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Linkin Park lança música inédita com voz de Chester e anuncia coletânea

Gravada para o álbum “One More Light” (2017), “Friendly Fire” integra a compilação “Papercuts (Singles Collection 2000-2023)”

O Linkin Park anunciou para 12 de abril, via Warner Records, sua primeira coletânea no formato “greatest hits”. “Papercuts (Singles Collection 2000-2023)” traz 20 faixas, uma delas inédita: “Friendly Fire”, gravada durante as sessões para seu sétimo e até agora último álbum de estúdio, “One More Light” (2017).

A faixa conta com vocais de Chester Bennington, falecido em 2017, e ganhou um videoclipe dirigido por Mark Fiore. O álbum estará disponível no streaming, bem como em CD, cassete e vinil duplo no exterior. Há ainda diversas variantes de LP colorido de edição limitada, um picture disc Zoetrope e vinil preto.

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Clique aqui para assistir ao videoclipe. E clique aqui para ouvir a música em sua plataforma de streaming predileta.

Em nota, o guitarrista Brad Delson declarou:

“‘Friendly Fire’ sempre foi uma de nossas músicas favoritas das sessões do ‘One More Light’. Mas alguma coisa não estava certa, então, perto da linha de chegada, optamos por deixá-la de lado, para mais tarde. Quando começamos a procurar uma faixa inédita para incluir em nossa compilação de maiores sucessos, fiquei impressionado com o poder da música, da narrativa e do vocal, além da paisagem sonora, e achei que estava mais próximo do que talvez tivéssemos percebido na época.”

Ainda de acordo com Delson, os remanescentes do Linkin Park se reuniram para trabalhar na finalização da música e “conectar algumas das peças que faltavam que por alguma razão não haviam sido reveladas durante a gravação de ‘One More Light’”. Por fim, arrematou:

“Mal posso esperar que as pessoas ouçam. É uma história tão linda, convincente, comovente e esperançosa, que realmente ressoa em mim hoje.”

Embora seja apresentada como uma coletânea de maiores hits, “Papercuts (Singles Collection 2000-2023)” também conta com músicas menos conhceidas. Enquanto há espaço para faixas do porte de “In the End”, “Numb” e “Crawling”, raridades como “QWERTY” e “Lost” também se fazem presentes. Também em comunicado, o multi-instrumentista Mike Shinoda declarou:

“Na produção de cada álbum do Linkin Park, quero amar e acreditar completamente em cada música individual. Sempre espero que, se alguma faixa for ouvida sozinha no mundo, ela seja algo de que possa me orgulhar, se enraíze dentro do ouvinte e se torne parte da energia que nos conecta. Dito isso, fazer a curadoria das faixas para ‘Papercuts’ foi uma alegria. Cada música é um momento singular em nossa linha do tempo e uma história em evolução que é tanto nossa quanto sua. Do nosso primeiro lançamento ‘One Step Closer’ à novíssima ‘Friendly Fire’, esta tracklist abrange todos os nossos capítulos até agora. Obrigado por fazer parte de nossa jornada. Esperamos que você goste do ‘Papercuts’.”

A seleção de faixas pode ser conferida mais ao fim da página.

*O single está na playlist de lançamentos do site, atualizada semanalmente com as melhores novidades do rock e metal. Siga e dê o play!

Linkin Park e “Friendly Fire”

Anteriormente, Mike Shinoda havia mencionado a existência de “Friendly Fire”. Durante uma live na Twitch realizada em 2020 (via Alternative Press), o músico abordou o processo de criação do “One More Light” e, então, o descarte de “Friendly Fire”. 

“Mixamos mais músicas do que estão na versão finalizada do álbum. Mixamos algumas só para caso elas acabassem entrando no disco ou se pudéssemos usá-las como um lado B. É o caso de ‘Friendly Fire’. Eu ainda amo essa música. Eu a compus com Jon Green e Brad [Delson, guitarrista] principalmente. Vocês literalmente vão ter que esperar anos para ouvi-la.”

Uma foto compartilhada pelo guitarrista Brad Delson em abril de 2017 acabou revelando o título da faixa. Na imagem, tirada em um estúdio, é possível ver um quadro com uma lista de músicas, incluindo “Friendly Fire”. 

“One More Light” e críticas

Em maio de 2017, o Linkin Park lançou um de seus álbuns mais controversos: “One More Light”, com sonoridade voltada ao pop eletrônico, como citado. Meses depois, em julho daquele ano, o vocalista Chester Bennington tirou a própria vida.

Muitas pessoas fizeram conexão entre as críticas recebidas em função do disco e a decisão do cantor em tirar a própria vida. O baterista Sean Dowdell, que tocava na primeira banda de Chester – Grey Daze – e era sócio do artista em um estúdio de tatuagem, parece concordar com essa possibilidade.

Em entrevista de 2020 à Kaaos TV, transcrita pelo Blabbermouth, Dowdell refletiu sobre como a depressão se manifestava em Bennington. O baterista disse que o cantor geralmente estava feliz, mas tinha problemas internos que se manifestavam durante “um por cento do tempo”. Ele destacou, ainda, que os comentários depreciativos na internet mexeram muito com o vocalista.

“Conversamos sobre alguns desses problemas que ele teve várias vezes. Ele era uma pessoa feliz na maior parte do tempo. Acho que é assim que a depressão atua: a pessoa é 99% do tempo feliz perto dos outros, em bom espírito, rindo. Caras como Robin Williams (ator) e Anthony Bourdain (chef) tinham essa incrível personalidade e Chester se parecia com eles. A dor que ele sentia não era compartilhada. Vi várias vezes ao longo da vida, mas não durava muito tempo.”

Com relação ao disco “One More Light”, Sean Dowdell pontuou:

“Não quero colocar os caras do Linkin Park no meio, mas acho que eles concordariam. Quando eles lançaram ‘One More Light’, não foi recebido da forma que esperavam – ou que Chester esperava, pelo menos – e rolou muita reação negativa, o que o incomodou muito. Falamos muito disso. Ele ficava tão chateado que detonava pessoas no Twitter e ficava triste por isso. Eu dizia a ele: ‘cara, não ligue para isso, não vale a pena, a música é boa’.”

Sobre Chester Bennington

Nascido em Phoenix, Arizona, Chester Charles Bennington começou a carreira no Sean Dowdell And His Friends?, passando para o Grey Daze na sequência. O grupo lançou dois trabalhos na metade dos anos 1990.

Na virada do século se juntou ao Xero, que se tornaria o Linkin Park. A banda se tornou uma das maiores de sua geração, lançando sete álbuns de músicas inéditas e vendendo mais de 100 milhões de discos.

Também foi um dos cofundadores do Dead By Sunrise, que lançou apenas um trabalho: “Out Of Ashes”, de 2009. Em 2013, assumiu os vocais do Stone Temple Pilots em substituição a Scott Weiland. A parceria durou dois anos e rendeu o EP “High Rise”.

Cometeu suicídio dia 20 de julho de 2017, na sua casa em Palos Verdes Estates, Califórnia.

** No Brasil, o Centro de Valorização da Vida (CVV), associação civil sem fins lucrativos, oferece apoio emocional e prevenção do suicídio, gratuitamente, 24 horas por dia. Qualquer pessoa que queira e precise conversar, pode entrar em contato com o CVV, de forma sigilosa, pelo telefone 188, além de e-mail, chat e Skype, disponíveis no site www.cvv.org.br.

Linkin Park — “Papercuts (Singles Collection 2000-2023)”

  1. Crawling
  2. Faint
  3. Numb/Encore
  4. Papercut
  5. Breaking The Habit
  6. In The End
  7. Bleed It Out
  8. Somewhere I Belong
  9. Waiting For The End
  10. Castle Of Glass
  11. One More Light
  12. Burn It Down
  13. What I’ve Done
  14. QWERTY
  15. One Step Closer
  16. New Divide
  17. Leave Out All The Rest
  18. Lost
  19. Numb
  20. Friendly Fire
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Igor Miranda
Igor Miranda
Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com pós-graduação em Jornalismo Digital. Escreve sobre música desde 2007. Além de editar este site, é colaborador da Rolling Stone Brasil. Trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, revista Guitarload, jornal Correio de Uberlândia, entre outros. Instagram, Twitter e Facebook: @igormirandasite.

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