O álbum que fez o Rush perder fãs, segundo Geddy Lee

Sucessor do auge de popularidade do trio canadense trouxe experimentos e dividiu o público à época do lançamento

Lançado em 1981, “Moving Pictures” é o álbum mais popular da carreira do Rush. O oitavo trabalho de estúdio do trio chegou ao primeiro lugar na parada canadense, além de ter ficado em terceiro nos Estados Unidos e Reino Unido. No total, vendeu mais de 7 milhões de cópias em todo o mundo.

Muitos esperariam que o sucessor seguisse o caminho fácil da repetição. Mas não em se tratando de um dos grupos mais inventivos de sua geração. “Signals” (1982) trouxe uma série de experimentações, com forte investida nos sintetizadores. O resultado dividiu o público, embora as vendas tenham sido satisfatórias.

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Em entrevista ao Los Angeles Times, o baixista, vocalista e tecladista Geddy Lee fez um mea culpa.

“Provavelmente não foi uma decisão inteligente, mas foi como uma atração fatal. Fiquei fascinado quando Hugh Syme tocou um pequeno sintetizador ARP na abertura do [álbum de 1976] ‘2112’. Eu precisava ver se era uma forma de trazer mais musicalidade para a nossa obra. Estávamos todos ávidos por novas ideias, embora Alex me lançasse olhares estranhos. [risos] Sua guitarra era a única forma de melodia instrumental, e agora tínhamos outra. A certa altura, até falamos sobre adicionar um quarto membro para tocar teclado.”

Como consequência, o frontman reconhece ter acontecido um afastamento do público.

“‘Signals’ nos custou alguns fãs. Seguimos por esse caminho até chegarmos a um ponto em que Alex estava extremamente infeliz enquanto nos afogávamos em tecnologia. Além disso, eu queria parar de fazer três trabalhos ao mesmo tempo e apenas tocar meu baixo.”

Influência do The Police

Uma das influências reconhecidas dessa fase foi o The Police. O trio britânico revolucionou a linguagem do rock com o seu estouro comercial. Sendo assim, o entrevistador questionou Geddy se Sting não teria pedido créditos de compositor na música “New World Man”.

“Essa música é realmente parecida com The Police. Neil adorava a forma de tocar de Stewart Copeland e a guitarra soa como Andy Summers. Não podíamos ficar parados. Veja o álbum de 1991, ‘Roll the Bones’ e a polêmica ridícula que causou por ter uma seção de rap. Algumas estações de rock diziam: ‘Não tocamos rap’. Você já ouviu rap de verdade? Eu pareço um rapper?”

Rush e “Signals”

“Signals” faturou disco de platina nos Estados Unidos e Canadá, além de ter chegado ao terceiro lugar do Reino Unido. O Rush embarcaria em um período de novas abordagens pelo resto da década, retornando às características primordiais posteriormente – embora nunca tenha deixado de ser audacioso.

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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