tela em um total de 137 de duração — conta que o único motivo de ter aceitado o papel de Feyd-Rautha nessa primeira adaptação da obra de Frank Hebert foi o próprio diretor. “Estou fazendo ‘Duna’ por conta de David Lynch e por nenhuma outra razão”, disse o britânico em uma entrevista de 1984 à Rolling Stone.

Na ocasião, a voz por trás de hits como “Every Breath You Take” e “Message in a Bottle” ainda explicou por que estar em “Duna” talvez não fosse algo tão positivo para sua carreira naquele momento. Ele declarou:

“Eu realmente não queria fazer o filme, porque não achei que fosse sensato estar em uma produção enorme. Preferiria manter uma onda crescente na minha carreira no cinema. Então eu fui meio que me arrastando [para ‘Duna’].”

Essa versão de “Duna” foi um grande fracasso de crítica e de bilheteria. O próprio Lynch evita tocar no assunto por não sentir orgulho da obra, pois foram inúmeras as desavenças criativas do cineasta com a produção — que optou por deixar de fora diversas ideias dele.

Curiosamente, porém, tornou-se um clássico cult adorado por muitos com o passar dos anos – principalmente por fãs da filmografia de Lynch, consagrado como um dos mais admirados cineastas americanos.

Encontro dos vilões

Em recente entrevista ao “The Tonight Show with Jimmy Fallon”, Austin Butler revelou que se encontrou com Sting — que esteve presente na estreia de “Duna: Parte II”. Detalhando o encontro, o ator revelou um segredo inusitado sobre o músico:

“Ele é o melhor. Ele é muito legal. Ele veio até mim de forma tão adorável e elegante. Perguntei a ele sobre esse assunto e ele disse que ainda guarda a sunga do original. Ele disse que vai lavá-la e me emprestar para usar se eu quiser.”

“Duna: Parte II” está disponível nos cinemas (clique aqui para ler nossa crítica). Já o “Duna” do cineasta David Lynch pode ser conferido no serviço de streaming MUBI.

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Guilherme Salomão
Guilherme Salomãohttps://igormiranda.com.br
Guilherme Salomão é Criador de conteúdo, Crítico de Cinema e Produtor Audiovisual carioca apaixonado por Cinema e Música desde que se conhece como gente. Administrador por formação, foi autor do TCC “O Poder da Marca no Cinema: O Caso Star Wars de George Lucas” na PUC-Rio, obtendo nota máxima em forma de reconhecimento pelo seu trabalho e dedicação. Cinéfilo de carteirinha, na produção já se dedicou a projetos que vão desde curtas e longas-metragens até videoclipes de artistas iniciantes.

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