Logo nos primeiros anos de carreira, o Rush recebeu o rótulo de pretensioso. Conforme o livro “Rush, Rock Music, and the Middle Class: Dreaming in Middletown”, escrito por Chris McDonald, os críticos consideravam a banda muito “intelectualmente pretensiosa” e costumavam ressaltar tal opinião.
Para Geddy Lee, a ideia não faz qualquer sentido. Durante evento para divulgar sua autobiografia recém-lançada, “My Effin’ Life”, o baixista, vocalista e tecladista discordou do uso da palavra e explicou o motivo (via Ultimate Guitar).
Primeiramente, o músico contou que ele e o saudoso baterista Neil Peart conversavam a respeito do assunto. Ambos não entendiam o atributo, pois, em suas palavras, o grupo apenas tocava de maneira honesta e tinha como objetivo melhorar as habilidades por meio do esforço próprio.
“Neil e eu conversávamos sobre isso. A gente falava ‘Que p#rra essa palavra [‘pretensioso’] significa? Quem está pretendendo algo aqui? Quando você está tocando de acordo com sua capacidade e está se esforçando para melhorar e não está fingindo, isso é real, é um desejo real de melhorar. Não entendíamos quando as pessoas nos chamavam de pretensiosos.”
Em seguida, Lee continuou, destacando que possuir ambições altas não é necessariamente uma coisa ruim.
“Só porque talvez nossas ambições fossem muito altas, não significava que não havia um esforço honesto da nossa parte para estar no controle. Não é como se tivéssemos isso para conseguir algum tipo de glória. Tínhamos isso para conseguir um melhor domínio de nossa música e quebrar barreiras para nossa musicalidade e melhorar. Sempre nos incomodava quando algum crítico nos rotulava como um trio pretensioso do Canadá com ideais progressivos e todas essas coisas.”
Fato é que o músico precisou analisar toda sua trajetória para entender por que a palavra “pretensioso” foi atribuída ao Rush. No fim das contas, o processo influenciou até o livro do artista.
“Achei interessante analisar todo o espectro da minha carreira, para onde fomos e de onde viemos, para tentar entender por que é tão fácil usar essa palavra para descrever uma banda que tem grandes ambições. Então foi mais ou menos isso que eu tentei mostrar no livro, para discutir.”
Opinião de Neil Peart
Em seu livro “Música para viagem: a trilha sonora da minha vida e do meu tempo”, disponibilizado originalmente em 2004, Neil Peart também menciona o tópico. O baterista argumenta que o rock progressivo de maneira geral foi erroneamente descrito como pretensioso pela crítica.
“Numa infeliz contradição, a música progressiva foi descrita por críticos ignorantes e tendenciosos como ‘pretensiosa’, mas a terminologia representava um sistema de valores confuso. Raramente existiu um estilo de música tão honesto, baseado em princípios sólidos de musicalidade, exploração e fascínio.”
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