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A dura opinião atual de Bruce Dickinson sobre “Tattooed Millionaire”, seu 1º álbum solo

Vocalista do Iron Maiden não enxerga o disco como o início de sua carreira paralela a bandas

Bruce Dickinson lançou em maio de 1990 seu primeiro álbum solo, “Tattooed Millionaire”. Ainda como integrante do Iron Maiden – sua saída ocorreu três anos mais tarde –, o cantor apostou em uma sonoridade mais simples e direta em comparação a “Seventh Son of a Seventh Son” (1988), até então seu disco mais recente com a banda que o consagrou.

Passado todo esse tempo, o vocalista está prestes a lançar seu sétimo trabalho solo, “The Mandrake Project”. Tudo indica que o trabalho será bem mais elaborado, a começar por sua HQ homônima o acompanhando.

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Ciente do que conseguiu fazer posteriormente a “Tattooed Millionaire” fora do Maiden, Dickinson tem uma opinião dura a respeito de seu primeiro álbum solo. O posicionamento foi expresso em entrevista à edição 323 (fevereiro de 2024) da revista Classic Rock, ao ser perguntado se considerava o trabalho em questão seu início enquanto artista separado.

“Não, era um monte de clichês de rock ‘n’ roll bem feitos. As pessoas gostaram – o que eu respeito –, mas se eu quisesse fazer algo que seria o início de uma carreira solo, eu não teria feito ‘Tattooed Millionaire’. Ele caiu no meu colo. Depois que fiz ‘Bring Your Daughter to the Slaughter (para a trilha do filme ‘A Hora do Pesadelo V’), um cara da produção disse ‘eu amei isso’ e assinei com a CBS nos Estados Unidos. Eu disse: ‘sério?’. Nós compusemos aquele álbum inteiro em duas semanas.”

Bruce também foi convidado a responder se acredita que seria possível manter uma carreira solo e o posto de frontman do Iron Maiden naquela época, na virada dos anos 80 para os 90. O músico acabou dando um insight de onde estava na carreira naquele momento.

“Eu estava em um estado de limbo. Eu pensava: tenho que sair, porque senão, qualquer coisa que eu fizer, ninguém vai levar a sério. Eles só vão dizer: ‘oh, olha só, é o pequeno projeto paralelo dele’. Eu li uma frase em um jornal que finalmente me provocou, de Henry Miller: ‘todo crescimento é um salto impremeditável no escuro, sem ideia de onde você vai cair’.”

Bruce Dickinson e “Tattooed Millionaire”

“Tattooed Millionaire” foi lançado em 8 de maio de 1990. A ideia do disco surgiu após Bruce ter sido convidado a compor uma canção para o filme “A Hora do Pesadelo V”, que se materializaria em “Bring Your Daughter… to the Slaughter”.

Curiosamente, a faixa saiu apenas como single, sem entrar no álbum. Acabou reaproveitada pelo Iron Maiden em “No Prayer for the Dying”, disponibilizado em outubro do mesmo ano.

“Tattooed Millionaire” foi composto quase na sua totalidade em parceria com o guitarrista Janick Gers, que também se tornaria uma novidade na Donzela de Ferro pouco tempo depois.

Além das composições próprias, contava com uma versão para “All The Young Dudes”, composta por David Bowie e popularizada pelo Mott the Hoople. Chegou ao 14º lugar na parada britânica, emplacando 4 singles no Top 40.

Nikki Sixx, o tatuado milionário?

Nikki Sixx alega que a faixa-título de “Tattooed Millionaire” é em sua “homenagem”, após Bruce saber que a esposa o traiu com ele. Porém, o baixista do Mötley Crüe diz que o cantor descobriu ao ler a biografia “The Dirt”, que saiu onze anos após a música, o que inviabilizaria a suposta inspiração.

Ainda assim, a banda lançou o álbum “New Tattoo” em 2000 como uma forma de tirar sarro da situação, com direito a reproduzir na capa o dragão presente no single da faixa-título do trabalho de Dickinson.

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André Luiz Fernandes
André Luiz Fernandes
André Luiz Fernandes é jornalista formado pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP). Interessado em música desde a infância, teve um blog sobre discos de hard rock/metal antes da graduação e é considerado o melhor baixista do prédio onde mora. Tem passagens por Ei Nerd e Estadão.

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