O significado por trás da música mais incompreendida do Megadeth, segundo Mustaine

Original de 1994, balada acabou tendo videoclipe censurado, o que contribuiu para não ter alcançado o sucesso que se imaginava

Em 1994, o Megadeth não tinha nenhum problema em soar mais comercial. Após o êxito de “Countdown to Extinction” (1992), até hoje seu disco mais vendido, o grupo aliviou ainda mais o som em “Youthanasia” (1994). A principal evidência estava na balada “À Tout Le Monde”, de inspiração claramente radiofônica.

Entretanto, o single não obteve a repercussão esperada e nem chegou a entrar na principal parada de singles dos Estados Unidos, a Billboard Hot 100 – “Symphony of Destruction”, do álbum anterior, chegou à 71ª posição do mesmo chart. Muito disso se deveu à censura da MTV ao videoclipe, alegando que ele poderia servir de gatilho a suicidas.

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Não à toa, Dave Mustaine considera a faixa a mais incompreendida de sua carreira. Em entrevista à revista Spin (via Ultimate Guitar), o vocalista e guitarrista tentou explicar o contexto por trás da letra.

“Era basicamente sobre um sonho que tive onde… Minha mãe morreu de repente, e foi muito chocante. E no meu sonho, ela foi capaz de voltar à terra e dizer apenas uma coisa: ‘Eu te amo.’ Pensei que seria ótimo se eu pudesse, quando fosse para o céu, voltar e dizer algo às pessoas que amo – e eu também gostaria de dizer: ‘Eu te amo.’ Eu não gostaria de dizer, tipo, ‘Não toque nisso’ – você sabe, algo estúpido. Prefiro que seja algo significativo.”

Apesar de a repercussão mais forte ter ocorrido em sua terra natal, por algum motivo, Mustaine resolveu apontar para os vizinhos.

“Infelizmente, no Canadá, houve alguma controvérsia em torno da música, mas eu lidei com isso. Eu disse que não deixaria alguém tentar tirar minha música das pessoas para quem a escrevi. E essa coisa meio que foi embora, de tentarem nos culpar por isso. Foi muito parecido com o que aconteceu ao Judas Priest há muito tempo [quando a banda inglesa foi a julgamento acusada de incitar a morte de dois jovens por conta de supostas mensagens subliminares em uma música – que era um cover, diga-se de passagem].Mas o importante é que a música é linda e as pessoas a adoram.”

Megadeth e “À Tout Le Monde”

Além de “Youthanasia”, “À Tout Le Monde” foi regravada em “United Abominations” (2007), 11º disco de estúdio da carreira do Megadeth – parcialmente rebatizada “À Tout Le Monde (Set Me Free)”.

Inicialmente, os vocais femininos da nova versão seriam registrados por Lisa-Marie Presley. Porém, um desencontro de agendas impossibilitou a parceria. Assim, Cristina Scabbia (Lacuna Coil) foi chamada para assumir a função.

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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