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Guitarrista original do Poison preferia Slash a C.C. DeVille

Apesar de ter tentado a vaga, membro do Guns N’ Roses confessou nunca ter se sentido à vontade com a proposta da banda

O guitarrista Matt Smith (na foto, o último à direita) foi membro original do Poison. Influenciado por nomes como Keith Richards (The Rolling Stones) e Joe Perry (Aerosmith), o músico acompanhou o desenvolvimento do grupo da Pensilvânia, chegando a se mudar para Los Angeles, onde se tornariam uma das mais renomadas atrações da Sunset Strip.

Porém, ele não permaneceu para colher os louros do sucesso mundial. Com a gravidez da namorada, a responsabilidade falou mais alto e o sonho ficou para trás.

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Ainda assim, o instrumentista teve uma última missão: escolher seu substituto. Em entrevista à Guitar World, ele contou como se deu a disputa.

“A vaga ficou entre Slash e C.C. DeVille. Ninguém mais foi testado. Os dois eram ótimos. Minha preferência era por Slash. Quando ele chegou, tocamos ‘Last Child’, do Aerosmith, o que foi muito divertido. Tenho poucas lembranças da audição de C.C.”

Sendo assim, quais motivos Smith entende que levaram à escolha de DeVille? Ele teoriza:

“Acredito que tenha pesado o fato de ser um cara da Costa Leste. É difícil questionar a opção com o sucesso que alcançaram. Além disso, eles queriam ir para um lado mais glam e C.C. se encaixava melhor na proposta. Eu já tinha voltado para a Pensilvânia quando Rikki (Rockett, baterista) me ligou para contar. Pessoalmente, preferia Slash, mas entendi a decisão.”

Slash e Poison

Em 2017, durante entrevista ao saudoso Leslie West (frontman do Mountain), publicada no site Music Aficionado, Slash relembrou o convite.

“Sempre estava começando bandas e buscando pessoas para compor junto, mas nunca achava um cantor. Um cantor ruim faz uma boa banda soar terrível. Em certo ponto, esse cara, Matt (Smith), era o guitarrista original do Poison, uma banda com a qual eu não tinha a menor afinidade, me ligou e disse que estava saindo e voltaria para Pensilvânia. Precisavam de um substituto.”

O músico revelou ter pensado por um tempo e, enfim, ter decidido “colocar o orgulho de lado”.

“Ao menos, eu estaria fazendo shows – eram a maior banda da Sunset Strip na época. Aprendi quatro músicas e saí para tocar com eles. Tínhamos uma grande diferença de opinião sobre tudo – imagem, roupas. Eu sabia que não funcionaria. Perguntaram se eu planejava usar jeans e camiseta no palco, e eu disse que sim.”

A escolha por C.C. DeVille

Dessa forma, não surpreende a Slash que C.C. DeVille tenha ficado com a vaga em definitivo.

“Ele se maquiava, tinha seu cabelo todo feito, era o cara para aquela vaga. Bobby Dall (baixista) me ligou e disse que escolheram o cara, e eu não me surpreendi. Se tivesse dado certo e eu ficasse com a vaga, não teria durado muito tempo.”

O futuro integrante do Guns N’ Roses ainda ressaltou que o foco principal do glam metal de Hollywood não era “integridade musical”, o que o afastou da cena.

“Eles só queriam saber das roupas e da imagem. É isso que eu odiava em West Hollywood. O Guns N’ Roses foi o resultado direto de nós odiando essa cena. Fomos atraídos por isso. Gostávamos dos Dolls, Bowie, Aerosmith e Stones da década de 1970. Não curtíamos delineador e roupas extravagantes.”

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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