Lançado seis anos após “Test for Echo” (1996) – o maior intervalo entre dois álbuns do Rush –, “Vapor Trails” foi feito após o baterista Neil Peart perder sua esposa Jacqueline Taylor e sua filha adolescente Selena, duas tragédias que o deixaram de coração partido a ponto de anunciar a Geddy Lee e Alex Lifeson que eles deveriam considerá-lo “aposentado”.
Como o baixista, vocalista e tecladista explica em uma nova entrevista à revista Vulture, toda a ideia de retomar atividades teve que acontecer de forma meticulosa. Por conta disso, o trabalho em questão é considerado pelo músico o mais difícil de toda a carreira do trio.
“‘Vapor Trails’ foi um disco muito, muito difícil de fazer, porque foi uma espécie de reunião após as tragédias de Neil. Ele desapareceu de vista por um bom tempo, se mudando para a Califórnia e começando uma nova vida. Voltou para nós, como o próprio disse, ‘em busca de um emprego remunerado’. Ficamos em estúdio por quase um ano, construímos um ambiente de trabalho para que pudesse se sentir livre para entrar, se reintroduzir à sua bateria e ao seu jeito de tocar, sem sentir que todos o estavam observando.”
Mesmo assim, ideias novas não apenas demoraram a surgir, como não foram satisfatórias no primeiro momento.
“Havia tanta estática emocional e medo que todo o processo se tornou muito longo e imbuído de paranoia. Quando reunimos todas essas músicas com as quais ficamos mais felizes, elas vinham de uma grande variedade de fontes. Algumas eram jam sessions que mantivemos em fita e nunca ajustamos sonoramente. Durante o projeto, quando chegamos ao processo de mixagem no final, o negócio ser tornou problemático. Era difícil, porque muitos dos sons deste disco tão denso não foram gravados da maneira ideal. Acabou sendo uma jornada para fazê-lo soar do jeito que queríamos. Esgotamos nosso engenheiro e coprodutor original. Tivemos que arranjar outra pessoa para nos ajudar a terminar. Foi uma m*rda de fazer. Uma verdadeira m*rda.”
Rush e “Vapor Trails”
Lançado em 14 de maio de 2002, “Vapor Trails” é o 17º álbum de estúdio do Rush. Foi o primeiro desde “Caress Of Steel” (1975) a não contar com teclados. Ganhou premiação de ouro no Canadá, onde chegou ao 3º lugar na parada. Nos Estados Unidos ficou em 6º. Apesar dos resultados, fãs e banda não ficaram satisfeitos com o produto final. Em 2013, ganhou nova versão, remixada por David Bottrill.
A turnê de divulgação incluiu a primeira passagem da banda pelo Brasil, tocando para os maiores públicos de sua carreira em shows próprios. A apresentação no Rio de Janeiro – além de filmagens de bastidores em São Paulo e Porto Alegre – pode ser conferida no disco e vídeo “Rush in Rio” (2003).
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