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A curiosa reação de Greg Graffin (Bad Religion) ao ouvir Blink-182 pela 1ª vez

Vocalista do Bad Religion achou estar escutando outra banda conhecida devido aos maneirismos de Mark Hoppus no início da carreira

Todos nós temos uma lembrança de quando ouvimos uma grande banda pela primeira vez. No entanto, quando escutou o Blink-182, Greg Graffin achou que era o NOFX.

Essa revelação está em “Punk Paradox”, novo livro do vocalista do Bad Religion, ainda sem edição nacional. Em entrevista à Flood Magazine, Graffin reafirmou a veracidade da história.

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Ele disse:

“É, essa é uma lembrança absolutamente verdadeira de algo que eu passei. Digo, basicamente tudo que está no livro é da minha memória, mas isso é algo que me surpreende nunca ter esquecido. Quando ouvi Blink-182 no rádio, eu achei que era o Fat Mike, porque Mark [Hoppus, vocalista e baixista] estava tentando soar como se fizesse parte da Fat Wreck Chords naquela época.”

A Fat Wreck Chords era o selo independente comandado por Fat Mike, o líder do NOFX. Junto com a Epitaph, fundada por Brett Gurewitz, guitarrista do Bad Religion, as duas serviram como trampolim para a popularização do pop punk nos Estados Unidos e no mundo durante os anos 90. 

Entre as bandas beneficiadas estava o Blink-182. Formado à época por Hoppus, Tom DeLonge (voz e guitarra) e Scott Raynor (bateria), o trio começou na Cargo Music e logo foi para a MCA.

Greg Graffin e o paradoxo punk

Em outra entrevista, para o programa Danny Wimmer Presents (transcrição via Ultimate Guitar), Greg Graffin falou sobre o título do livro, “Punk Paradox”. Para ele, realmente há um paradoxo no estilo musical.

“É porque me encontrei nessa situação paradoxal onde punk sempre foi caracterizado por anarquia e f#der as coisas. E, é claro, existe esse elemento do punk. Mas minha vida, no que refleti sobre o assunto, não refletia a história dessa maneira. E isso foi meio paradoxal para mim.”

A trajetória do cantor, de certa forma, comprova que nem sempre o punk se resume à sua estética. Além da música, ele tem uma longa carreira acadêmica: é doutor em zoologia pela Universidade de Cornell e ministrou cursos de ciências naturais nas Universidades da Califórnia (UCLA) e Cornell. Uma espécie de ave extinta do período Cretáceo inferior chegou a ser nomeada Qiliania graffini em referência ao sobrenome do artista.

Surgiu naturalmente, portanto, a reflexão sobre o papel da música punk além do movimento.

“O livro também traz um pouco de análise sobre o punk como gênero e há muito foco na música e nas grandes canções do punk — que eu acho que são subestimadas nesse mundo. Pessoas gostam de se concentrar nos atributos culturais do punk e não focam nas grandes canções, o que para mim é uma grande falha da caracterização do punk.”

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Pedro Hollanda
Pedro Hollanda
Pedro Hollanda é jornalista formado pelas Faculdades Integradas Hélio Alonso e cursou Direção Cinematográfica na Escola de Cinema Darcy Ribeiro. Apaixonado por música, já editou blogs de resenhas musicais e contribuiu para sites como Rock'n'Beats e Scream & Yell.

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