Quando o The Who iniciou atividades em 1962, o rock vivia um momento de indefinição. Os grandes astros americanos do gênero haviam passado pela fase de maior popularidade e nada os havia substituído até então. Foi só com a chegada dos Beatles que um novo caminho foi ditado e passou a ser seguido.
Mas o grupo não queria simplesmente seguir o Fab Four, embora tivesse uma confessa admiração. Os rapazes de Liverpool eram comportados demais para os objetivos do guitarrista Pete Townshend. Além disso, eles chamavam mais a atenção das garotas.
Em entrevista ao Broken Record Podcast, transcrita pelo Ultimate Guitar, o músico e principal compositor confessou ter optado propositalmente por outra abordagem.
“Só me lembro de dizer ‘Vamos tocar para o público masculino. Vou escrever músicas que sejam sobre meninos, sexualidade, frustrações com a vida…’ Porque, quando um menino se apega a um time de futebol ele realmente vira um torcedor para o resto da vida. E funcionou para nós.”
Mas o grande modelo da ideia não seria exatamente Pete. Como seria normal imaginar, a figura que se sobressaiu foi o vocalista. E ele se tornaria a referência das mudanças seguintes, quando os rapazes não precisavam mais ser o público-alvo.
“Nós passamos a atrair um público um pouco mais normal na época do filme ‘Tommy’, quando Roger Daltrey se tornou uma figura muito mais glamorosa. Até os Rolling Stones fizeram o mesmo. Robert Plant se baseou muito na atuação de Roger no filme de Woodstock. Foi o ponto em que ele deixou de ter cabelo curto adquiriu uma função na banda que ia além de apenas cantar as músicas para um papel centralizador realmente importante. De repente, tínhamos um deus do rock no palco. E o Led Zeppelin fez o mesmo.”
The Who atualmente
Com seis décadas de carreira e mais de 100 milhões de discos vendidos em todo o planeta, o The Who segue na ativa tendo apenas Pete Townshend e Roger Daltrey da formação clássica.
Lançado no início do ano, o álbum “The Who with Orchestra Live at Wembley” chegou ao topo da Billboard Classical Charts. Como o nome deixa claro, se trata de uma parada voltada a discos que se encaixam no contexto da música clássica – o que a simples presença da orquestra já torna o play qualificado a disputar.
O resultado é histórico por marcar a primeira vez, em 59 anos de carreira que a banda inglesa chega ao topo de um chart nos Estados Unidos. Até então, os melhores resultados haviam sido o 2º lugar de “Quadrophenia” em 1973, “Who Are You” em 1978 e “Who” em 2019, todos obtidos na Billboard 200, principal ranking da indústria americana.
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