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A história e a causa da morte de Bob Marley, o gigante do reggae

Músico descobriu ter câncer de pele em 1977 e optou por tratamento controverso que se provou ineficaz no combate à doença

Bob Marley, para muitos o maior artista da história do reggae, faleceu com apenas 36 anos de idade. A causa da morte foi um câncer de pele agressivo, que entrou em metástase e se espalhou para outras partes vitais de seu corpo.

O músico descobriu a doença em 1977. Contudo, ele não seguiu as primeiras recomendações dos médicos.

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Em 1980, sua condição começou a piorar e tentou, sem sucesso, seguir um tratamento controverso que não impediu sua morte, ocorrida em 11 de maio de 1981.

Bob Marley descobre a doença

Apenas meses após sobreviver a uma tentativa de assassinato, ocorrida em dezembro de 1976, Bob Marley notou uma estranha lesão escura por debaixo da unha do seu dedão do pé direito. Inicialmente, o músico acreditou se tratar apenas de um machucado causado durante uma partida de futebol – algo indicado pelo primeiro médico que o consultou e que, apesar dos boatos, não foi a causa de sua morte.

No entanto, ao perceber que a lesão apenas piorava, decidiu procurar orientação de outro médico em julho de 1977. Um pedaço de sua pele foi retirado e uma biópsia foi realizada.

O procedimento constatou que Marley sofria com o chamado melanoma letiginoso acral, um dos tipos mais agressivos e raros de câncer de pele.

Este tipo de melanoma é conhecido por aparecer em áreas que não costumamos dar tanta atenção, como nas solas dos pés e embaixo das unhas. Além disso, é o único a não estar diretamente associado com a exposição aos raios ultravioleta emitidos pelo sol.

Os médicos sugeriram a Bob que amputasse seu dedão direito do pé para evitar o agravamento da doença. No entanto, a lenda do reggae se recusou a fazer o procedimento por conta de suas crenças religiosas – ele era adepto do rastafari, que considerava a remoção de qualquer parte do corpo como um pecado.

O artista optou por apenas remover a unha e a pele por debaixo dela em seu dedão direito do pé, que foram preenchidos com um enxerto de pele retirado de uma de suas coxas.

Câncer se agrava e tratamento é polêmico

Em maio de 1980, um ano antes de partir, Bob Marley começou a sofrer com os efeitos do câncer. Ele tinha acabado de lançar o álbum “Uprising” – que contém sucessos como “Could You Be Loved” e “Redemption Song” – e estava em turnê pela Europa. 

Terminadas as apresentações pelo velho continente, a turnê foi para os Estados Unidos e começou com dois shows em Nova York, realizados no Madison Square Garden nos dias 19 e 20 de setembro de 1980.

No dia seguinte aos dois concertos, Marley decidiu ir correr no Central Park, mas acabou desmaiando e foi levado ao hospital. No local, descobriu que o câncer sofreu metástase e já havia se espalhado para seu cérebro, pulmões e fígado.

Dois dias após a descoberta, Bob realizou aquela que foi sua última apresentação ao vivo. Ela ocorreu no Stanley Theater, na cidade de Pittsburgh, em 23 de setembro de 1980.

Ciente de que sua saúde estava se deteriorando, a lenda do reggae decidiu cancelar as demais apresentações da turnê para poder se tratar. Marley viajou à Alemanha para realizar um tratamento com o médico Josef Issels.

O profissional desenvolveu um método controverso para tratar a doença, que consistia, basicamente, em uma dieta bastante restrita, terapia de quelação (uso de certos agentes para remover metais pesados do corpo), ingestão de amigdalina e vitamina C, entre outras coisas.

O tratamento promovido por Issels é considerado não efetivo contra o câncer por diversas organizações de saúde, como a Sociedade Americana do Câncer.

A morte de Bob Marley

Bob Marley tentou se tratar com o método de Josef Issels por oito meses, mas não surtiu efeito algum e sua saúde só foi piorando – para se ter ideia disso, o gigante do reggae chegou a pesar apenas 37 quilos. Ciente de que não teria muito mais tempo de vida, resolveu retornar para a Jamaica e passar seus dias finais na companhia da família.

No entanto, durante o voo de volta, o estado de saúde do músico piorou consideravelmente. Assim que o avião em que estava pousou para uma escala em Miami, Bob Marley já foi encaminhado para o Hospital Cedars of Lebanon. 

Foi no local que o gigante do reggae faleceu no dia 11 de maio de 1981, aos 36 anos, por complicações do câncer descoberto quase quatro anos antes de sua partida. Suas palavras finais para o filho, Ziggy Marley, teriam sido:

“Dinheiro não compra vida.”

Dez dias depois, Bob Marley recebeu um funeral com honras de Estado na Jamaica, que seguiu tradições tanto católicas quanto do rastafari. O então primeiro-ministro do país caribenho, Edward Seaga, foi o responsável por realizar o ensaio final.

Bob Marley foi sepultado em uma capela na pequena vila de Nine Mile, onde nasceu, que também se tornou uma espécie de mausoléu em homenagem e ele. O corpo do músico foi enterrado junto de sua famosa guitarra Gibson Les Paul de cor vermelha. 

Dois anos após sua morte, em 23 de maio de 1983, foi lançado o álbum final do gigante do reggae: “Confrontation”, composto por materiais gravados por ele, mas que não haviam sido lançados anteriormente. 

*Texto construído com informações da Wikipédia, The Guardian, American Songwriter, NME, Cancer Reasearch UK e Healthcert.

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Augusto Ikedahttp://www.igormiranda.com.br
Formado em jornalismo pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Atua no mercado desde 2013 e já realizou trabalhos como assessor de imprensa, redator, repórter web e analista de marketing. É fã de esportes, tecnologia, música e cultura pop, mas sempre aberto a adquirir qualquer tipo de conhecimento.

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O músico descobriu a doença em 1977. Contudo, ele não seguiu as primeiras recomendações dos médicos.

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Em 1980, sua condição começou a piorar e tentou, sem sucesso, seguir um tratamento controverso que não impediu sua morte, ocorrida em 11 de maio de 1981.

Bob Marley descobre a doença

Apenas meses após sobreviver a uma tentativa de assassinato, ocorrida em dezembro de 1976, Bob Marley notou uma estranha lesão escura por debaixo da unha do seu dedão do pé direito. Inicialmente, o músico acreditou se tratar apenas de um machucado causado durante uma partida de futebol – algo indicado pelo primeiro médico que o consultou e que, apesar dos boatos, não foi a causa de sua morte.

No entanto, ao perceber que a lesão apenas piorava, decidiu procurar orientação de outro médico em julho de 1977. Um pedaço de sua pele foi retirado e uma biópsia foi realizada.

O procedimento constatou que Marley sofria com o chamado melanoma letiginoso acral, um dos tipos mais agressivos e raros de câncer de pele.

Este tipo de melanoma é conhecido por aparecer em áreas que não costumamos dar tanta atenção, como nas solas dos pés e embaixo das unhas. Além disso, é o único a não estar diretamente associado com a exposição aos raios ultravioleta emitidos pelo sol.

Os médicos sugeriram a Bob que amputasse seu dedão direito do pé para evitar o agravamento da doença. No entanto, a lenda do reggae se recusou a fazer o procedimento por conta de suas crenças religiosas – ele era adepto do rastafari, que considerava a remoção de qualquer parte do corpo como um pecado.

O artista optou por apenas remover a unha e a pele por debaixo dela em seu dedão direito do pé, que foram preenchidos com um enxerto de pele retirado de uma de suas coxas.

Câncer se agrava e tratamento é polêmico

Em maio de 1980, um ano antes de partir, Bob Marley começou a sofrer com os efeitos do câncer. Ele tinha acabado de lançar o álbum “Uprising” – que contém sucessos como “Could You Be Loved” e “Redemption Song” – e estava em turnê pela Europa. 

Terminadas as apresentações pelo velho continente, a turnê foi para os Estados Unidos e começou com dois shows em Nova York, realizados no Madison Square Garden nos dias 19 e 20 de setembro de 1980.

No dia seguinte aos dois concertos, Marley decidiu ir correr no Central Park, mas acabou desmaiando e foi levado ao hospital. No local, descobriu que o câncer sofreu metástase e já havia se espalhado para seu cérebro, pulmões e fígado.

Dois dias após a descoberta, Bob realizou aquela que foi sua última apresentação ao vivo. Ela ocorreu no Stanley Theater, na cidade de Pittsburgh, em 23 de setembro de 1980.

Ciente de que sua saúde estava se deteriorando, a lenda do reggae decidiu cancelar as demais apresentações da turnê para poder se tratar. Marley viajou à Alemanha para realizar um tratamento com o médico Josef Issels.

O profissional desenvolveu um método controverso para tratar a doença, que consistia, basicamente, em uma dieta bastante restrita, terapia de quelação (uso de certos agentes para remover metais pesados do corpo), ingestão de amigdalina e vitamina C, entre outras coisas.

O tratamento promovido por Issels é considerado não efetivo contra o câncer por diversas organizações de saúde, como a Sociedade Americana do Câncer.

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Bob Marley tentou se tratar com o método de Josef Issels por oito meses, mas não surtiu efeito algum e sua saúde só foi piorando – para se ter ideia disso, o gigante do reggae chegou a pesar apenas 37 quilos. Ciente de que não teria muito mais tempo de vida, resolveu retornar para a Jamaica e passar seus dias finais na companhia da família.

No entanto, durante o voo de volta, o estado de saúde do músico piorou consideravelmente. Assim que o avião em que estava pousou para uma escala em Miami, Bob Marley já foi encaminhado para o Hospital Cedars of Lebanon. 

Foi no local que o gigante do reggae faleceu no dia 11 de maio de 1981, aos 36 anos, por complicações do câncer descoberto quase quatro anos antes de sua partida. Suas palavras finais para o filho, Ziggy Marley, teriam sido:

“Dinheiro não compra vida.”

Dez dias depois, Bob Marley recebeu um funeral com honras de Estado na Jamaica, que seguiu tradições tanto católicas quanto do rastafari. O então primeiro-ministro do país caribenho, Edward Seaga, foi o responsável por realizar o ensaio final.

Bob Marley foi sepultado em uma capela na pequena vila de Nine Mile, onde nasceu, que também se tornou uma espécie de mausoléu em homenagem e ele. O corpo do músico foi enterrado junto de sua famosa guitarra Gibson Les Paul de cor vermelha. 

Dois anos após sua morte, em 23 de maio de 1983, foi lançado o álbum final do gigante do reggae: “Confrontation”, composto por materiais gravados por ele, mas que não haviam sido lançados anteriormente. 

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