Antes de falecer, em dezembro de 2015, Lemmy Kilmister deixou um álbum solo gravado com a participação de vários convidados. Foi o que disse o próprio vocalista e baixista do Motörhead em entrevistas ao longo de seus últimos anos de vida. Porém, ao que tudo indica, o projeto acabou caindo em esquecimento.
Como resgatado pela Metal Hammer, o músico mencionou o disco pela primeira vez em 2004. Durante conversa com a Metal Maniacs, ele revelou que as gravações encontravam-se avançadas e que tinha duas canções prontas, idealizadas em colaboração com a banda Skew Siskin: “The Mountain” e “Don’t Matter To Me”.
Parcerias com o The Reverend Horton Heat e The Damned (incluindo um cover de sua própria faixa “Neat Neat Neat Neat”) também integrariam o tracklist, segundo o artista. Para completar, Dave Grohl, líder do Foo Fighters, ainda apareceria numa música em que, à época, estava decidindo.
A próxima atualização acerca do disco só veio anos mais tarde, em 2011, em bate-papo com a Billboard. Ao veículo, Lemmy contou que Joan Jett entrou para o time de participações especiais do álbum, provisoriamente intitulado “‘False Teeth for the Deaf”.
Ele descreveu as músicas como “muito inconsistentes ou muito ecléticas, dependendo de como você olha”. Também estipulou 2012 como um provável ano de lançamento – o que não aconteceu.
Então, em dezembro de 2013, tornou a falar sobre o assunto para a Revolver. Na ocasião, destacou os planos de trazer Skin, vocalista do Skunk Anansie, para uma parceria e forneceu outros detalhes relacionados à sonoridade do disco.
“É um ótimo rock and roll, essa é a única maneira de descrevê-lo. Algumas faixas são mais voltadas ao blues e outras não. Não soa como o Motörhead, mas obviamente há elementos em comum.”
Informações posteriores
Com a morte de Lemmy, nenhuma outra informação surgiu até 2017. Jim Voxx, guitarrista do Skew Siskin, contou ao site Metal Talk que ficou a cargo da produção do álbum, composto por 10 faixas. A expectativa era de que saísse naquele período, o que, mais uma vez, não foi para frente.
“Ainda não sei quando será lançado, porque isso está nas mãos da gerência do Motörhead, mas posso imaginar que será no final deste ano. Lemmy queria criar o disco em seu próprio tempo. Era o oposto de trabalhar com o Motörhead, já que ele o fazia em seu tempo livre em meio ao trabalho com a banda. Temos 10 músicas. Quando Lemmy adoeceu, paramos de trabalhar nelas, mas as gravações estavam todas prontas.”
Desde então, nenhuma outra novidade chegou a público. Não se sabe ao certo o que aconteceu para que o álbum permaneça engavetado até hoje.
Carreira fora do Motörhead
Lemmy Kilmister não chegou a lançar nenhum álbum solo, mas trabalhou em projetos paralelos. Em 1990, lançou uma versão para “Blue Suede Shoes” (Carl Perkins) com o grupo The Upsetters. Já nos anos 2000, juntou-se a Slim Jim Phantom (Stray Cats) e Danny B Harvey (Lonesome Spurs, The Rockats) na banda The Head Cat, orientada ao rockabilly.
Sobre Lemmy Kilmister
Nascido em Stoke-On-Tent, Inglaterra, Ian Fraser Kilmister despontou em 1965 com o The Rockin’ Vickers. O grupo lançou três singles e se tornou a primeira banda britânica a excursionar pela Iugoslávia.
Seis anos depois se juntou ao Hawkwind. Mesmo sem experiência no baixo, assumiu o instrumento que o consagraria. Cantou no single mais bem-sucedido da banda, “Silver Machine”. Saiu em 1975.
A seguir, montou o Motörhead, que se tornaria seu grande trunfo. Na maior parte da carreira como power trio, o grupo se tornou o elo perdido do rock pesado, agradando de punks a headbangers. Foram 22 álbuns de estúdio e mais de 15 milhões de discos vendidos em todo o mundo.
Morreu em 28 de dezembro de 2015, por conta de um câncer na próstata aliado a sérias condições cardíacas. Permaneceu no palco até 17 dias antes, quando se apresentou com o Motörhead em Berlim, Alemanha.
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