Os fãs foram pegos de surpresa com o anúncio da turnê “Celebrating Life Through Death”, que sacramenta o fim das atividades do Sepultura. A banda percorrerá o mundo a partir de março do ano que vem, em um giro que deve se estender até o segundo semestre de 2025. Por hora, América Latina e Europa já possuem datas confirmadas.
Durante a coletiva oficial, realizada na última sexta-feira (8) em São Paulo, o guitarrista Andreas Kisser explicou os motivos por trás da decisão.
“Saímos de cena de uma forma tranquila, em paz com a gente mesmo. Muito do que passei com a minha esposa, essa coisa da morte, da finitude… a própria carreira do Sepultura teve várias finitudes, a minha entrada, a saída do Jairo (Guedz, guitarrista original)… a saída do Max, do Iggor, Jean, a entrada do Eloy. São ciclos. Estamos tranquilos com o que estamos fazendo. Queremos celebrar, não é um momento triste. Não queremos ver o Sepultura acabar por uma briga ou alguém entrando em um rehab e não podendo subir no palco. São novos desafios individuais, mas sempre representando o coletivo.”
Fim discutido por dois anos
Andreas também revelou que a discussão sobre o encerramento teve início dois anos atrás, quando Patrícia ainda estava presente. Questionado pelo IgorMiranda.com.br, o músico explicou que o fato de o grupo estar em um bom momento, ainda entregando performances consistentes, também contribuiu para querer sair de cena em alta.
“Estamos organizados, em consciência do que está acontecendo com a banda. Sabemos onde podemos chegar. Assim, nada melhor que tomar uma decisão como essa, enquanto ainda temos controle. A conversa partiu de mim. Pareceu um momento oportuno, com a data de 40 anos da fundação chegando. Ainda estamos afiados, tocando muito bem. Conversei comigo mesmo, depois com a banda e empresários. Fez sentido com todo mundo. É um privilégio poder parar assim. Obviamente dá ansiedade e medo, mas faz parte da mudança. Mas também é muito excitante ter essa liberdade.”
Sobre o Sepultura
Fundado pelos irmãos Max e Iggor Cavalera em Belo Horizonte, Minas Gerais, no ano de 1984, o Sepultura se estabeleceu como a principal força do heavy metal mundial fora do eixo Estados Unidos-Europa. O baixista Paulo Xisto Júnior é o membro mais antigo ainda presente. O guitarrista Andreas Kisser entrou em 1987. A formação atual ainda conta com o vocalista Derrick Green (desde 1997) e o baterista Eloy Casagrande (desde 2011).
No total, a banda vendeu em torno de 20 milhões de cópias dos seus álbuns em todo o planeta. Seu desenvolvimento sonoro influenciou incontáveis bandas dos anos 1990 em diante. Os discos de maior repercussão internacional foram “Arise” (1991), “Chaos A.D.” (1993) e “Roots” (1996).
O mais recente foi “Quadra”, disponibilizado em fevereiro de 2020. O trabalho chegou ao Top 20 em 7 paradas internacionais, sendo o de maior sucesso desde a era clássica. Conceitual, teve sua história baseada no número quatro e seus significados como descritos no Quadrívio.
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